Bombeiros se defendem após denúncia de falta de estrutura na orla

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Aspra-PE fiscalizou nove postos de salvamento na última segunda (17).

Há uma semana, pai e filho morreram afogados na praia do Pina.

Boias estão desgastadas e sem a corda de resgate  (Foto: Thays Estarque/G1)
Um dia após a Associação de Praças Policiais e Bombeiros Militares de Pernambuco (Aspra-PE) fiscalizar e apontar diversos problemas nos postos de salvamento na praia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, o Corpo de Bombeiros enviou uma nota se justificando os problemas constatados na orla. Na segunda-feira (19), a Aspra-PE verificou que dos nove postos vistoriados, dois estão desativados por ausência de pessoal. Há ainda outras irregularidades, como falta de kit de salvamento e moto aquática.

A vistoria teve início no posto de salvamento localizado em frente à Praça de Boa Viagem e seguiu até a plataforma de observação que fica no Primeiro Jardim. São quase 4 quilômetros de falhas. Há uma semana, pai e filho morreram afogados na praia do Pina, Zona Sul do Recife.

Os postos 7, na altura da Rua Bruno Veloso, e 4, no Segundo Jardim, estão desativados.Com isso, a área descoberta de salvamento chegaria a um quilometro de distância. Além de estar quebrado, o posto 3 só conta com um bombeiro, quando teria que ter, no mínimo, dois.

Em sua defesa, a corporação alegou que os postos de observação do grupamento marítimo tem por objetivo apenas monitorar os banhistas na orla. “Contudo, naqueles cuja localização coincidem com os Postos de Guarda-Vidas (PGV), e que a estatística de incidência de afogamento justifica, aí sim são lançados nossos profissionais do salvamento aquático”, diz a nota.

Ouvidos pela associação, alguns salva-vidas disseram que o fechamento dos postos 7 e 4 se deu pela escassez de efetivo. Informação julgada como “improcedente” pela corporação. “O Governo do Estado já havia sinalizado e autorizado a realização de concurso para ingresso de 300 soldados nas fileiras do CBMPE”.

Dos nove postos fiscalizados, apenas o 5 conta com o kit de salvamento. O material é composto por equipamento de respiração manual, tala para imobilização e colar cervical. “Os kits de salvamento são disponibilizados de forma racional e seguindo, também, a estatística de acordo com os graus de afogamento”, responderam.

Não foram encontrados ainda  durante a visita coletes de salva-vidas, 'repelente de tubarão' e sinalização indicando a posição do posto. “Os coletes salva-vidas dizem respeito a material de salvatagem e portanto utilizados apenas nas embarcações e não pelos guarda-vidas. Quanto aos repelentes de tubarão estamos reavaliando os atualmente utilizados pela corporação e comparando-os com outros modelos recém chegados no mercado. Já no que diz respeito à sinalização da presença de Guarda-Vidas as bandeirolas estão desgastadas pelas intempéries e já está sendo providenciada a renovação das mesmas”.

Com a informação de que só há, no momento, uma moto aquática para atender toda a orla pernambucana, a corporação menciona que já adquiriu cinco novas. A previsão de chegada é de 60 dias. Quatro atenderão a Região Metropolitana do Recife e uma irá para Fernando de Noronha.

Com fissuras e visivelmente desgastadas, as boias de salvamento que foram vistas pela associação já não continham mais as cordas. Segundo a Aspra-PE, com a corda, o bombeiro consegue salvar até três pessoas de uma só vez. O Corpo de Bombeiros alegou que elas são sendo substituídas a medida que vão sofrendo os desgastes naturais decorrente do uso e das intempéries a que são submetidos.

Questionados a respeito da última taxa de arrecadação para o Corpo de Bombeiros, a brigada se limitou a dizer que os recursos são direcionados para manutenção, folha de pagamento e investimento. Eles não divulgaram o valor arrecadado.
Por: G1.


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