Brasil fornece hidroxicloroquina para casos graves do novo coronavírus

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Informação foi do ministro da Saúde, que fez ressalvas, porém, aos efeitos colaterais e riscos da auto-medicação



Medicação
Foto: Pixabay

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou nesta sexta-feira (20) que o governo validou a cloroquina para o tratamento do novo coronavírus e que a medicina está sendo administrada para pacientes graves. "O medicamento, a cloroquina. Nós estávamos participando do estudo, já validamos. Temos capacidade de produção, já estamos produzindo e está na prateleira dos pacientes graves", declarou o ministro, durante uma videoconferência do presidente Jair Bolsonaro com empresários.

A cloroquina é registrada no Brasil para o tratamento da artrite, lupus eritematoso, doenças fotossensíveis e malária. Alguns tratamentos foram considerados promissores no tratamento de pacientes com a Covid-19. No entanto, Mandetta alertou que o medicamento é experimental, traz fortes efeitos colaterais e afirmou que a população não deve sair comprando o produto.

"Participamos do trial [teste], tem muitas limitações e muitos efeitos colaterais. É indicado para casos graves e entubados. É fake news a informação que temos um comprimido que toma e sara. Não tem", ressaltou o ministro. Ele destacou ainda que a substância, como efeito colateral, causa lesão hepática. Mandetta voltou a afirmar que, na pandemia do coronavírus, o problema é a sobrecarga do sistema de saúde.

"O problema é entrarem todos ao mesmo tempo no sistema de saúde. O vírus é agressivo para o sistema de saúde, e suas consequências. As pessoas continuam quebrando cabeça, tendo apendicite, tendo enfarto, a vida continua. E o sistema está totalmente congestionado por milhares de pessoas em leitos de UTI", disse.

"Tudo o que está saindo em ciência mundial, nós estamos ligados diretamente com todas as melhores academias do mundo. E estamos fazendo parte dos trials [testes]. O que sair, em segundos a gente tem aqui", concluiu.

A divulgação de informações de que a cloroquina poderia ser eficiente no tratamento do Covid-19 fez com que esse medicamente sumisse das prateleiras do País. Por isso, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) passará a cobrar que empresas que fabricam cloroquina e hidroxicloroquina peçam aval da agência para exportação dos produtos.

A medida deverá constar de resolução a ser publicada nesta sexta. Na prática, porém, todos os pedidos serão vetados. À Folha de S. Paulo, o diretor-presidente da agência, Antonio Barra Torres, disse que a medida visa garantir estoques para fornecimento a pacientes com artrite, malária e lúpus, a quem o remédio é indicado.

Em outra frente, a agência também deverá aumentar a cobrança de receita médica para venda desses produtos em farmácia, como ocorre para antibióticos. O objetivo é evitar desabastecimento e minimizar riscos à saúde em meio a uma corrida pelo produto desde que surgiram anúncios de que a droga poderia ser testada contra o coronavírus.


Por: Folha de Pernambuco.


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