A INFLUÊNCIA DAS DOZE COLUNAS

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Marcos Eugênio Welter.


Zodíaco é uma faixa imaginária da esfera celeste, de 16 graus de largura e 8 graus de cada lado da eclítica dividida em 12 seções de 30 graus de extensão: os signos. Alguns destes não correspondem às constelações designadas e convencionadas pela ciência astronômica.

Aparentemente, o sol percorre os signos cada ano. Os animais que se vêem ilustrando os signos têm sua explicação na semelhança das constelações com os mesmos. Os signos não ocupam sempre os mesmos locais zodiacais, pois sofrem deslocamento retrogrado, na direção oriente - ocidente, de aproximadamente cinquenta segundos por ano, ou seja, 72 anos luni- solares; em 2160 anos lunisolares a diferença é de 30 graus; de 360 graus em 25.920 anos. No hemisfério norte, onde se situam as nações que no passado (e  ainda no presente) celebravam as festas equinociais e solestiais, o sol está presente no signo ainda no de Áries em 21 de março e marca o equinócio da Primavera; em Libra em 23 de setembro, quando marca o equinócio de Outono; em 21 de junho está presente em Câncer e marca o solstício de Verão: em 21 de dezembro está em Capricórnio, quando marca o solstício de Inverno. No hemisfério sul acontece o inverso, as mesmas datas assinalam estações contrárias. A Maçonaria festeja, simbolicamente as quatro estações do ano. O Rito do Zodíaco nada mais é do que a ramificação do antigo sistema hermético.

O efeito prático e imediato da precessão equinocial é antecipar um pouco, cada ano, o princípio das estações, e o remoto, é despertar e ativar, cada ano sideral, em todo o globo terrestre, novas energias naturais, tanto físicas como espirituais. Na antiguidade, os astrólogos hindus, os magos persas e caldeus, e os sacerdotes egípcios, foram famosos por seus conhecimentos da ciência zodiacal, como a Bíblia o confirma em II Reis 23.5, e Mat. 2:1-12, e o reconheceram Tycho Brahé e João Kepler, os pais da astronomia moderna. Os antigos pré-históricos encaravam o zodíaco como a chave de todas as ciências humanas e naturais, e não é de duvidar que algum dia se descubram abundantes razões para retornar-se a esta alta posição.

Doze corresponde à divisão mais antiga e mais natural do círculo, dadas por dois diâmetros que se cortam em ângulos retos e por quatro arcos, do mesmo raio que o da circunferência traçados tornando-se como centro os extremos da cruz.

Essa divisão é aplicada ao Céu, onde determina 12 espaços iguais, que o sol percorre, regularmente, em sua trajetória anual, aparentemente, em torno da Terra.

As constelações que coincidiram, outrora, com estes espaços, lhes deram seus nomes, tirados de animais ou de seres animados.

Assim se formou o duodenário zodiacal, cujo simbolismo é de máxima importância porque o ano se torna o protótipo de todos os ciclos, emblematizando tanto as fases da vida como as da Iniciação.

Nos Mistérios de Ceres, o Iniciado partilhava, de fato, dos destinos da semente confiada ao solo. Como esta, ele deveria sofrer a influência solar para desenvolver-se e frutificar, depois do que tornava a passar por esse encadeamento de transfusões de que resulta o ciclo da vida. Cada Signo do zodíaco tem, sob este ponto de vista, significação particular que será compreendida depois de algumas indicações gerais sobre o simbolismo dos doze Signos.

Os signos têm estreita ligação com o setenário dos planetas, considerando o Sol como tendo morada no Leão e a Lua no Câncer.

Por outro lado, cada signo participa da natureza de um dos quatro elementos.

Cada signo é deste modo, caracterizado por um Planeta e por um elemento. Vejamos, agora, o que se infere destes dados em relação à iniciação. 

Os doze Pentaclos seguintes, unindo o Elemento e o Planeta ao Signo, elucidarão a questão.

I- ÁRIES FOGO - MARTE

Trata-se de fogo construtivo, interior, estimulando o crescimento e o desenvolvimento. Entorpecido no inverno, desperta na primavera, fazendo germinar a semente e provocando a eclosão dos rebentos. Representa a iniciativa individual, que se desenvolve sob o impulso de uma influência exterior, como a energia encerrada no germe entra em função sob a ação do sol.

