ESPIRITUALIDADE - A EVOLUÇÃO CÍCLICA E CARMA

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Marcos Eugênio Welter.


O que é o carma? Pelos estudos de sua gênese e do seu funcionamento durante um período da existência, carma que não conhece limites de vida e de morte é definido como uma lei, a qual defende que qualquer ato ensejará um retorno idêntico, ao indivíduo, ou ao grupo emissor. O bem será devolvido como um bem assim como o mal será como um mal. Carma é, além disso apontado como a primeira e última lei do universo e nós, querendo ou não somos regidos por ela. Essa lei metafisica de causa e efeito tanto atua no indivíduo como no coletivo. Nos dois casos as reações alcançam diretamente a alma, sendo que nos últimos, as distâncias físicas não isolam o processo energético, eis que as energias, trasnscendendo ao espaço e ao tempo, não interferem na influência destes processos. Cumpre-nos, no entanto ressalvar que tanto para o indivíduo como para grupos, os crimes cometidos por ignorância consequenciam somente responsabilidades físicas, mas não morais.

Muitas religiões, seitas e entidades afins, reencarcionistas ou não aderem a essa crença. Nesse enfoque, cada religião, cada nação tem seu carma e seu dharma. Sob o prisma coletivo um indivíduo nascido num determinado povo é dificultado ou auxiliado pelo carma criado por este povo. Do mesmo modo, cada indivíduo também tem seu dharma e carma específicos, inalienáveis, que fazem parte da natureza interna. As religiões têm muitos entendimentos sobre carma, ainda que eles sejam correspondentes. É que as religiões podem ter diferenças exotérias, mas esotericamente são iguais. Como a maçonaria é formada com a contextura superior da ciência esotérica, ela tende a conciliar os ensinamentos das religiões porque, por sua espiritualidade, não faz qualquer distinção entre elas. 

Pelas lições de Bardo Thodol, o Livro dos Mortos Tibetano, por exemplo, a pessoa atravessa este mundo que é chamado de “vida” sempre solicitado pelos impulsos do carma. Para filosofias da Índia, carma é o conjunto das leis que parametrizam o comportamento do homem. No Jainismo, uma das mais antigas religiões indianas, juntamente com o hinduísmo e o budismo, as ações humanas produzem uma substância física que se junta à alma. Essa substância em forma de partículas de carma existe no universo e se associa a uma alma em decorrência das ações dessa. A quantidade e qualidade destas partículas vão determinar que futuro a alma terá. Nesse entendimento só é possível a uma alma alcançar a libertação quando houver a retirada de todas as partículas de carma o que é chamado de “nirjara”. No Budismo, kamma ou Karma é a palavra para ato ou ação e, neste sentido, usa-se a palavra para ilustrar a importância de desenvolver atitudes e ações corretas. Considera-se que por gerar karma os seres encontram-se presos ao samsara (transmigração da alma). Em decorrência a última meta de um budista é extinguir o Karma, o que se repete no atraente Taoismo que tem como objetivo buscar a imortalidade. O Karma também é propagado pelos Vedantas e pelos Upanixades que são hinduístas. O Vedanta ensina a reencarnação e vários níveis de consciência, os quais correspondem a graus de processo inciático, análogos aos que usamos na maçonaria. Os Upanixades afirmam que quem entrar na consciência do átman (espírito da alma) e em si próprio se une a Braman, alcançando o moksha (libertação). Para os gnósticos à semelhança dos egípcios, o karma é resultado por uma balança. O prato direito corresponde às boas obras sendo denominado dharma. O prato esquerdo corresponde às más ações e é chamado karma. 

Quanto ao antigo Egito rememoremos pelo Livro dos Mortos Egípcio que os faraós preservavam pela mumificação o invólucro corporal, para que as forças vitais pudessem voltar ao corpo a que tinham pertencido. Para o Orfismo a alma humana é imortal e destinada a um processo de sucessivas encarnações. Nas culturas africanas a reencarnação era aceita, sendo exemplar entre os Zulus, os Bérberes e os Iorubás. No mundo romano a reencarnação encontrou proeminências em Ovídeo, Virgílio e Cícero. Para o shintoismo, uma religião autóctone, nativa do povo japonês, o objetivo da vida é a libertação do jugo do karma e alcançar um estado de nirvana (samadhi, consciência cósmica), que é a libertação total. Outro enfoque, na visão do kardecismo, cada ser humano é um espírito imortal encarnado que herda as consequências boas ou más de suas vidas anteriores. O kardecismo acredita na sobrevivência da alma e na possibilidade de comunicação entre os vivos e os mortos através da mediunidade. Quanto a esse tema Allan Kardec escreveu ainda que fora da caridade não há salvação. No catolicismo o karma é bastante enfatizado principalmente na frase apontada por Cristo: “Quando alguém lhe bater em uma face, vire-se oferecendo a outra”.  A reencarnação também é primordial na tradição judaica. O candomblé do mesmo modo adota o karma. O candomblé é assinado como uma seita que tendo orixás e guias como elementos divinos tem como linhas de trabalho a reencarnação, a lei do karma e o trabalho dos médiuns, embasando-se nos princípios como o amor, o respeito ao próximo, a caridade e a fé. O karma também está presente em praticamente todas as escolas de umbanda, até mesmo na quimbanda, as quais tem afinidade com a evolução espiritual, relacionando-se assim com a doutrina da reencarnação.  A teoria umbandista associa o fim do processo evolutivo do espírito ao retorno ao estado de pura consciência cósmica, inclusive formando um ambiente multidimensional ou holográfico considerando as causas físicas e hiperfísicas implícitas às relações de causa e efeito. Também para os polinésios, correspondentemente, os aspectos redutores da condição humana como doença, falha ou fracasso são considerados como consequências de transgressões ao karma em que os espíritos são desapontados. Na realidade, em termos dessa lei, a compreensão é que toda doença no corpo é um processo de cura para a alma por compensar débitos karmicos.    

