O CAMINHO DA FÉ: REFLEXÕES SOBRE A SEMANA SANTA E A RESSURREIÇÃO DE JESUS CRISTO

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Por: Dr. Professor Pedro Ferreira de Lima Filho.


A verdade da Ressurreição do Senhor, central para a fé cristã, é transmitida de geração em geração desde o Domingo de Ramos até o próprio Domingo de Páscoa. Durante a Semana Santa, os eventos que culminam na Ressurreição são reencenados e celebrados por meio de rituais religiosos, como procissões, missas e momentos de reflexão.

No entanto, as religiões enfrentam desafios significativos para transmitir essa mensagem em uma sociedade moderna e tecnológica. Nos grandes centros urbanos, onde a tradição muitas vezes é deixada de lado em favor de estilos de vida mais secularizados, a transmissão da fé enfrenta retrocessos. O ritmo acelerado da vida moderna, a influência da mídia e a crescente secularização são alguns dos obstáculos enfrentados pelas religiões.

“Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12,2).

Por outro lado, nas regiões do interior, como em Surubim, Pernambuco, a tradição ainda se mantém viva. Nestes lugares, a comunidade se une para celebrar as festividades religiosas com fervor e devoção. A tradição é passada de pais para filhos e continua a desempenhar um papel central na vida cotidiana das pessoas.

“Ensina a criança no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele” (Provérbios 22,6).

O dilema entre tradição, modernidade e inovação tecnológica, e o choque de gerações resultante, aponta para uma reflexão profunda sobre o papel da fé e da cultura na sociedade contemporânea. É necessário encontrar maneiras de conciliar a mensagem de amor, perdão e esperança transmitida pela Páscoa com os desafios e mudanças da era moderna, a fim de preservar valores essenciais para a humanidade.

“Porque tudo o que foi escrito no passado, foi escrito para nos ensinar, de forma que, por meio da perseverança e do bom ânimo procedentes das Escrituras, mantenhamos a nossa esperança” (Romanos 15,4).

A Semana Santa é um período de profunda significância para os cristãos, marcado por uma série de eventos que culminam na celebração da ressurreição de Jesus Cristo no Domingo de Páscoa. Tudo começa com o Domingo de Ramos, que comemora a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, onde é saudado com ramos de palmeira. Essa entrada simboliza a esperança messiânica e o reconhecimento da realeza de Jesus pelos que o acompanhavam.

“A grande multidão que tinha vindo à festa, ouvindo que Jesus estava a caminho de Jerusalém, tomou ramos de palmeira e saiu ao seu encontro, clamando: ‘Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel!’” (João 12,12-13).

Nos dias seguintes, Segunda e Terça-feira Santa, os fiéis participam de liturgias especiais e momentos de reflexão em preparação para os eventos centrais da Semana Santa. A Quarta-feira Santa, conhecida como “Quarta-feira de Trevas”, é um dia de penitência, recordando a traição de Judas e os eventos que levaram à prisão de Jesus.

“Então, um dos doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os principais sacerdotes e lhes perguntou: ‘Que me quereis dar, e eu o entregarei a vós?’ E ajustaram-lhe trinta moedas de prata” (Mateus 26,14-15).

A Quinta-feira Santa é marcada pela Última Ceia de Jesus com seus discípulos, durante a qual instituiu a Eucaristia e o sacramento da comunhão. Neste dia, também é lembrado o gesto de humildade de Jesus ao lavar os pés de seus discípulos, um exemplo de serviço amoroso.

“Depois, deitou água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido” (João 13,5).

A Sexta-feira Santa é o ponto central da Semana Santa, quando os cristãos recordam a crucificação de Jesus. Este dia é marcado por liturgias especiais, como a Via Crucis, que recria os eventos que levaram à crucificação, e a liturgia da Paixão, seguida pela veneração da cruz.

“E, tendo ali chegado, crucificaram-no, bem como aos malfeitores, um à sua direita e outro à sua esquerda” (Lucas 23,33).

No Sábado Santo, ou Sábado de Aleluia, a Igreja observa um dia de silêncio e espera, preparando-se para celebrar a ressurreição de Jesus. É durante a Vigília Pascal que se inicia a celebração da Páscoa, marcando a vitória de Cristo sobre a morte e o início de uma nova vida para os cristãos.

“Esta é a noite em que se celebra a Páscoa do Senhor, a sua santa Páscoa, na qual Cristo, o verdadeiro Cordeiro, foi imolado” (Exultet da Vigília Pascal).

Finalmente, o Domingo de Páscoa representa o ápice das celebrações da Semana Santa, quando os cristãos celebram a ressurreição de Jesus Cristo. É um dia de alegria e esperança, marcado por missas festivas, cantos de aleluia e a partilha da comunidade, renovando a fé na promessa de vida eterna.

“Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra” (Jó 19,25).

Estes eventos, transmitidos de geração em geração, são fundamentais para a fé cristã, lembrando aos fiéis o sacrifício e a redenção de Jesus e renovando a esperança em um futuro de paz e salvação. A ressurreição de Jesus Cristo desafia conceitos de mortalidade e inspira esperança em uma vida além da morte, levantando questionamentos sobre o propósito da existência humana e o caminho para a redenção pessoal.

Por: Dr. Professor Pedro Ferreira de Lima Filho - Articulista, 
Colunista Especial, Correspondente Jurídico, Polímata e Professor Universitário. E-mail: filho9@icloud.com


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