Mariza Paula Barbosa no auge da sua juventude. (Foto: Reprodução/WhatsApp).

Na manhã desta segunda-feira, 24 de fevereiro, Surubim perdeu uma de suas grandes guardiãs da memória e da cultura. Mariza Paula Barbosa faleceu no Hospital Arlindo Moura, em Moreno, vítima de uma parada cardíaca. Internada para uma cirurgia devido a uma fratura no fêmur, não resistiu antes mesmo do procedimento. Seu corpo será levado diretamente do hospital para o Cemitério São José, onde descansará junto aos seus antepassados.

Mariza, que completaria 83 anos em abril, encontrava-se em Recife há meses em uma clínica de repouso. Seu nome está profundamente ligado à identidade histórica de Surubim, através de seu trabalho como tapeceira, museóloga, pesquisadora e historiadora. Seu livro "Surubim Pela Boca do Povo" é um verdadeiro tesouro documental, reunindo depoimentos de personagens que viveram e construíram a história do município. Através de sua obra, garantiu que as vozes da cidade jamais se perdessem no tempo.

A vida de Mariza foi marcada não apenas pela paixão pelo passado, mas também pela resistência. Durante a ditadura militar, enfrentou perseguição e precisou deixar sua terra, vivendo no Rio de Janeiro e, posteriormente, em Moçambique. Esteve também na Ilha de Itamaracá antes de retornar a Surubim, em maio de 1984, onde iniciou seu mais importante projeto de pesquisa sobre a memória e cultura local.

Cinco anos mais tarde, fundou a Associação dos Amigos de Surubim e o Museu Histórico de Surubim, um esforço monumental para preservar a identidade do povo surubinense. Infelizmente, o museu não resistiu à falta de apoio, mas sua obra literária seguiu firme, sendo um marco inestimável na historiografia municipal.

Mariza Paula Barbosa deixou um legado que transcende sua presença física. "Mariza de Surubim". Seu trabalho segue vivo, inspirando aqueles que desejam conhecer e preservar a rica memória da cidade e seu povo.

Que sua jornada seja acolhida na eternidade, e que sua história continue sendo contada por gerações.

Mariza do Museu como era conhecida em Surubim, morou muitos anos em Paris, estudava e pesquisava, era uma pesquisadora nata!

Por: Maluma Marques.