TRAJETÓRIA DE MARIA JOSÉ ARRUDA 'MOÇA'

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Maria José Arruda, “ Moça”, natural de Surubim, nasceu em 29 de junho de 1946. É filha de José Assunção Arruda (In Memoriam) e Maria Iraci Arruda (In Memoriam). Seus irmãos: José Assunção (In Memoriam), José Adeilton (In Memoriam), Ederaldo José, Marise (In Memoriam), Miriam, Vanda, Vera e Edilson. Seus avós maternos Severino Floro e Inacinha Arruda e suas tias Ilaise e Valdeci lhe deram muito apoio. Moça teve uma infância tranquila, pois na época podia brincar em plena rua sem muitas preocupações. Eram brincadeiras sadias e ela guarda boas recordações daqueles momentos de alegria e descontração. Além da infância cheia de vida, o período estudantil é considerado por Moça o melhor tempo de sua vida. Ela estudou no Colégio Nossa Senhora do Amparo, onde concluiu o Ensino Médio. A escola era seu segundo lar, tanto que, ao recordar desse tempo, perdeu a conta das vezes que ia à noite para o Colégio junto com sua irmã Miriam, ouviram histórias contadas pelas freiras, entre elas, irmã Carmelita, de quem recorda com muito carinho. Nessa época participou do 1º campeonato “Cidade contra Cidade” proporcionado pela TV Jornal do Comércio, onde apresentou-se cantando a música “Dio come ti amo”, defendendo sua terra natal Surubim.

Casou-se em 1972 com Edier de Sousa Silva (In Memoriam) que faleceu em 1981. Na época do falecimento do esposo, Moça tinha 35 anos e já tinha dois filhos: um com três anos e outro com quatro anos respectivamente. Por conta disso, no começo foi muito difícil para ela e teve que abdicar de si mesma para cuidar dos filhos e da vida profissional. Após a morte de seu esposo incentivada pelas amigas, voltou a estudar e cursou graduação em História, em Recife. Após a conclusão da graduação, cursou pós-graduação na mesma área de atuação.

No início de sua carreira profissional lecionou em Surubim na Escola Mínima em Pinhões e Mimoso, percorrendo 17 km a pé por quatro anos e meio, na zona rural do município, e em 1975, foi transferida para a Escola Nestor Gomes de Moura em Jaboatão dos Guararapes. Em seguida foi trabalhar em Recife, nas Escolas Estaduais Eleanor Roosevelt, Paulo de Souza Leal e Heróis da Restauração. Nesta última, foi promovida para o cargo de diretora escolar. Além disso, também lecionou pela Prefeitura de Recife, adentrou na época do prefeito Antônio Farias. Aposentou-se do cargo de Diretora da rede estadual de ensino em 1996 e continuou como Vice-Diretora na Escola André de Melo e Dr. Antônio Correia pela prefeitura municipal do Recife. Nesta última, aposentou-se em 2004. 

A fase mais difícil de sua vida foi quando o esposo faleceu. Mas olhando para o passado, se sente realizada por tudo o que viveu e tudo o que conquistou, principalmente, por seus filhos terem se tornados bons cidadãos. Atualmente, aos 71 anos de idade, Moça mora só. Ela considera como lazer contemplar a natureza e adora praia. Moça é uma mulher corajosa, forte, obstinada e apaixonada pela vida.

“A vida é feita de obstáculos e realizações. Não teria o mesmo sentido se fizéssemos tudo sem nenhum esforço.”


















