PF indicia ex-gerente da Refinaria Abreu e Lima por corrupção passiva

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Glauco Legatti também foi indiciado pelo crime de organização criminosa.
Outras duas pessoas foram indiciadas; caso é referente à Lava Jato.


Refinaria Abreu e Lima fica em Suape, no Litoral Sul de Pernambuco (Foto: Katherine Coutinho / G1)
A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-gerente-geral da Refinaria Abreu e Lima (RNEST) – que fica em Suape, no Litoral Sul de Pernambuco – Glauco Legatti pelos crimes de corrupção passiva e organização criminosa por suposto envolvimento no esquema  descoberto na Petrobras pela Operação Lava Jato.

Também foram indiciados Shinko Nakandakari, apontado pelo Ministério Público Fderal (MPF) como operador financeiro, que tem acordo de colaboração com a força-tarefa da Lava Jato, por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e pertinência a organização criminosa; e Erton Medeiros Fonseca pelos mesmos três crimes. Fonseca era diretor da Galvão Engenharia.

O despacho de indiciamento, assinado pela delegada Renata da Silva Rodrigues, é de 26 de dezembro de 2016.

O G1 tenta contato com os advogados dos indiciados.

Indiciamento

De acordo com o indiciamento, Glauco Legatti recebeu vantagens indevidas alcançadas por Shinko Nakandakari, operador financeiro da Galvão Engenharia, para obter benefícios e concessões no âmbito do contrato da RNEST nos anos de 2013 e 2014.

"Com o ato de indiciamento, e já constante dos autos elementos de informações que possibilitam um juízo positivo do cometimento dos delitos – ao menos quanto ao pagamento de vantagens indevidas operacionalizado por Shinko Nakandakari, a pedido de Erton Fonseca, em favor de Shinko Nakandakari, pela concessão e manutenção de benesses no âmbito da RNEST –, entendo esgotadas as diligências cabíveis na esfera policial", concluiu a delegada Renata da Silva Rodrigues.

20ª fase da Operação Lava Jato

Glauco Legatti foi alvo de busca e apreensão na 20ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada em novembro de 2015.

Batizada de "Corrosão", a etapa investigou ex-funcionários da Petrobras por recebimento de valores indevidos de representantes de empresas com contratos relacionados às refinarias Abreu e Lima, e Pasadena, que fica nos Estados Unidos, segundo a PF.

CPI da Petrobras

Em março de 2015, o ex-gerente negou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras ter recebido propina do esquema de corrupção que ocorria na estatal.

À Justiça, o engenheiro Shinko Nakandakari afirmou que pagou R$ 400 mil a Legatti. Segundo Nakandakari, os pagamentos a Legatti continuaram em 2014, mesmo após a deflagração da Operação Lava Jato, em março de 2014.

Legatti foi afastado do cargo de gerente-geral da refinaria em novembro de 2014, depois que a PF deflagrou a sétima fase da Lava Jato, que prendeu executivos de empreiteiras, entre eles, Erton Fonseca.

Condenação

Erton Fonseca já foi condenado a 12 anos de prisão por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Esta sentença é referente à 7ª fase da Lava Jato. Ele recorre em liberdade, com restrições.

Além disso, ele é réu em outro processo oriundo da 33ª etapa da Operação Lava Jato e responde por corrupção ativa.

Erton Fonseca é acusado de oferecer, junto com o ex-presidente da Queiroz Galvão Ildefonso Colares Filho, R$ 10 milhões ao senador Sérgio Guerra, morto em 2014, e ao deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE), no segundo semestre de 2009, para que a CPI da Petrobras não fosse efetiva.
Shinko Nakandakari não tem nenhuma condenação na Lava Jato.

Glauco Legatti era gerente-geral da RNEST (Foto: Reprodução GloboNews)

Por: G1.


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