SOBRE MÁSCARAS E APERTOS DE MÃO

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Há quem defenda que as máscaras não protegem nem 20% e que apertos de mão são úteis para aumentar a imunidade das pessoas. Respeito. Mas prefiro discordar, data vênia.

Os historiadores gostam de falar que quem não aprende com os próprios erros tende a repeti-los. Isso não é o pior. Danado é a humanidade não aprender sequer com os seus acertos. Se a pandemia trouxe algo de positivo, no meu entendimento leigo, foi educar a população a usar máscara e higienizar as mãos com frequência e, o mais importante, evitar o tradicional aperto como cumprimento.

Os benefícios complementares são evidentes. Levante o dedo quem encontrou pessoas gripadoas nos últimos meses. Eu mesmo, este ano, não lembro de ninguém.  Essa afirmação não tem nada de científico. Mas gostaria, para melhor me fundamentar de ouvir médicos e profissionais de saúde que atuam na linha de frente.

PEGOU

Como todo mundo sabe, tem coisas que pegam e coisas que não pegam. As máscaras pegaram, apesar de alguns inconvenientes e eventuais esquecimentos.  Pois bem: os governos ao invés de aproveitarem o embalo, e estimularem a permanência do adereço até que ele se torne tão normal como cuecas e calcinhas, entram numa corrida alucinada para ver quem libera primeiro.o seu uso. Claro que nada deve ser imposto. Mas já que a pandemia ainda está causando estragos e o uso da máscara foi bem incorporado, por que não manter por mais tempo? E simultaneamente fazer uma campanha ampla e constante sobre os seus benefícios, até que as pessoas se convençam de que ganham mais usando máscaras do que roupas íntimas.

MÃO AO ALTO

Um livro recente, lançado na Inglaterra e ainda sem tradução no Brasil, de Ella Al-Shamani, bióloga e paleoantropóloga. (The handshake, a gripping history) trata de apertos de mãos. Pelo resumo, a autora viajou na maionese. Pesado. Disse, sem qualquer suporte factual, que o aperto de mão vem de tempos imemoriais, da pré-história. Conversa fiada. Quem já viu índios esquimós, mongóis ou qualquer povo primitivo trocando apertos de mão? Onde Darwin, Engels ou o nosso Darcy Ribeiro, que estudaram sociedades primitivas, registram esse costume na pré-historia?  O gesto é antigo, mas não tanto. A evidência mais distante da prática, pesquisei no Google, vem da Assíria, no século IX a C. Persistiu como um gesto de paz ou acerto entre governantes e pessoas importantes. Só se popularizou no Ocidente a partir do século XVIII. No Oriente, não é usado de jeito nenhum. Os orientais preferem o asséptico “nemastê”, aquela simpática inclinação guardando distância regulamentar.

AVISOS ANTES DA PANDEMIA

Segundo a maioria dos estudos, os apertos de mãos são os maiores transmissores de doenças infecciosas.

Cientistas propõem o fim do hábito. Porém existe coisa mais mal educada do que deixar alguém de mão estendida?

ADEUS, ADEUS

Por: José Nivaldo Júnior - Publicitário. Historiador. Da Academia Pernambucana de Letras.  

Autor do best-seller internacional “Maquiavel, o Poder”. 



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