DESAFIOS PROFISSIONAIS QUE MARCARAM SUA CARREIRA E CONTRIBUÍRAM PARA O ENGRANDECIMENTO DA EDUCAÇÃO




Assumir a direção escolar foi um grande desafio, uma vez que seu mundo antes era apenas uma sala de aula, enquanto que na direção o gestor se torna responsável por uma equipe de professores, alunos, funcionários, além dos pais, ou seja, outra realidade. Mesmo assim, ela aceitou. De início, fez reuniões com os pais, mostrando que a escola não anda apenas com o Governo, comunidade escolar, enfim, todos têm que caminhar na mesma direção para a busca de uma escola de qualidade. Para isso, era necessário o engajamento de todos. Quanto aos professores e demais funcionários, deixou claro que cada um, dentro de sua função, tinha valor como profissional e ser humano. Ninguém era melhor do que o outro, cada um merecia respeito e atenção e que, por isso, deveria dá o melhor de si para uma educação de qualidade. O próximo passo foi descobrir que tipo de aluno a escola acolhia para valorizá-los através de suas capacidades e potencialidades. 
Uma de suas características marcantes foi contribuir para a inovação da Educação com ações humanizadas, principalmente com os alunos vindos de um meio de vulnerabilidade social, marcados pela violência. Para estes, sempre criava oportunidades, a fim de que eles se sentissem importantes e inseridos no contexto escolar. Eram os pichadores, os alunos considerados bagunceiros, convidava-os sempre para zelar pela escola, limpando as salas cheias de pichação, ação realizada por eles mesmos, e a ideia funcionava. Colocava-os para participarem de jogos escolares, enfim, tudo que estivesse ao alcance como diretora para ajudar os alunos considerados mal vistos e destruidores de seu próprio ambiente, afinal eles eram vítimas de um sistema social desordenado e que privilegia alguns em detrimento da maioria.  
Para resolver a situação dos alunos-problema, a diretora resolveu criar um projeto e inseri-los nesse contexto. O projeto Guardião Escolar foi constituído pela direção escolar com o apoio de seis alunos, justamente aqueles que eram estigmatizados como bagunceiros, perturbadores e pichadores, que criavam problemas, não só para a escola, bem como, na sala de aula com os professores. Foi um esforço diário trabalhar essa ideia com eles até conquistá-los. De início, a diretora deixou bem claro para eles como seria o projeto, a fim de que aceitassem colocá-lo em prática, mas teriam que ser responsáveis, exemplo para os outros alunos. Após a aceitação, cada um recebeu uma camisa para diferenciá-los dos demais. A diretora foi de sala em sala apresentando esses seis alunos e a partir daquele momento mostrou que seriam autoridades e que, por isso, mereciam todo o respeito porque iriam contribuir para melhorar o ambiente escolar e, sendo assim, precisariam muito da ajuda da comunidade escolar. 
A ação humanizada deu certo e os alunos, antes mal vistos, passaram a ser exemplo na escola e, com o tempo, através da implantação do projeto “Os guardiões da Escola,” os resultados foram aparecendo. Para Maria José Arruda foi muito gratificante ver esta transformação, os alunos mudando o próprio conceito perante os demais (saindo do mal para o bem), ou seja, ela precisou acreditar no potencial deles, acreditar que eram capazes de mudar sua própria realidade, sua história de vida. Foi também uma vitória para os pais que se sentiram orgulhosos pelo trabalho realizado por todos, além do apoio governamental. O que contribuiu fortemente para o êxito do projeto foi que a diretora Maria José sempre buscou mostrar e conscientizar os alunos de que ali era a segunda casa deles e que serviria no futuro para os seus filhos e netos e que, dessa forma, deveria ser valorizada e conservada.
A partir desse projeto a escola se transformou, os alunos se sentiram valorizados, foi um trabalho de tempo e paciência, com todo o apoio e carinho para estes educandos, a fim de conquistá-los. Para Maria José Arruda essa foi uma de suas grandes conquistas, uma grande realização como profissional. Esse projeto foi implantando em duas escolas, Escola Paulo de Souza Leal e Heróis da Restauração, durante todo o período que passou na direção escolar. Para Maria José não bastava apenas assumir uma direção escolar, tinha que fazer um trabalho diferenciado, deixar algo de construtivo, que mudasse o conceito de Educação e pelo seu esforço, competência e amor pela Educação seu objetivo foi alcançado.  
“Graças a Deus, ainda hoje quando me encontro com um desses alunos, eles me agradecem muito, porque afirmam que receberam de mim o valor que nunca haviam recebido antes de outros educadores. ” 













ANTÔNIO JUSTINO, EMPREENDEDOR QUE IMPULSIONOU A VILA SURUBIM, É RECONHECIDO ATRAVÉS DA DIVULGAÇÃO DE SUA OBRA POR SUA NETA, MARIA JOSÉ ARRUDA



