CHACRINHA UM ILUSTRE SURUBINENSE ESQUECIDO

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Neste ano, se estivesse vivo, José Abelardo Barbosa de Medeiros, o Chacrinha, teria completado 98 anos de vida. Nascido em 30 de setembro de 1917 em Surubim (então Distrito de Bom Jardim), o pernambucano tornou-se o maior comunicador da história da televisão brasileira e o surubinense mais ilustre no país.

Iniciou sua carreira como locutor da Rádio Tupi do Rio de Janeiro em 1939 e em 1943 lançou um programa de carnaval na Rádio Fluminense, alcançando sucesso absoluto. Depois disso, o Velho Guerreiro, título dado pelo cantor Gilberto Gil em sua canção “Aquele abraço”, não parou mais de fazer sucesso.

Estrelou na televisão com o programa Rancho Alegre na TV Tupi em 1956 e só deixou a tv com a sua morte. Com os programas Buzina do Chacrinha e  Discoteca do Chacrinha, fez grande sucesso na TV Globo. Mas foi em 1982, com a fusão dos dois programas no Cassino do Chacrinha, o seu grande auge.

Chacrinha foi sem sombra de dúvida o maior ícone da comunicação brasileira. Com o dom de fazer o povo sorrir e esquecer seus problemas, o Brasil parava em frente a tv para dar gargalhadas e se divertir. De Norte a Sul, dos mais ricos aos mais pobres, o fenômeno encantava os telespectadores com seus bordões. “Teresinha!”, “Vocês querem bacalhau?”, “Eu vim para confundir, não para explicar!” e “Quem não se comunica, se trumbica!” marcaram a vida de milhões de brasileiros e de gerações que acompanharam seus programas. Alegria, brincadeira e irreverência, eram essas suas principais características.

Surubim tornou-se conhecida nacionalmente não apenas por ser a Capital da Vaquejada, mas a Terra de Chacrinha, o qual deu nome também ao seu carnaval. No entanto, embora com todo esse sucesso, hoje o Velho Guerreiro é esquecido dos seus conterrâneos. Restam poucas lembranças que fazem os jovens saberem quem foi esse mito que conquistou milhões de fãs e fez o país parar com sua morte, em 30 de junho de 1988, vítima de um infarto no miocárdio, aos 70 anos.

Infelizmente o único museu que havia na cidade dedicado a mostrar um pouco da vida do artista foi fechado em meados da década de 90 por falta de apoio público e nunca mais foi reaberto. Em sinal de luto, uma de suas primas que cuidava do museu, o qual possuía um rico acervo de objetos e roupas usados pelo apresentador em seus programas de tv, mandou pintar a fachada do prédio de preto. Atualmente todo o acervo pertence ao empresário de Surubim João Batista, dono da empresa de panificação Cristal.

Na entrada da cidade não se encontra sequer uma placa fazendo alusão ao ilustre surubinense, nem a outro conterrâneo também importante, o compositor de frevo Capiba. Na era da comunicação, Surubim sepulta a memória de seu filho mais conhecido e deixa sua herança cultural entregue a própria sorte. Não por acaso, se lê na fachada do museu que existia em sua homenagem, localizado na Avenida Agamenon Magalhães a seguinte frase: “POVO SEM MEMÓRIA, POVO SEM HISTÓRIA”.

Restou a saudade e a esperança de que um dia esse artista, um dos mais aclamados do Brasil, possa receber a devida homenagem que merece do seu povo.
( Crédito: João Paulo Lima )


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Um comentário:

  1. Agradeço pela publicação de meu texto em seu blog e parabenizo pelo blog.

    Abraço!

    Prof. João Paulo Lima
    Surubim-PE

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