José Nivaldo Júnior.

A decisão do ministro Alexandre de Moraes de incluir o PCO como investigado no inquérito das Fake News e bloquear as redes sociais do partido contém uma lição que todos sabem. Mas que foi abandonada nessa disputa radical, raivosa, obtusa que se apropriou de grande parte da militância ideológica no País. Liberdade não tem partido, princípio não tem ideologia.

FESTA INDEVIDA

Quando uma decisão digamos, de discutível amparo constitucional, atinge um dos lados, o outro levianamente comemora. E passa a mão na cabeça de quem agiu arbitrariamente. Até procura argumentos para justificar. Agora, o Excelentíssimo Senhor Ministro Alexandre de Moraes botou os dois gatos no mesmo saco. Extrema esquerda e extrema direita são vítimas (ou culpadas, a decisão final ainda não saiu) da mesma pauta, digamos novamente, no Polo Norte da Constituição. Ou além dele, talvez.

DITADURA 1/2

O presidente do PCO fez um mea culpa emblemático. Vou transcrever:

"Disseram que nós tínhamos que apoiar os desmandos do STF e em particular Alexandre de Morais, porque seria uma 'luta contra o fascismo'. Assim, a própria esquerda deu autoridade para impor ao país uma ditadura 1/2.

BRECHT ALERTOU

É bem conhecida a parábola de Bertold Brecht sobre os nazistas. Vou resumir. Um dia, sequestraram meu vizinho judeu, eu não era judeu, fiquei calado. Na sequência, levaram um cigano, um comunista, um padre. Eu calado. Um dia, prenderam os pastores. Eu sou pastor e fui para um campo de concentração. E ninguém protestou.

MORAL DA HISTÓRIA

Liberdade é inegociável. Respeito à Constituição, também. Em qualquer circunstância. Princípios e cláusulas pétreas estão acima de qualquer vantagem de momento.

A ameaça a um, ameaça todos.

Por: José Nivaldo Júnior.