Muitos municípios conhecem a história do surgimento da cidade principalmente pelo fato de que um boi chamado Surubim foi engolido por uma onça e assim originou-se o nome da cidade de Surubim. Ainda, para quem não conhece a história a fundo, pode até imaginar que a origem de Surubim pode se relacionar a um peixe do mesmo nome. No entanto, toda cidade tem seu começo baseado em acontecimentos históricos importantes, inclusive de nomes de pessoas que contribuíram para o seu desenvolvimento.
Surubim cresceu graças ao esforço de moradores locais da Vila Surubim, um deles foi o desbravador e empreendedor Antônio Justino, que foi pioneiro ao trazer para a Vila o Cinema Mudo, abriu estradas, que na época interligaria a Vila a outros locais, entre tantas outras realizações importantes impulsionadas por ele.      
Percebendo a importância de divulgar as ações de um surubinense que contribuiu para o surgimento e desenvolvimento de Surubim, a neta de Antônio Justino, Maria José Arruda, conhecida por Moça, professora aposentada, resolveu fazer um trabalho de divulgação das ações realizadas por seu avô nas escolas públicas e particulares da cidade. Segundo ela, é importante que as pessoas ampliem a percepção sobre a história do surgimento do município.  
“Estou em Surubim fazendo visita às escolas, porque a história da cidade de Surubim merece ser conhecida pelos estudantes surubinenses, porque só sabemos a história da onça que engoliu o boi da Fazenda Lourenço Ramos e por aí termina. Mas a história de Surubim vai mais além, com a biografia de Antônio Justino, que impulsionou a Vila Surubim e contribuiu para a sua ascensão enquanto cidade. Um semianalfabeto, mas que, com disposição, levou Surubim à frente, orgulho de nossa história,”  afirma Moça com  convicção. 
Divulgar a vida de Antônio Justino é também uma atitude ousada, característica que a neta talvez tenha herdado do avô. Maria José Arruda lecionou durante muitos anos, mas também em sua trajetória de vida tem um histórico de superação.  “Fui atingida por um Câncer de Mama há 27 anos (atualmente tem 71 anos) e Deus me deu a cura, além dos médicos. Hoje posso dizer que recebi um grande milagre,” enfatizou. 
Este acontecimento mudou sua percepção sobre a vida. Por isso, recentemente, e por amor a Surubim, reuniu os amigos e realizou uma grande festa na casa de Paulo Festas. Enquanto muitos se reúnem em datas importantes, ela simplesmente decidiu que estar ao lado dos velhos amigos já é um grande motivo para comemorar a vida. E daqui por diante, pretende continuar com seus objetivos de celebrar bons momentos, estar ao lado da família e dos amigos e guardar na memória dos surubinenses a história de Antônio Justino, porque não dizer, a história viva de Surubim.  
Neste ano de 2018, Maria José vai receber dois títulos, “Mulheres que desbravaram a História de Pernambuco” e “As 100 mulheres mais importantes de Pernambuco.” Sobre estas premiações, ela enfatiza que será uma grande alegria e, ao mesmo tempo, uma surpresa.“ Para mim vai ser uma satisfação muito grande. Eu jamais na minha vida imaginei que isto iria acontecer. É um orgulho muito grande. Agradeço imensamente esse reconhecimento aos Pernambucanos. É um reconhecimento de vida. Tudo tem seu dia e eu acredito que 2018 está sendo o ano do reconhecimento. Plantei um jardim e hoje estou colhendo as rosas. Não existe vitória sem luta. Temos que lutar para alcançar os nossos objetivos.” 
Com relação às escolas que a receberam, Maria José, entusiasmada, agradece a todos. “Quero agradecer às escolas que me receberam com carinho e atenção, por que é muito importante a divulgação da história de vida e reconhecimento do surubinense desbravador que foi Antônio Justino. Agradeço também a todos os surubinenses que vem nos apoiando para a divulgação dessa ação nas Escolas. Agradeço ao blog de Maluma Marques, ao relações públicas Roberto Pessoa,  ao site Minha Rua Tem Memória, as lideranças religiosas e políticas, aos amigos e parentes de Surubim que consideram importante e incentivam este meu projeto de divulgação da vida de meu avô.”  



















MARIA JOSÉ ARRUDA REALIZOU EVENTO NA CIDADE DE SURUBIM PARA CELEBRAR A VIDA

Maria José Arruda uma mulher à frente do seu tempo.