Símbolo- O ardor iniciático conduzido à procura da Iniciação.

II- TOURO-TERRA VENUS

A matéria receptiva na qual se efetua a fecundação interior.

Símbolo -O recipiendário, judiciosamente preparado, foi admitido às provas.

III- GÊMEOS – AR - MERCÚRIO

Os filhos da Terra fecundada pelo fogo. O duplo Mercúrio dos Alquimistas, simbolizado por duas cabeças. Vitalidade construtiva. Sublimação da matéria na flor que murcha.

Símbolo - O Neófito recebe a Luz.

IV- CÂNCER - ÁGUA - LUA

A seiva entumece as formas que atingem a plenitude. A vegetação é luxuriante. É a estação das folhas, das ervas e dos legumes, mas os cereais e os frutos estão, ainda, verdes, Dias longos, esplendentes de luz. 

Símbolo- O Iniciado instrui-se, assimilando os ensinamentos iniciáticos.

V- LEÃO - FOGO - SOL

Terminada a ação construtora do ardor interior de Áries, o fogo exterior intervém para ressecar e matar toda a constituição aquosa, cozendo e amadurecendo o invólucro dos germes. A razão implacável exerce sua crítica severa sobre todas as nações recebidas.

Símbolo- O Iniciado julga, por si próprio e com severidade, as ideias que puderem seduzi-lo.

VI – VIRGEM – TERRA - MERCÚRIO

A substância fecundada, esposa virginal do Fogo fecundador, dá a luz e recupera sua virgindade. A colheita está madura; o calor é menos tórrido. 

Símbolo-Tendo feito sua escolha, o Iniciado reúne os materiais de construção para desbastá-los segundo o seu destino.

VII - BALANÇA - AR VÊNUS

Equilíbrio das forças construtoras e destrutivas. Maturidade: o fruto no máximo de seu sabor.

Símbolo: O Companheiro em estado de desenvolver o máximo de sua atividade ultimamente empregada.

VIII - ESCORPIÃO – ÁGUA - MARTE

A massa aquosa fermenta. Os elementos de construção vital dissociam-se, atraídos por novas combinações. Desorganização revolucionária. O sol precipita sua queda para o outro hemisfério.

Símbolo - Conluio dos maus companheiros. Hiram é ferido de morte.

IX-SAGITÁRIO – FOGO - JÚPITER

O espírito animador destaca-se do cadáver e paira nas alturas. A natureza toma um aspecto desolador.

Símbolo: os obreiros abandonados, sem direção, lamentam-se e dispersam-se à procura do corpo do Mestre assassinado.

X – CAPRICÓRNIO – TERRA - SATURNO

Nada mais vive: a substância terrestre está inerte, passiva, mas é, ainda fecundável.

Símbolo- Descobre-se o túmulo de Hiram.

XI-AQUÁRIO – AR - SATURNO

Os elementos construtivos reconstituem-se na terra adormecida, mas em preparo de novos esforços geradores; ela satura-se de dinamismo vitalizante. 

Símbolo - O cadáver de Hiram é desenterrado e forma-se a cadeia para ressuscitá-lo.

XII – PEIXE – ÁGUA - JÚPITER

O gelo quebra-se, a neve funde-se, impregnando o solo de fluidos próprios a serem vitalizados. Os dias dilatam-se rapidamente; o reino da Luz impera.  

BIBLIOGRAFIA

- Dicionário de Maçonaria, de Joaquim Gervásio de Figueiredo;

- Dicionário Maçônico, de Rizzardo da Camino;

- Dicionário Ilustrado de Maçonaria, de Sebastião Dodel dos Santos,

- ABC do Aprendiz, de Jaime Pusch;

- Ritual de Instrução de Mestre-Maçom.

Por: Marcos Eugênio Welter - Trabalhou como Advogado e Funcionário do Banco do Brasil, 
Presidente da Academia de Letras do Brasil - Seccional de Brusque-SC, 
Membro do Conselho Superior Internacional da ALB.


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