Petrobras comunica a clientes alta de 2,7% no preço da gasolina
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O repasse às bombas depende de políticas comerciais de postos e distribuidoras comunica a clientes alta de 2,7% no preço da gasolina
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© Paulo Whitaker/Reuters
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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Após 53 dias sem
reajustes, a Petrobras comunicou a seus clientes nesta segunda-feira (18) alta
de R$ 0,05 no preço da gasolina. A medida representa um aumento médio de 2,7% e
passa a vigorar nesta terça (19).
O preço do diesel também será elevado, em R$ 0,026 por
litro, segundo fontes. É um aumento médio de 1,2%, duas semanas após o último
ajuste, quando houve corte de 3%.
Os reajustes acompanham evolução do preço do petróleo e a
escalada do dólar, que atingiu nesta segunda o maior valor nominal da história.
A empresa ainda não publicou os novos valores em seu site.
Para as importadoras de combustíveis, porém, a alta da
gasolina ainda não elimina a defasagem com relação às cotações internacionais
acumulada no período sem ajustes.
O último reajuste no preço da gasolina vendida pela
Petrobras foi promovido no dia 27 de setembro, com aumento de 2,5%. Na semana
anterior, as cotações do petróleo haviam disparado após ataques à maior refinaria
da Arábia Saudita, que retirou do mercado 5% da produção global.
Naquele dia, o dólar fechou em R$ 4,156. O petróleo Brent,
referência internacional negociada em Londres, fechou cotado em US$ 61,88 (R$
257,2, pela cotação da época) por barril.
Nesta segunda (18), o dólar bateu R$ 4,206 e o Brent fechou
a US$ 63,30 (R$ 266,2, pela cotação atual) por barril.
Em relatório divulgado na sexta, o CBIE (Centro Brasileiro
de Infraestrutura) calculou em R$ 0,10 por litro a defasagem média do preço da
gasolina vendida pela Petrobras em relação à cotação do Golfo do México, nos
Estados Unidos.
A Abicom (Associação Brasileira das Importadoras de
Combustíveis) vê defasagem entre R$ 0,09 e R$ 0,19 por litro, dependendo do
ponto de entrega – o último valor refere-se ao porto de Itaqui, no Maranhão, um
dos principais pontos de entrada de gasolina importada.
Desde 2016, a política de preços da Petrobras considera um
conceito chamado de paridade de importação, que é a soma das cotações
internacionais convertidas ao real com os custos de importação e margens de
lucro.
A última vez que o preço da gasolina ficou tanto tempo sem
ajustes foi entre os meses de fevereiro e abril de 2017. Ao todo, foram 55
dias. Na época, o litro era vendido pela estatal a R$ 1,5901, em valores
corrigidos pelo IPCA.
Até esta segunda, o combustível saía das refinarias da
estatal, em média, a R$ 1,8054 por litro, de acordo com o CBIE - a Petrobras
não publica mais o valor médio. Com o reajuste, passará a R$ 1,8554.
Já o preço do diesel sobe de R$ 2,1877, segundo o CBIE, para
R$ 2,2137 por litro.
O repasse às bombas depende de políticas comerciais de postos
e distribuidoras. O valor cobrado pelas refinarias da Petrobras representa
cerca de 30% do preço final da gasolina e cerca de metade do preço final do
diesel.
Desde o último reajuste, segundo a ANP (Agência Nacional do
Petróleo, Gás e Biocombustíveis), o preço de bomba da gasolina variou 0,4% (ou
R$ 0,04 por litro). Na semana passada, o combustível foi vendido no país a um
preço médio de R$ 4,407 por litro.
A Petrobras diz que a política de paridade internacional
permanece em vigor, mas que o preço de paridade "não é um valor absoluto,
único e percebido da mesma maneira por todos os agentes".
"Os reais valores de importação variam de agente para
agente, dependendo de características como, por exemplo, as relações comerciais
no mercado internacional e doméstico, o acesso à infraestrutura logística e a
escala de atuação", diz a companhia.
A empresa afirma ainda que não houve interrupção nas
importações por terceiros, o que "evidencia a viabilidade econômica das
importações realizadas por agentes eficientes de mercado".
Por: Notícias ao Minuto.