Espetáculo acontecerá nos dias 25 a 27 de março, no Marco Zero.

Governo de Pernambuco ainda não sinalizou apoio financeiro a encenação.

A Paixão de Cristo do Recife, que chega neste ano a sua 20ª edição, vai ter um dia a menos de espetáculo. A encenação acontece apenas da Sexta-feira da Paixão (25) ao Domingo de Páscoa (28). Normalmente, seriam quatro dias no Marco Zero, região central do Recife. Segundo o diretor e ator José Pimentel, que interpreta Jesus na peça, o problema é a falta de patrocínio.

"Vamos diminuir o número de espetáculos por conta da crise e da falta de recursos. A Prefeitura do Recife vai dar o mesmo valor do ano passado, R$ 300 mil, e ainda assim a gente teve que se adequar. O governo do estado ainda não acenou com a possibilidade de apoio. No ano passado deram R$ 250 mil e ainda devem 25% (R$ 62.500) deste valor", afirmou Pimentel, que interpreta Jesus há 39 anos em diversos espetáculos.

Segundo o diretor, para que o espétaculo, que é gratuito para o público, saia da melhor forma é necessário um investimento por volta de R$ 700 a 800 mil. "A gente está lutando. O espetáculo tem um custo muito alto e o ideal para cobrir todos os gastos, dar uma melhorada no nosso guarda-roupa, no nosso cenário e show pirotécnico fica por volta de R$ 700 a 800 mil. Então, infelizmente, não vai ser um espetáculo igual ao de outros anos", disse o diretor.

"A gente complementa essa falta de dinheiro com a paixão das pessoas que participam. O cachê que pagamos aos atores não é ideal, o telão para o público não é o melhor, mas as pessoas querem participar", finalizou.

Em nota, a Empresa Pernambucana de Turismo (Empetur) informou que a organização da Paixão de Cristo do Recife só deu entrada no setor de Prestação de Contas dos documentos faltantes, na última sexta-feira (11), referente a encenação de 2015.

"O proponente foi notificado diversas vezes sobre a pendência documental junto à Empetur. A partir da entrada, o setor financeiro da Empetur fez o encaminhamento do processo para a Secretaria de Fazenda do Estado que irá realizar o pagamento da segunda parcela. Já para a encenação 2016, a Empetur ainda não recebeu nenhuma solicitação formal de patrocínio por meio da organização do evento", diz o texto.

Já a Secretaria da Casa Civil respondeu que "devido à restrição orçamentária muitos projetos ainda estão sob análise. Se no ano passado puderam ser incentivados, neste ano, com a grande crise e falta de orçamento, serão analisados pela Secretaria da Fazenda ainda".

Por: G1