Eliana Calixto: Por incrível que pareça, eu nunca tinha escrito nada. Nem diário eu tinha, coisa que era moda no meu tempo de adolescente. Somente depois de aposentada comecei a escrever algumas trovas. Os outros gêneros de poesia como Sonetos, por exemplo, e os textos como Crônicas, Contos e Ensaios, vieram bem mais tarde.

Eliana Calixto: Sim, a arte cura. Cura e salva. Na pandemia houve grande efervescência de livros de poesia. Os poetas produziram muito durante os tempos de reclusão. Penso que foi o que nos manteve sãos. Mais do que vacinas, mais do que os tão combatidos medicamentos preventivos, a literatura nos manteve vivos, mentalmente sãos e no controle das nossas emoções. Quem escreve um poema movimenta grandes recursos de resistência; põe pra fora angústias e tristezas. “Quem faz um poema salva um afogado”. E eu acrescentaria ao grande Quintana: ... e salva a si próprio.

Eliana Calixto: Vejo como algo imprescindível. Quem lê amplia seus horizontes. Enxerga mais longe e desperta em si dons ocultos, ainda não aflorados.

Eliana Calixto: Mas nem todas cumprem a sua divina função. Algumas são tendenciosas, fazem apologia a ideologias políticas, chegando a discriminar os que não comungam das mesmas ideias defendidas por eles, atribuindo adjetivos degradantes àqueles que pensam diferente. Pertenço a diversas academias, mas estou me afastando daquelas que não respeitam o sagrado direito de cada um, o direito de ter suas próprias ideias e opiniões. Esse direito é inalienável. É questão de livre arbítrio.

Eliana Calixto: PEQUENAS GRANDES HISTÓRIAS. São Crônicas e Contos. Alguns dos textos publicados nesse livro são antigos, outros são recentes. É um livro comemorativo dos dez anos do meu primeiro livro: POEMAS NA NOITE, que foi lançado em setembro de 2014, na Livraria da Travessa, em Botafogo. Estou muito feliz por poder comemorar dez anos de carreira como escritora. Embora eu tenha começado a escrever Trovas em 2005, entendo que a minha carreira literária começou oficialmente com o lançamento do meu primeiro livro. E pra completar, ganhei de presente um belíssimo Prefácio escrito pela Prof. Dra. Renata Barcellos!