SE O BRASIL CONTINUAR SEM RUMO, QUEM SERÁ O CULPADO?

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José Nivaldo Júnior.


O Brasil entra no segundo semestre de 2018 sem um projeto definido, sem um caminho traçado. A culpa, bem, vamos jogar para as circunstâncias da História. Mas se continuar assim depois das eleições, não tem como escapar: a culpa será do eleitor. Portanto, nossa. Em última instância, minha e sua também, caro leitor.

Cheguei a cogitar lá atrás que o Presidente Temer poderia chegar ao processo eleitoral em condições de influir na sua própria sucessão. Quem sabe até estar pleiteando a reeleição. Não funcionou. Após um início promissor, botando ordem numa casa que para ser arrumada deveria levar um mandato inteiro ou mais, veio a derrocada. O governo perdeu o rumo e o país perdeu o prumo.

Temer foi derrotado pela impopularidade congênita e por uma comunicação pífia e desencontrada. Também se deixou apanhar como um patinho numa armadilha de terceira categoria, urdida na própria Procuradoria Geral da República e executada pelo famigerado mor da JBS. Sempre achei (disse aqui, inclusive) que tinha podre na história. Agora, está claro que tinha mesmo. A denúncia já foi até acolhida pelo STF e os acusados vão ser formalmente processados. Diante das provas contundentes, duvido que consigam se safar.

As denúncias para tentar concretizar o patético slogan “Fora Temer” não deram em nada. Porém tiraram a força política do governo para avançar com os seus planos de reformas. Amargas com certeza. Porém necessárias. O próximo presidente, seja quem for, vai ter que se abraçar com elas. Por enquanto, o país está perdendo tempo, aumentando a conta a ser paga adiante. Paciência.
Como se não bastasse, a Polícia Federal arrasta um interminável inquérito, desgastando o presidente.

Aí, para coroar tudo isso, veio a paralização sabotadora dos caminhoneiros, ridiculamente apoiada por uma representativa parcela kamikaze da classe média. Foi a gota d’água para a reversão do processo. A economia que tinha se descolado da pauta política, voltou a se sintonizar com ela. E os efeitos vieram rápidos: queda dos investimentos e da atividade econômica, perspectivas sombrias para o PIB e consequentemente para o nível do emprego.

A melancólica reta final do governo, que se prenuncia, não favoreceu até aqui a clareza do debate político e muito menos a apresentação de propostas para tirar o país do atoleiro. Nenhum pré-candidato disse ainda o que pretende fazer na economia. Nenhum falou sobre as reformas que vai propor ao Congresso e quais os limites de cada uma. Nenhum apresentou um plano estratégico para o País.

Ou a sociedade cobra clareza e exige outra atitude dos postulantes à Presidência ou vamos dar outro salto no escuro.

Se depois das eleições continuar tudo como dantes no quartel de Abrantes, não adianta ficar reclamando nas redes sociais. O culpado estará olhando para você. Basta ficar na frente do espelho.

Por: José Nivaldo Júnior - Publicitário, Historiador, Autor do
 “best-seller” internacional Maquiavel, o Poder.


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