JORNALISMO: A TRAJETÓRIA DA INFORMAÇÃO NA CONQUISTA DAS MENTES

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A ideia desse texto não é relembrar fatos jornalísticos passados ou aspectos históricos do Jornalismo no Paraná ou no Brasil.

Quero abordar sobre aspectos da própria essência do Jornalismo. As críticas sobre essa área são ácidas e acusatórias de falta de veracidade, de imparcialidade e até de ética. Tratam a área jornalística com desdém, muitas vezes, por ser manipulada pelas correntes fortes do poder (governos, empresas, etc).

Todavia mesmo para criticar é preciso conhecer um pouco sobre o Jornalismo. Primeiro de tudo, é preciso estudar Jornalismo para ser jornalista. Inerente ao fato da obrigatoriedade ou não do diploma. Quem opina causticamente sobre a atividade jornalística, desconhece que por trás dessa mesma atividade existe, ou deveria existir, um Curso planejado com base na dualidade: teoria e prática. Ou seja, na prática a teoria baseia-se na produção séria (e isenta) e na reflexão permanente.   

Essa orientação, tanto nos cursos como na profissão, permite o desenvolvimento de uma capacidade que o ser humano deseja, mas não pode realizar, a não ser Deus: a UBIQUIDADE.  O fato de estar presente ou existir concomitantemente em todos os lugares. 

Como nós não podemos estar em todos os lugares ao mesmo tempo, a notícia, a informação transmitida pelos vários meios de comunicação, nos dá a sensação, talvez não de estarmos, mas de sabermos e acompanharmos o que existe em outros lugares pelo mundo afora.

Além disso, tentamos ter o dom da ubiquidade, ou seja, estarmos presentes em todos os lugares ao mesmo tempo, através da ALTERIDADE, pois a ilusão da onipresença é construída pelas informações produzidas pelo outro. (Penna, F. p. 22, 2008)

ALTERIDADE é a condição do que é o outro, do que é distinto. É o reconhecimento da individualidade e das especificidades do outro ou de um outro grupo. Exercer ALTERIDADE é agir com empatia, respeito e tolerância. É o reconhecimento de que existem pessoas e culturas singulares e subjetivas que pensam, agem e entendem o mundo de suas próprias maneiras. 

O que UBIQUIDADE e ALTERIDADE tem a ver com o Jornalismo? 

Não somos ubíquos, ou seja, onipresentes, mas queremos acreditar que sabemos o que acontece nos mais longínquos rincões do universo. Para tanto, enviamos correspondentes, relatores ou alguma tecnologia que possa substituir o relato do homem. Pois, ficar sem saber o que acontece no mundo, no nosso entorno aterroriza o nosso imaginário. 

Então, a natureza do Jornalismo está no medo? Como assim?

O medo do desconhecido que leva o ser humano a querer exatamente o contrário, ou seja, conhecer. 

Dessa forma, a vida pode ser melhor administrada. Não basta termos cientistas, filósofos, navegadores, astronautas e por aí vai. É preciso que eles façam relatos, reportem informações a outras pessoas que buscam segurança e a estabilidade do “conhecimento”. Esse aspecto de segurança e estabilidade na vida amparado pelo conhecimento oferecido pelos meios de comunicação amplia a ação jornalística para além do ato de ‘dar’ notícias, como geralmente as pessoas se referem. O Jornalismo se mescla com várias áreas, senão todas, ao possibilitar a atualização ampla das pessoas por meio de suas matérias, artigos, colunas, reportagens, coberturas, notas, entrevistas, editoriais, crônicas, e alguns outros.

A todo esse extenso composto, muito além da simples notícia, podemos denominar JORNALISMO. 

Tanto que temos várias áreas do Jornalismo, para que ele se realize de forma mais aprofundada e completa: JO  impresso, digital, radiofônico, investigativo, fotojornalismo, corporativo, assessoria de imprensa, assessoria de comunicação, esportivo, de dados (análise e visualização de dados, televisivo, cultural, de moda, científico, econômico, político, policial, de viagem. Quanto mais especializado for o jornalista, mais completa e fundamentada será o texto que ele veicular.

 Na especialidade da informação, a mente necessitada será conquistada. 

Retomando a acusatória de que pode haver a possibilidade de manipulação da notícia pelo jornalista, consideremos outro aspecto: qual o poder que as fontes privilegiadas têm na construção dessas notícias?

As possíveis distorções dos noticiários em geral não seriam consequência de uma simples ‘conivência’ dos profissionais de imprensa  com os dirigentes  da classe hegemônica, mas na verdade uma subordinação às opiniões das fontes que têm posições institucionalizadas, também chamadas de “definidores primários”.  

Quantas vezes esses ‘líderes institucionalizados’ norteiam o trabalho da imprensa em situações específicas, pois são os primeiros a serem procurados para as entrevistas. Aquilo que os definidores primários declaram influencia o restante da cobertura, inclusive ao buscar as causas para o acontecimento (positivo ou negativo). 

A conquista de mentes pelo Jornalismo é constante, pois que é ação que nos acompanha 24 por dia, todos os dias. Diversos meios são utilizados para tal objetivo:

Comunicação Social – mudança de comportamento e atitude em relação à saúde, educação e meio ambiente.

Reportagens investigativas – investigação sobre problemas que afetam a sociedade, para que ela aja e se posicione.

Debates e entrevistas – diferentes pontos de vista expostos.

Comunicação digital – acesso amplo e rápido à informação; checagem e cuidado com disseminação de notícias falsas. 

Estamos conquistando suas mentes?  

Estamos tentando:

- Oferecendo bons cursos.

- Preparando alunos em várias áreas jornalísticas.

- Com profissionais mais especializados para noticiar, reportar com profundidade e complementação.

- com coberturas amplas internacionais, nacionais e locais.

- Vigilância permanente na imparcialidade e precisão das matérias e reportagens.

A conquista das mentes, na realidade, é a conquista da confiança do público e da credibilidade dos meios de comunicação. 






Por: Dra. Maria Teresa Marins Freire - Jornalista e escritora.



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