COMBINAÇÕES QUASE IRREALIZÁVEIS

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Maria Teresa Freire.


Um encontro a ser marcado. Entre mulheres. Grupo pequeno, oito aproximadamente. A negociação inicia. Uma não pode segunda, terça, quarta, quinta e sexta viaja com o marido. Ou seja, não pode nenhum dia. Mas, por honra de um café com amigas queridíssimas abrirá uma brecha na sua  agenda tão lotada. Que generosa! Entretanto, a brecha tem que combinar com o dia em que as outras estão disponíveis.

Aí, a negociação arrefece, ou melhor, desanda. Um dia, alguém não pode por causa de sei lá o que, em mais outro alguém tem compromisso, e vão tentando. Vai e vem mensagem por whats. Combinam, ou descombinam (ainda não sei bem) sobre o encontro, e aproveitam para enviar figurinhas, imagens, coraçõezinhos, bichinhos, tudo amorequinho. Mas o encontro está encroado. 

É consulta médica, neto para cuidar, outro ‘lanche’ para comparecer, buscar família no aeroporto, levar para o aeroporto, enfim, atividades aqui e acolá. Uma montanha de compromissos que são tão... digamos, compromissados que dificultam o sonhado acordo. Todavia, depois de mais de duas semanas acertando as impossibilidades, acabam por definir o quase indefinível: dia e hora para o tal café!

Ainda assim, uma ou outra informa na última hora que não será possível comparecer, por conta de .... ah!  Já nem lembro mais!  É muita justificativa, as às vezes, meio aguada. Que seja, de tantas, meia dúzia aparece. Número até respeitável, levando-se em conta agendas repletas. Porém, a conversa animada e o vozerio impressionante faz parecer um encontro de dezenas. Contam novidades alegres, algumas tristonhas, de si mesmas, de outras conhecidas, de tempos passados, futuros, questionam, respondem. Entusiasmadas em se verem, prometem outro encontro, não muito distante. Será?

Ah!  E o jantar das mulheres que viajam juntas, de vez em quando? Adiado, é a palavra de ordem. Sempre tem gente indo ou chegando. Não dá para juntar todas. E esmorecem. De repente, alguém pergunta: e o nosso jantar? Os entendimentos iniciam novamente. O local até que não é complicado. Central, para facilitar a todas. E repetem o restaurante, que geralmente agrada. A mesma coisa para definir dia: vai e vem mensagens no whats, até que um acordo é firmado. Parece até negociação internacional sobre meio ambiente. Vamos defender a Amazônia! Ops! O dia do jantar! Resultado: noite marcada, restaurante reservado. Aguardam o dia. Alguém desmarca de última hora. Inevitável! Afinal, o grupo é quase todo formado por mulheres...

Mas, perpetuando a tradição, a animação corre solta, em clima de alegria em ver uns aos outros. Viagens juntas para relembrar. Viagens separadas para relatar. Locais novos para serem conhecidos. Aventuras a serem descritas. Muita novidade para atualizar e futuras viagens a planejar. Assim como outro jantar. Em um futuro não muito distante. Será? 

Por: Maria Teresa Freire - Jornalista, Escritora, Poeta, 
Presidente da AJEB – Coordenadoria do Paraná.
Presidente da ALB - Paraná.



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