A PRESERVAÇÃO DO TELE TRABALHO COMO CONQUISTA SEM VOLTA

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Paulino Fernandes de Lima.


A Pandemia da Covid 19 trouxe incontáveis e irreparáveis perdas, em tema de vidas humanas, sem contar os prejuízos materiais que a humanidade experimentou, pois o indesejável período chegou de forma inesperada, sem que tivéssemos a experiência necessária para seguir a vida.

Entretanto, como é da essência humana reagir às intempéries, a sociedade foi forçada a implantar inovações, em busca da sua própria sobrevivência, a qual mesmo que não se ache, presentemente, perfeita e acabada, mostra-se bem mais adaptada e evoluída, quando se compara com aquele tenebroso tempo.

Especificamente, em relação às modalidades de trabalho até então exercidas, embora já contássemos, desde 2020, com um aparato tecnológico avançado, os costumes ou o próprio receio de se desbravar novas formas de labor emperravam o necessário mergulho nas águas desconhecidas, em que não nos banhávamos.

Por isso, o exercício de atividades remotas foi implementado de forma gradual, mas muito lentamente, restringindo-se, no início, a transações comerciais, como a de adquirição de alimentos ou de produtos em geral.

O uso de plataformas digitais passou a ser mais comum, quanto mais a experiência deixava claro que era possível e que funcionava. Obviamente, a hesitação, ainda hoje presente, por exemplo, nas relações de consumo, quando da compra de produtos ou de serviços, não advém da descrença quanto ao funcionamento, mas da segurança das operações que ainda hoje reclama aprimoramento.

No que tange, porém, à viabilidade de tais operações (por mais delicadas que sejam), não há dúvida de que é incontestável, tanto que até os estabelecimentos que antes eram resistentes à comercialização, por meio virtual, aderiram, maciçamente aos ditames da nova ordem tecnológica, até para evitar o desbancar de suas atividades.

As empresas que se muniram de meios para driblar os impactos negativos que a restrição inerente aos estabelecimentos físicos oferecia, foram justamente as que conseguiram atravessar a crise econômica que dizimou milhares de outras.

Ora, logicamente, era melhor se continuar com as atividades, mesmo sob uma nova modalidade de funcionamento, do que ceder às pressões medonhas, que foram impostas em tempos de exceção, as quais atingiram, sem dó nem piedade, os que não estavam preparados para os novos desafios.

Obviamente, que dentre os atingidos pela crise sanitária de caráter econômico, havia os que não detinham condições de se equiparem, com tecnologia capaz de resistir ao vendaval dilacerante que se instalou, de forma indesejável, com a Pandemia mundo afora.

O fim de muitas empresas foi, fatalmente, a cessação permanente de suas atividades; mas o de muitas outras foi o de uma verdadeira reformulação, que conseguiu deixá-las de pé, ainda que o lucro passasse a ser procrastinado.

Com o advento de recursos que o mundo cibernético proporciona, espantosamente, a cada dia, o que poderia parecer um adversário bem ameaçador ao trabalho e emprego, passou a ser o meio, por excelência, adotado, para a sobrevivência.

Obviamente, não bastava se possuir aparato tecnológico, mas condições intelectuais para a sua utilização. Foi por aí que o capital intelectual passou a ser a matéria-prima mais buscada, tanto por pequenas empresas que começaram a se inserir no mercado; como por grandes conglomerados comerciais, que passaram a investir, pesadamente, em quem detivesse domínio das ferramentas necessárias ao desenvolvimento de tais grupos.

Com a nova realidade que se impunha entre nós, ninguém poderia ficar de fora da implantação de novas formas de trabalho. Por isso, escolas, faculdades, órgãos e entidades públicas ou privadas em geral, tiveram de se reinventar.

Para tanto, passou-se a adotar o tele trabalho de forma cada vez maior, reduzindo custos e obtendo melhores resultados, de forma bem mais rápida, o que trouxe, consequentemente, melhor desempenho dos trabalhadores.

Presentemente, é praticamente impossível se pensar o mundo do trabalho, sem a modalidade virtual, ou remota, como alguns preferem chamar.  

Por: Paulino Fernandes de Lima - Defensor Público e Professor.


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