FORRÓDOG

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Malude Maciel.


Acredito que outras pessoas lembrar-se-ão dos fatos que terei o prazer de recordar e que, de uma forma ou de outra, marcaram períodos vivenciados na Capital do Agreste. Senão, vamos ao relato dos acontecimentos.

Em junho de 2001, em plena festa de São João em Caruaru, acontecia a apresentação do desfile da única quadrilha junina de cães do mundo.

Mais de trezentos cães vestindo roupas de matutos eram as estrelas da sexta edição do chamado: “ForróDog” que animava as ruas da cidade com sucesso total, ao som do trio elétrico Cheiro Baiano, tendo como destaque o cantor e compositor Jailson Rosset que esteve acompanhado da Banda: “Os Compadecidos”.

Era uma apresentação diferente que atraia muita gente curiosa para aplaudir a elite da cachorrada que tomava conta da Av. Agamenon Magalhães com o desfile dos: “fofinhos forrozeiros”.

Três carros alegóricos chamavam a atenção do público em geral, especialmente da criançada tão ávida pelos cãezinhos todos enfeitados e interessantes. Claro que em meio a tanta algazarra, alguns deles estranhavam e latiam desesperados, mas isso também fazia parte do show.

Havia uma tenda da Secretaria de Saúde do município, onde uma equipe formada por médicos veterinários e voluntários, realizava consultas grátis, e dava toda assistência, orientando os criadores de como ter um pet bonito e com saúde.

Porém, a apoteose do evento acontecia quando os participantes chegavam ao Parque dos Eventos – Luiz Gonzaga, quando a coordenação da festa sorteava brindes dos estabelecimentos comerciais, com o público. Desta feita, o diretor-presidente da Ebecal, José Rodrigues Filho, à época, distribuiu duzentos quilos de ração da marca Guabi.

Inúmeras fotos registraram tal evento e os jornais locais publicaram as notícias da ocorrência, dando ênfase às belas fantasias ostentadas pelos caninos.

Como sabemos, cada dia tem crescido o interesse de crianças e adultos pela adoção de cães que estão imperando quase totalmente com todas as honras nos lares brasileiros, servindo de companhia aos idosos e também aos jovens que moram sozinhos. Afinal há raças que são, na verdade, uma gracinha. Tão bonitinhos, os cães de pequeno porte atraem principalmente a mulherada, pois se assemelham a bebês carentes de cuidados e atenção. Os canis e vendedores dessas espécies estão no lucro.

Essa mania de criar cachorrinhos em casa tem se espalhado enormemente e até em prédios de apartamentos, restaurantes, vôos e outros lugares onde era proibida a entrada de animais, atualmente são liberados facilitando a permanência de companhias caninas. Na praia também há uma frequência de animaizinhos passeando e sujando a areia, nas calçadas eles sempre deixam o rastro.

Não sei de onde partiu tal interesse em tamanha proporção, mas quando uma moda pega, todo o mundo quer copiar. Todavia é preciso certa cautela para não ser apenas “Maria vai com as outras”. Porque um faz algo, todos têm que copiar?

Eu gosto e acho lindo um cachorrinho todo arrumadinho, mas sei que é uma trabalheira enorme e assim não quero tal obrigação.

Por: Malude Maciel - Jornalista, Escritora e Membro da ACACCIL 
Cadeira 15 – Profa. Sinhazinha.


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