Quem conheceu Severino Cavalcanti, ex-presidente da Câmara dos Deputados, sabe que a sua morte deixa uma lacuna na sociedade pernambucana.

Ele faleceu, hoje, com quase 90 anos de idade, em sua casa, no Recife, e antes que alguém confunda, adianto que a causa do óbito não foi a Covid-19.

Era conhecido como Zito, principalmente no Agreste Setentrional de Pernambuco. Foi deputado estadual por sete legislaturas e federal em três. Também foi prefeito de João Alfredo por dois mandatos.
Conheci-o há muitos anos e nossa aproximação era das melhores. Sempre esteve presente nos eventos que nós organizamos, a exemplo da Feijoada Vip e do Prêmio Personalidades Gold, além dos lançamentos de livros aos quais ele fazia questão de prestigiar. Foi padrinho de formatura de minha filha Ariana Marques e sempre se dispôs a nos receber em sua residência em Brasília.

Severino deixa viúva Dona Amélia, com quem teve os filhos Zé Mauricio, Ana Catharina Cavalcanti e Severino Cavalcanti Júnior (in memoriam), ex-prefeito de João Alfredo. Os filhos deram a ele quatro netos e dois bisnetos.

O ex-presidente da Câmara dos Deputados será enterrado em João Alfredo, sua terra natal, no final de hoje (15/07). Deixamos nossas condolências à família Cavalcanti em nome de Dona Amélia, a ex-deputada estadual Ana Cavalcanti (por quem tenho grande carinho), Zé Maurício e sua esposa Olga.

Biografia

Filho de João Vicente Ferreira e Maria Amélia Cavalcanti Ferreira, Severino Cavalcanti entrou na política filiado a União Democrática Nacional (UDN). Pela UDN, foi prefeito de João Alfredo em 1964, deputado estadual em Pernambuco de 1967 a 1995 e federal de 1995 a 21 de setembro de 2005.
Em 2005, então deputado federal, concorreu à presidência da Câmara dos Deputados, e venceu o pleito de forma surpreendente, pois se acreditava que o candidato oficial do Governo Lula, Luís Eduardo Greenhalgh, seria o vencedor. Analistas políticos acreditam que a crise interna pela qual o governo passava levou à vitória de Severino Cavalcanti.
Era conhecido por suas posições firmes sobre diversos assuntos. Foi contrário à prática do aborto e à homossexualidade em geral (desde o beijo homossexual em público até a união civil entre duas pessoas de mesmo sexo, passando pela Parada do Orgulho LGBT). Colocou-se em várias ocasiões como o representante dos católicos no Congresso e em defesa da família brasileira. Também foi segundo vice-presidente e primeiro-secretário da Câmara dos Deputados e ocupou a corregedoria da Câmara por duas vezes. Entre os seus projetos de sua autoria, estava o que acabava com a imunidade parlamentar para crimes comuns e o que institui o salário “mãe-crecheira”, destinado a mulheres carentes com filhos menores de seis anos.