Maria José Arruda, ou melhor “Moça”, como gosta de ser chamada desde adolescente. Aos 71 anos permanece jovem e dinâmica, coragem e muita garra é que nunca faltará a Moça.
“Sou uma pessoa muito feliz, tenho 71 anos bem vividos, dancei, viajei e aproveito muito a vida, graças a Deus hoje estou contando a minha história”, revelou.
Maria José de Arruda, é muito sentimental, viveu uma vida estudantil muito boa, a melhor fase enquanto adolescente e diante da saudade vendo as fotos da época, achou interessante fazer um DVD e presentear a todos como brinde onde tinha certeza que iam amar, mediante tantas recordações, vividas naquela época estudantil. Daí partiu a missão.
Após o DVD pronto, denominou-o “Retrospectiva de nossa vida estudantil”. Diante dessa convicção fiz o convite e não disse o motivo do encontro, apenas desejava encontrar com todas pessoas daquela época e os professores também e assim foi realizada a grande festa “Retrospectiva Estudantil.”
Uns pensavam que era o seu aniversário, outras curiosas para saber o que poderia ser, e terminou levando todo mundo a dar uma volta ao túnel do tempo... Trazendo naquele momento sua história estudantil vivendo com muito amor, companheirismo e uma verdadeira família. Foi um encontro inesquecível que jamais será esquecido por todos que estiveram presentes. Parabéns Moça pela pessoa iluminada que você é.















HOMENAGEM DOS FILHOS MICHELE ARRUDA DE SOUZA E EDIER ARRUDA DE SOUZA FILHO À SUA MÃE


Gratidão...
Deve ser a palavra mais interpretada nos bastidores de todos nós. Através da amizade, família, trabalho e reencontro com o passar do tempo. Hoje somos o reflexo desta palavra viva que representa nossa mãe – Maria José (Moça), até mesmo mosquito (para alguns). Mulher guerreira que veio para Surubim fazer o que hoje é o túnel do tempo nos levou a viver e reviver. Mas, toda guerreira tem suas batalhas para enfrentar... ela não seria diferente.
Já adolescente distante de seus pais em Itamaracá, com 14 anos veio morar com seus avós maternos – Severino Floro e Inacinha, suas tias Valdeci e Ilaíse. Logo após, no auge do seu casamento em 1972, a vida deu mais um desafio, outra mudança... (construção da vida profissional) foi morar em Pinhões, na casa de Seu Aprígio e Dona Maria. Andava 17 quilômetros pra ir e voltar totalizando 32 quilômetros por dia para ensinar aos alunos a esperança que eles poderiam ser alguém na vida e que podiam superar a dificuldade do local, perdurou dois anos.
Voltando para Recife, já casada teve dois filhos eu Michele Arruda de Souza e Edier Arruda de Souza Filho, ficou viúva com 34 anos, eu iria fazer seis anos e meu irmão quatro anos. O tempo continuava seu caminho... saía cedo e voltava tarde do trabalho/faculdade, só víamos nossa mãe no final de semana quando dividíamos seu tempo em correções e planejamentos educacionais, seus estudos na faculdade e seu cansaço de uma semana intensa.
A vida foi passando e mesmo assim após 10 anos... Deus falou! Você pode, você deve, você consegue, sobreviver a um câncer de mama. Já se passaram mais 20 anos.
Gratidão pela persistência e fortalecimento da Fé adquirida no Colégio do Amparo que entre tantas Irmãs queridas, Irmã Carmelita já transcrevia nas cartas... “Você é o pilastre da JEC”. Ela sabia que seria só o início de tantas construções na vida de todos nós. Entre perdas e ganhos vamos construindo a nossa história de vida.
Hoje me perguntam de onde tenho tanta energia, e respondo: vocês não conhecem minha mãe. Somos vitoriosos por que a nossa vida e caráter representa a imagem e semelhança de uma mulher, irmã de nove filhos e amiga que José Assunção e Maria Iraci batizaram de Maria José e para ela Iraci (a mocinha de mamãe).
Reflexo de ensinamento que compõem uma história de vida com todas as suas fases:
Nascimento / Dor / Separação / Reconstrução / Persistência / Esperança / Amizade / Vitória / Fé e Gratidão.
São esses os valores que hoje estamos aqui. Deus nos usa como instrumento, onde precisamos saber interpretar seus ensinamentos e ele nos dizia: “No mundo terás aflições, mas se CONFIA em MIM, terás a vida em abundância”.
Assim é esta vida que queremos compartilhar com todos vocês. Todo sacrifício tem o sabor da vitória e essa vitória, nas nossas vidas são a presença de vocês no dia de hoje.


APROVEITANDO BONS MOMENTOS COM FAMILIARES E AMIGOS




























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