Karma é a lei última do universo, a fonte e a origem de todas as demais leis que existem na natureza. Karma é a lei infalível que ajusta o efeito à causa nos planos físico, mental e espiritual do ser.

Por sinal, morrer para a vida profana e renascer para a espiritualidade, morrer para salvar o mundo, nós encontramos em THULIS, no Egito no ano 1.700 a.C; CRITO, na Caldéia no ano 1.200 a.C; KRISHNA, na Índia, no ano 1.200 a.C; ATYS, na Frígia, no ano1.170 a.C; TAMMUL, na Síria, ano 1.160 a.C; HESUS, celta, ano 834 a.C; BALI, de Orisa, ano 725 a.C; INDRA, no Tibete ano 625 a.C; IAC, no Nepal ano 622 a.C; ALCESTES na Grécia, ano 600 a.C; BUDDHA, na Índia, ano 600 a.C; DEVATAT, no Sião, ano 600 a.C; MITHRA na Pérsia ano 600 a.C; QUETZALCOALT, no México, ano 586 a.C; WITTOBA, no Dehkan, ano 552 a.C ; PROMETEU no Cáucaso. Ano 546 a.C; QUIRINUS em Roma, ano 506 a.C; IXION, em Roma ano 506 a.C; e JESUS no ano zero pelo calendário que observamos. Todos foram concebidos milagrosamente, todos nasceram de uma virgem, todos foram crucificados e ressuscitaram dentre os mortos depois de três dias em uma tumba e como JESUS, todos subiram ao céu. Terremotos e ressurreições acompanharam a maior parte dos acontecimentos.

Na lavoura da vida estamos sempre semeando e sempre colhendo. Se semearmos um pensamento colheremos uma ação; se semearmos uma ação colheremos um hábito; se semearmos um hábito colheremos um caráter e se semearmos um caráter colheremos um destino. 

Conforme trabalho de minha autoria, publicado há mais de 20 anos: “Hoje ainda pensamos que somos um corpo com 80% de matéria e 20% de espírito, mas na verdade ocorre o contrário. Estamos no limiar de uma nova era em que teremos que nos conscientizar de que somos movidos pela parte espiritual, que representa a grande maioria do nosso ser. Temos que nos aprimorar espiritualmente, pois a fase anterior, ou seja, no último século, se caracterizou pelo acentuado desenvolvimento tecnológico, enquanto que o primeiro século do novo milênio será aquele em que teremos que nos aprimorar espiritualmente para podermos desfrutar de tudo e viver em harmonia.”

Conforme trabalho “O Despertar da Consciência” publicado na revista O Prumo 198 de autoria do Irmão Gilberto Rau: “A Maçonaria investe toda a sua doutrina no Maçom, procurando melhora-lo espiritualmente e aperfeiçoá-lo, para seu benefício próprio e social, com o objetivo de prepara-lo para ser um líder, um agente de transformação social”. 

Não há inconveniente algum em ter o desejo voltado para o enriquecimento material, mas se a pessoa fica obcecada pela riqueza material e se torna desprovida de amor ao próximo, compreensão, bondade e demais virtudes espirituais, podemos dizer que ela é espiritualmente pobre, embora seja rica materialmente. 

Conforme o padre Pierre Teilhard de Chardin: “Não somos seres humanos vivendo uma experiência espiritual, somos seres espirituais vivendo uma experiência humana”.

Não importa se homens ou mulheres, todas as pessoas tornam-se “passageiros para o Além” quando o seu conteúdo mental a ser expressado se esgota e elas perdem o desejo de criar. Enquanto tivermos interesse, entusiasmo, fervor e instinto de criar coisas, continuaremos dotados de atributos necessários para permanecermos neste mundo. As pessoas não são “transferidas para o Além” enquanto a sua presença for necessária neste mundo.

A finalidade da vida não é obter riqueza ou conquistar fama. O verdadeiro objetivo da vida consiste em elevar o caráter, do nível humano para o nível divino, já que o homem é a suprema autorrealização de Deus.

Fico feliz em desenvolver este tema justo agora, pois estive recentemente em Roma, onde em Audiência Papal, fiz chegar às mãos do Papa Francisco o livro - Eugênio Welter – “Um Homem Iluminado e sua Família” no qual está a história de meu amado pai.

Segui para Israel, onde, no Mar da Galileia participei de uma Santa Missa navegando em um barco como Jesus fazia.

Segui para o Rio Jordão um curso de água de grande importância religiosa, fronteira natural entre Israel e Jordânia onde fui batizado no mesmo local em que João Batista batizou Jesus.

Em Jerusalém participei da Via Sacra, percorrendo as 14 estações no mesmo percurso feito por Cristo e tive a oportunidade de fazer parte do trajeto levando uma cruz nas costas.

Meus amados, esta energia de espiritualidade quero passar a cada um de vocês, desejando que o Grande Arquiteto do Universo, que a nosso favor tudo arquiteta, a cada um ilumine e proteja. 


Por: Marcos Eugênio Welter - Trabalhou como Advogado e Funcionário do Banco do Brasil, 
Membro do Conselho Superior Internacional da Academia de Letras do Brasil.



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