NORONHA E LIMOEIRO SE CONVERGEM NO TRABALHO DE LUIZ GONZAGA TAVARES JÚNIOR

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Em entrevista, o Presidente da Facal “Limoeiro” Luiz Gonzaga Tavares Júnior conta um pouco da sua profissão para nosso blog, confira.

Presidente da Facal “Limoeiro” Luiz Gonzaga Tavares Júnior .


BLOG MALUMA MARQUES - A FACAL se consolidou no cenário do ensino superior em Pernambuco. Gostaria que você falasse sobre isso.

LUIZ GONZAGA - A FACAL, hoje, oferece novos cursos, entre os quais, Psicologia, Enfermagem e bacharelado e licenciatura em Física. Já estamos com laboratório instalado para atender a essa demanda. Já tivemos a presença do Conselho Estadual de Educação para avaliar o curso de Psicologia. Estamos felizes e satisfeitos com o primeiro vestibular do ano. Já é bem promissor. Agora, estamos aguardando o vestibular agendado, as notas do Enem e os portadores de nível superior, uma vez que estamos com outra inovação que é a segunda licenciatura em Matemática, Pedagogia e Física, que é o que vai alavancar não só Limoeiro, mas toda região. Então, o professor que já é licenciado em qualquer área, pode fazer a segunda licenciatura na FACAL com apenas três períodos.

BMM-  A sua competente experiência tem contribuído para o sucesso da FACAL. A que se deve isso?

LUIZ GONZAGA - É a experiência do serviço público. Eu já tenho uma estrada percorrida em outras áreas, de modo que quando cheguei a Limoeiro eu já estava vindo com a construção de gestão de 32 anos no Estado em diversos locais e órgãos e atuando também na parte de educação no último órgão que fiquei que foi Fernando de Noronha. E, foi uma magnífica  escola para mim. Aprendi muito. Em Limoeiro, tive a grata satisfação de pôr em prática os conceitos que eu já vinha desenvolvendo na Ilha.



BMM-  Fernando de Noronha é somente um paraíso para quem administra?

LUIZ GONZAGA - Não, Fernando de Noronha é uma coisa maravilhosa! É um paraíso para todos nós. Eu fiquei 18 anos lá, e não tinha uma vez que eu chegasse na Ilha que eu não parasse para contemplar aquela exuberância, sabe. Está ali, é estar conectado com a natureza. Conectado, completamente com ela. É muito bom!

BMM-  A sua presença em Limoeiro tem repercutido no cenário do ensino municipal, em Pernambuco. É possível você destacar a sua contribuição para essas mudanças?

LUIZ GONZAGA -   O que eu entendo da minha contribuição à educação municipal em Limoeiro é que eu cheguei a um local e encontrei uma equipe de gestão muito boa. Os professores muito competentes. E, quando eu cheguei, cheguei com uma inovação na questão da educação do planejamento. Então, planejar educação com a equipe gestora da educação, em Limoeiro, foi muito bom. Tanto que vimos que o que estava bom conseguiu melhorar. E, hoje eu percebo que a minha contribuição foi importante. Porque eu sou de uma linha de, primeiro, contribuir, respeitando as competências do local. Então potencializar essas competências fez o resultado da educação o que corrobora com a nossa chegada. Limoeiro estava em 58° lugar no “ranking” do Estado e passou para o 21° lugar. Na Regional (GRE) com 16 municípios, Limoeiro estava no 13º lugar e passou para o 2º lugar. E, com a mesma equipe. Isso foi o diferencial. Eu não trouxe ninguém de fora. Esse êxito todo foi em cima do que já estava programado, porque quando você respeita as habilidades e as competências já existentes no local, você potencializa. Mas, quando você vem com tudo e muda tudo, daqui que você pegue o “time” daquilo que esteja acontecendo você já perdeu dois anos. Então, conseguimos avançar muito  com quem já estava lá na secretaria e que continua que são os efetivos.

BMM-  Quais as maiores preocupações com a educação municipal, em Limoeiro?

LUIZ GONZAGA - As maiores preocupações é que temos um município territorialmente grande e díspares.  A realidade da parte urbana é completamente diferente da zona rural. Então, trabalhar essas diferenças é o grande desafio, porque são escolas multiseriadas e têm uma realidade completamente diferente das escolas sequenciais. O desafio é esse. Mas, é um desafio que está sendo bom porque estamos vendo que é uma construção de realidades que já existiam e que potencializamos com outro olhar educacional.

BMM-  Quais as responsabilidades do Município com a educação sob a sua gestão?

LUIZ GONZAGA - É uma responsabilidade muito partilhada. O prefeito tem uma contribuição muito importante e nós temos certeza das limitações que nos cercam porque o Brasil viveu momentos não muito bons em termos de recursos. Mas, nós estamos conseguindo com um grande esforço de todos os secretários contribuir para que minimize esses efeitos danosos e drásticos que é a falta de recursos dentro dos municípios brasileiros.

