O ANO COMEÇA DEPOIS DAS MENINAS VIRGENS

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José Nivaldo Júnior


Dizem que o ano começa depois do carnaval.

Mas o início de 2018 foi promissor. Trouxe uma cesta de boas notícias na área econômica.

A taxa de desemprego caiu, a inflação continua lá embaixo, a renda da sociedade está em alta.

Tudo, no plano macro, indica que o país caminha para superar a parte pior da crise.

Entretanto, esses resultados positivos ainda não se refletem no bom humor das pessoas comuns.

As pesquisas de opinião mostram que o governo Temer continua lá embaixo.

Os números gerais anunciados estão ainda bem longe da realidade das ruas.

O resultado é a apatia e indiferença diante dos noticiários otimistas.

Além disso, é natural que as pessoas tendam a valorizar mais o que as incomoda: o preço do gás ou dos combustíveis, que oscila para cima sem trégua, ganham uma dimensão muito maior no imaginário social do que o preço do feijão, por exemplo, que caiu para muito menos da metade do que era praticado dois anos atrás.

Eu mesmo disse nesse espaço, há alguns meses, que a economia tinha se desvinculado da política, que os atores econômicos optaram por não ficarem deitados em berço esplêndido esperando ajuda oficial. Cada qual se vira como pode.

O resultado desse movimento é que a economia informal se fortalece cada vez mais.

A frase, dita um ano atrás, está cada vez mais atual. Passou a fase de perguntar “o que o governo pode fazer por você”. A pergunta certa é “o que você pode fazer por você”.

Despidas as fantasias de momo vai ser a hora de enfrentar a realidade nua e crua.

A reforma da previdência, vai passar?
Outras reformas, consideradas essenciais para o futuro do país, vão ter andamento?

As pessoas vão começar a perceber que também a vida real começa a apresentar melhores indicadores?

Essa percepção de melhora terá vigor para influenciar as eleições de outubro?

São mais perguntas do que respostas.

Faltando menos de 10 meses para as eleições de outubro, a bolsa de apostas continua parada.

Ninguém ousa cruzar um litro de uísque no resultado.

Aqueles que lidam com política sabem que o voto é muito influenciado pelo bolso, já definido como o órgão mais sensível do corpo humano.

Se até novembro os resultados positivos da macroeconomia chegarem às feiras e aos lares, o quadro eleitoral ainda pode mudar radicalmente. E se não chegarem? Pode mudar também.

Só uma coisa é quase certa: alcançado pela Lei da Ficha Limpa, que ele mesmo sancionou, Lula tem agora pouquíssimas chances de ser candidato.

A ausência do líder nos levantamentos de opinião pode revigorar nomes conhecidos. Ou abrir espaço para novos atores, fora do padrão convencional, a exemplo de Hulk e Joaquim Barbosa.

Ou quem sabe até viabilizar uma candidatura Temer, que, se o vento soprar a seu favor, pode constituir um elemento-surpresa no pleito.

De minha parte, torço pelo sucesso do país. Sempre acho que quanto melhor, melhor.

Se a economia estiver equilibrada, as paixões cegas perdem forças e serão maiores as chances do eleitor fazer escolhas equilibradas em outubro.

Equilíbrio não é tudo mas é muito do que o Brasil precisa.

Por: José Nivaldo Júnior - Publicitário, Escritor, Membro da Academia Pernambucana de Letras e Autor do Best-Seller internacional “Maquiavel, o Poder”.


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