Tecnologia francesa pode ajudar a monitorar tubarões em Pernambuco

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Chrisar-LAB foi apresentado ao governo do estado nesta terça-feira (14).

Software descobre localização de animal dentro do mar pelo som que emite.

Desde 1992, 24 pessoas morreram vítimas de ataques no litoral pernambucano (Foto: Rede Globo)
Uma tecnologia desenvolvida na França pode ajudar o governo de Pernambuco a aprimorar o monitoramento de tubarões no litoral do estado. Trata-se do Chrisar-LAB, um software capaz de descobrir a localização de um animal subaquático por meio dos sons que ele emite. Os detalhes foram apresentados pelos europeus à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação nesta terça-feira (14).

O equipamento, produzido pelo grupo Chrisar há 17 anos, consiste em um aparato tecnológico que conecta o computador a um microfone e uma antena colocados dentro do mar. O processo começa quando o microfone capta os sons emitidos no oceano e repassa esses ruídos à antena. Depois, o aparelho envia a frequência sonora de cada som para o programa instalado no computador, informando o ponto de onde vem o ruído.

“O software recebe por conexão wi-fi e identifica se o som foi emitido por um tubarão, dentro de uma faixa de frequência que sabemos que é do animal. O microfone é capaz de captar som a centenas de quilômetros de distância”, explica o representante da Chrisar no Brasil, Michel-Henri Perennes.

Com as informações de quem emitiu o ruído e do ponto onde o animal se encontra, o Comitê de Monitoramento de Ataques de Tubarão (Cemit) da Secretaria de Defesa Social do estado pode atuar para alertar os banhistas sobre a iminência de um ataque. Também podem ser realizadas medidas para afastar o tubarão da orla.

Detalhes foram apresentados à Secretaria de Ciência e Tecnologia nesta terça (Foto: Artur Ferraz/G1)
A ideia de fabricar o software surgiu no início da década de 90 com o objetivo de evitar as mortes de baleias que se chocam com navios no Mar Mediterrâneo. Como o equipamento é feito para detectar a presença do mamífero, e não de um peixe, ainda é preciso descobrir como o Chrisar-LAB pode identificar especificamente os sons transmitidos pelos tubarões. Para isso, é necessário um novo estudo.

“É uma aplicação de interesse do estado. A gente tem que ver o que eles (os franceses) já têm para aproximar os órgãos e desenvolver um tipo de parceria. A gente deve explorar, mas tem que encontrar nichos com empresas e pesquisadores daqui para desenvolver essa tecnologia em Pernambuco. Eles trouxeram a ideia e a gente vai discutir onde encontrar o financiamento para as pesquisas”, afirma a secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação do estado, Lúcia Melo.

Recorde

No ano passado, Pernambuco registrou o único ataque de tubarão no Brasil. Segundo pesquisa conduzida pela Universidade da Flórida, nos EUA, 2015 foi um ano de recorde de ataques em todo o mundo. O único caso verificado no país nesse ano foi o de um turista paranaense que perdeu a mão e uma parte do braço direito após ser mordido no arquipélago de Fernando de Noronha. Desde 1992, 24 pessoas morreram vítimas de ataques na costa pernambucana.
Por: G1.


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