BMM-  Você é favorável a mudanças na educação do Brasil?

LUIZ GONZAGA - Eu vejo a mudança como algo natural e que algo que deva ocorrer. Mas, a mudança em cima de um trabalho feito com muita competência e com muita cautela porque, quando falamos de Brasil, não podemos nos esquecer que estamos falando de um país com um território imenso. Portanto, trabalhar a mudança da educação de forma linear me preocupa muito.

BMM-  Se a você fosse dada a responsabilidade dessas mudanças, cite três pontos que você cuidaria nessa reforma do ensino no Brasil.

 LUIZ GONZAGA - O que mais preocupa nessas mudanças que estão sendo anunciadas, primeiro a questão educação especial. Eu me preocupo de ver o que está sendo pensado de voltar a educação especial a trabalhar em escolas voltadas para esses alunos. Então, foi um ganho muito grande inserir o aluno especial na escola regular, mesmo sabendo que nem todas escolas estão preparadas para receber esse aluno. Mas, voltar a essa situação de colocá-los, todos, numa única escola, ou seja, em escolas especiais eu vejo como uma coisa que me preocupa muito.

BMM-  O que realmente falta na educação do Brasil?

LUIZ GONZAGA - O que realmente falta na educação, é uma pergunta difícil de responder. E, aí eu lhe diria sobre um olhar muito sistêmico, é olhar o Brasil com o tamanho que ele tem com as especificidades que ele tem e trabalhar a educação regionalizada.

BMM-  O que depende de uma forma geral para melhorar a educação no Brasil?

LUIZ GONZAGA -  Seriedade com os recursos públicos. Seriedade com a continuidade dos programas porque não dá para a cada governo você mudar a educação. Educação a gente percebe que é algo que se soma. A educação do sujeito ele vai somando. Então, a gente não tem que está testando a educação. Educação é algo que você tem que olhar de maneira mais ampla e ver essas vivências todas que foram bem-vindas para que a gente não venha mudar e venha a perder com isso.

BMM-  Fernando de Noronha e Limoeiro nada de mais diferente. Mas, para você o que é igual para o seu trabalho nessa realidade?

LUIZ GONZAGA - Noronha e Limoeiro se convergem no meu trabalho. Porque tanto numa quanto noutra eu tenho trabalhado gestão pública e tenho trabalhado gestões pontuais. Em Noronha eu trabalhei ao longo de dezoito anos na área de gestão de recursos humanos, mas sempre voltado a parte de desenvolvimento social e educação no que diz respeito aos planos de trabalho e captação de recursos. E a implantação de cursos. A Escola Integral, uma das primeiras escolas de Pernambuco, foi a de Fernando de Noronha. Na nossa gestão, junto com Romeu Batista que foi administrador durante oito anos, foram implantados os primeiros cursos superiores e fui eu que trabalhei na implantação para cursos de Administração, Pedagogia e Serviço Social. Portanto, são cursos que já trabalhávamos lá. E aqui, em Limoeiro, estou tendo a satisfação de vivenciar tanto o nível superior quanto a gestão educacional que já desenvolvia lá numa escala menor, mas com as mesmas complexidades e lá numa preocupação maior porque nós estávamos fora do continente com toda dificuldade. Mas,lapidou-me muito está em Noronha. E,preparou-me para esse trabalho desafiante que é trabalhar na educação.

BMM-  Caso você fosse convidado, voltaria à Fernando de Noronha?

LUIZ GONZAGA - Olha, Noronha nunca saiu do meu coração. Quem vai para lá não consegue esquecer. Se eu fosse convidado para voltar para Ilha eu certamente voltaria. Eu gosto demais de lá. Eu gosto demais ...

BMM-  É possível você comentar sobre o governo de Bolsonaro?

LUIZ GONZAGA - Sim. O governo de Bolsonaro eu tenho muitas expectativas. Eu torço para que funcione. Apesar de não ter votado. Mas, eu faço votos para que ele consiga fazer um governo exitoso. Não dá mais para ficar mais pensando em política. O que a gente tem que viver é a ação governamental. Eu estou apostando que dê certo.

BMM-  Para finalizar. Em se falando de Brasil destaque o que precisa se fazer para que o país possa mudar?

LUIZ GONZAGA - Olha, o que tem que ser feito é mudar a cultura do gestor público. Quando nós olhamos para o Rio de Janeiro e vemos governador eleito e dentro do exercício preso com outros governadores que saíram, isso nos deixa muito preocupado. O que é o Brasil? O que está acontecendo com o Brasil? E, outros Estados da Federação que têm governadores que foram depostos que estão presos. O que me preocupa muito na questão da política do Brasil é que o Brasil faça uma reflexão. O brasileiro pense em quem está votando. E, se acautele. E, fique em cima. Não é votar e esquecer. Eu acho que é cobrar. E, fazer a nossa parte que está mais perto porque o Brasil tem jeito porque o Brasil vai melhorar e nós precisamos de um Brasil melhor.



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