Mão-Pé-Boca, uma virose infantil, preocupa mães no Recife

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Mão-Pé-Boca, uma virose infantil, produz manchas na pele e tem afetado bebês no Recife. Doença pode ser bem dolorosa para os pequenos



Pela aparência, de bolhas e febre alta, algumas mães suspeitaram de sarampo
Foto: Arthur de Souza

Mais uma doença exantemática (que produz manchas vermelhas no corpo), dessa vez prevalente em bebês, tem tirado o sossego das mães nas últimas semanas no Recife. Pela aparência, de bolhas e febre alta, algumas delas suspeitaram de sarampo, até terem o diagnostico final de que se trata de uma virose infantil, a Doença Mão-Pé- Boca (HFMD, sigla em inglês). A enfermidade, provocada por um vírus chamado Coxsackie, tem contagio oral/fecal e, em geral, não traz complicações graves para as crianças, mas pode ser bem dolorosa e sofrida para os pequenos pacientes.

“No início de março, meu filho teve febre muito alta e posteriormente começou um suposto resfriado. Fiquei tratando como se fosse resfriado até que 15 dias depois a febre alta voltou e três dias depois começou aparecer umas bolhinhas pelo corpo. Pensei até q fosse sarampo”, contou a analista de controladoria, Karine Viana, 31 anos, mãe de Antônio, de 2 anos e 6 meses. A suspeita da mãe não se confirmou e a médica da criança apontou que o quadro era de Mão-Pé-Boca.

Preocupada de como o menino teria pego a doença, Karine chegou a buscar a escola para saber se outras crianças tiveram sintomas semelhantes e a resposta foi positiva, principalmente para quadro de resfriado. A unidade de ensino particular confirmou que alguns alunos pequenos tiveram a enfermidade, mas que a situação já estava controlada. O pequeno Murilo, de 1 ano e 11 meses, também passa por situação parecida. “Eu desconhecia a doença e fiquei bastante assustada quando vi ele assim”, comentou a mãe Monique Mota Gaudereto, 27. As bolhas no menino atingiram quase todo o corpo. Da febre até o aparecimento das manchas pelo corpo só se passou um dia.

A infectologista do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), Regina Coeli, confirmou que nas emergências pediátricas têm aumentado o número de pequenos pacientes com HFMD. Segundo ela, a doença tem uma sazonalidade que está, em alguns casos, relacionada ao período chuvoso que provoca confinamento e maior proximidade das crianças nos espaços.

“A contaminação é fecal-oral e, às vezes, pela saliva. É muito comum em creches e escolinhas as crianças colocarem os copos umas das outras na boca, brinquedos um dos outros e até a comida. A contaminação acaba se dando por ai”, explicou. A médica disse ainda que o tipo de vírus em circulação por aqui é mais brando, mas ainda assim inspira cuidados. A regra é o surgimento das bolhas na boca (em forma de aftas), palma das mãos e palma dos pés, mas há casos em que o exantema se espalha pelo corpo todo. “A complicação maior é a desidratação porque por falta de ingesta, já que os pacientes ficam com umas aftas na boca. Devido à dor, o bebê fica chatinho para se alimentar”, disse.

 Um cardápio contra a virose


Para enfrentar a infecção, que em geral pode durar de três a sete dias, o tratamento acontece para os sintomas com antialérgicos, antitérmicos e medicações para as aftas. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que a Doença Mão-Pé-Boca não é de notificação obrigatória e, por isso, não há dados sobre o adoecimento. A pasta ainda disse que não foi informada por nenhuma unidade de saúde sobre comportamento explosivo da enfermidade.


Por: Folha PE.


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