Existem dois tipos de opinião: as doutrinárias, que são elaboradas a partir das crenças e desejos de quem opina e as analíticas, que tentam apresentar a realidade como ela é e não como o autor gostaria que fosse.

Tento, sempre, opinar analiticamente, usando os princípios do método dialético como guias no esforço de desvendar os segredos da realidade. Como aliás Karl Marx, o grande artesão da dialética moderna, recomendava enfaticamente.

O resultado é que várias vezes as opiniões acabam desagradando a muita gente. Citando a “filósofa” Luka, tou nem aí.

Desde a eleição presidencial de 2014 o país se dividiu em dois grupos de posições irreconciliáveis. Cada qual com suas verdades.

Isso prosseguiu com o impeachment e após a posse do presidente Temer. Aprofundou-se com os ataques e as denúncias contra o presidente. A paixão não apenas invadiu as redes sociais como contaminou alguns dos maiores nomes da grande imprensa brasileira, que passaram a escrever e falar a partir dos falsos pressupostos dos seus desejos.

O resultado é a maior onda de desinformação que já presenciei na minha vida.

Um exemplo para mostrar como a sociedade vem sendo mal informada:

Disseram e repetiram que o governo gastou “bilhões” para “comprar” deputados e se livrar das denúncias. Ainda hoje ouvi um respeitado “formador de opinião” falar em 40 bilhões, que alucinação. Tudo mentira! O governo não gastou um tostão nisso. Nem comprou ninguém. Fez acordos políticos e agilizou a liberação de emendas, por sinal impositivas, ou seja, seriam liberadas até o fim do exercício de qualquer jeito. E articulou, usando os legítimos caminhos das regras do jogo.

Agora, você vai ter uma surpresa. O governo Temer é o que, de longe, menos despendeu recursos nas articulações com o Congresso. Muito menos que FHC é muitíssimo menos que os governos do PT.

É isso que se ouve na imprensa e prolifera nas redes sociais? Claro que não. É o inverso. O mundo da fantasia vem se impondo tão forte que até agora tem predominado sobre a realidade da queda do desemprego, da inflação mais baixa em muito tempo, da retomada do poder de compra dos salários, do discreto crescimento do PIB depois de anos de resultados negativos.

Esse é um exemplo. Existem muitos.

Estou dizendo o que acho? Não. Apenas o que está ocorrendo no mundo real.

Nunca acredito que a mentira supere a verdade, a longo prazo.

A pergunta que me faço é se um ano será suficiente para o governo vencer tamanho tsunami de percepções negativas e bombardeios midiáticos.

Se conseguir, terá conquistado é marcado o seu lugar na era democrática do Brasil.

Se não conseguir, terá sido atropelado pela história. Acontece. A fantasia vai vencer a realidade.

Mas, repetindo, eu custo a acreditar nessa possibilidade.