Peça importante do Globocop ainda não foi localizada, dizem investigadores

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Seripa II constatou, durante montagem da aeronave, ausência de peças que podem auxiliar nas investigações sobre a queda, que deixou dois mortos e um ferido.


Investigadores do Segundo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa II) informaram, nesta quarta-feira (24), que constataram a ausência de uma peça importante do Globocop durante a montagem do helicóptero. A aeronave, que prestava serviço à TV Globo, caiu no mar do Recife na terça-feira (23), deixando dois mortos e um ferido.

Boa parte da fuselagem da aeronave foi retirada do mar na terça. Todos os destroços recolhidos foram levados para a Base Aérea da Aeronáutica, na Zona Sul da capital pernambucana, onde passam por análise. Foi durante a montagem que os investigadores constaram a ausência de uma peça, mas não informaram qual seria, para não atrapalhar as investigações.

Prefixo do Globocop que caiu no Recife pode ser visto na parte da fuselagem retirada do mar (Foto: Aldo Carneiro/Pernambuco Press)
Segundo o Seripa II, a localização de peças conta com apoio de mergulhadores contratados pela empresa Helisae, que presta serviços à TV Globo no Recife há mais de 15 anos e à qual pertence à aeronave de modelo Robinson R44/Newscopter, específica para filmagem aérea.

Os investigadores fizeram ainda um apelo para que, se alguém localizar qualquer pedaço da aeronave, o entregue no posto policial localizado na Praia do Pina.

As polícias Civil e Federal abriram inquéritos para investigar o caso. Segundo o delegado da Polícia Federal Dário Sá Leitão, a fuselagem vai ser periciada com calma para se chegar à conclusão dos motivos do acidente.


A delegada Beatriz Leite, à frente da investigação da Polícia Civil, afirmou que já identificou os moradores que prestaram os primeiros socorros e retiraram os corpos das vítimas do mar.

"Estão sendo intimados e também estamos pedidno as imagens que eventualmente moradores tenham feito. Nós recolhemos uma pasta com alguns documentos da aeronave. Essa pasta nos foi apreentada por uma das pessoas da localidade, para a gente ver se toda a manutenção da aeronave estava em dia, há quanto tempo foi a última manutenção. A gente já viu que tinha um dos itens do qual a validade era agora, dia 2 de fevereiro. Os peritos vão poder analisar se a falha foi da aeronave, se apresentou algum defeito, se a causa foi externa. Talvez a investigação acabe sendo avocada pela Polícia Federal".

Ainda de acordo com Beatriz, no dia de ontem tanto a Polícia Civil quanto a Polícia Federal estiveram no local do acidente. Enquanto a PF acompanhou a retirada dos destroços no período da tarde, a Civil tinha feito as primeiras diligências. "De qualquer forma as primeiras diligências estão sendo tomadas para que não se percam provas", finalizou.

A Polícia Federal informou que o inquérito foi aberto ainda na terça-feira (23), e que um delegado ainda vai ser escolhido para a investigação.

Destroços


A retirada da fuselagem que ficou presa no fundo do mar foi realizada pela empresa Helisae. Ao todo, cinco mergulhadores profissionais participaram do trabalho, dois deles atuando diretamente dentro do mar, outros dois dando instruções e um na supervisão.

Apesar da presença do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar no local do acidente, algumas das peças do helicóptero foram retiradas ao longo do dia por moradores que acompanhavam o trabalho das corporações.

Entre as peças retiradas da água, estava a cauda da aeronave, encontrada quebrada. De acordo com o Seripa II, ainda não há como presumir o que causou a ruptura dessa estrutura específica.

Vítimas


Das três pessoas que estavam na aeronave no momento do acidente, duas morreram. Uma delas, o piloto, Daniel Galvão, tinha 36 anos, era casado e não tinha filhos. Segundo o pai do piloto, Geraldo Galvão, Daniel era apaixonado pela aviação.

A outra vítima fatal do acidente é a 1º sargento da Aeronáutica Lia Maria Abreu de Souza, de 34 anos. Com 17 anos de atuação, ela já trabalhou em São Paulo e no Acre antes do Recife. Segundo a Aeronáutica, ela fazia parte do efetivo do Terceiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta III). Ela foi convidada pela Helisae, empresa dona da aeronave, para participar do voo na noite da segunda (22).

Os dois receberam homenagens ao longo desta quarta-feira (24).

A terceira vítima da queda da aeronave, o operador de sistemas Miguel Brendo Pontes, de 21 anos, segue internada em estado gravíssimo no Hospital da Restauração (HR), na área central da capital, segundo o boletim de saúde, divulgado nesta quarta-feira (24). Ele permanece na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e respira com a ajuda de aparelhos.

Globocop


Assim como Miguel Brendo, Daniel Galvão era funcionário da Helisae, empresa que presta serviços à TV Globo no Recife. Dono da empresa, o comandante Wagner Monteiro informou, em entrevista na terça (23), que a aeronave havia passado pela inspeção anual de manutenção no dia 16 de janeiro. Segundo ele, o helicóptero era mantido pelos padrões técnicos exigidos pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e outros órgãos responsáveis.

Segundo informações da Infraero, o Globocop decolou do hangar, localizado ao lado do Aeroporto Internacional do Recife, no bairro da Imbiribeira, na Zona Sul da capital pernambucana, às 5h50 (horário local) desta terça (23). A aeronave decolou com destino ao litoral.

Às 6h, o helicóptero sobrevoava a orla, quando foram exibidas as imagens da Praia de Boa Viagem ao vivo na abertura do Bom Dia Pernambuco, que mostravam o tempo fechado e com chuva.

Às 6h05, o Globocop fez uma curva quando sobrevoava a Praia do Pina porque seguiria para o bairro da Jaqueira, na Zona Norte. Nesse momento, as imagens tremeram. Em seguida, o helicóptero caiu no mar, perto de algumas pedras.

(Foto: Arte/G1)


Por: G1.


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