ENTREVISTA COM ALBERTO JURACY PESSOA SOBRINHO

0 Comments


Minibiografia: Bacharel em Comunicação Social/jornalismo na Faculdade Anhanguera de Brasília – DF em 2011. Licenciado em Geografia pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). Autor de obras literárias como: “Palavras Cruzadas”, poesia, Editora Novas ideais - DF. “Da Estrada Conto e Crônicas”, Editora Recanto do Escritor Segatto - RS. “Versos Paralelos”, Editora Reflexos - SP (KINDLE -AMAZON). TRILHAS, Editora Scortecci-SP.  Pensando em Ti, editora Viverarte-RJ. Fundador - Editor da Revista Nova Imagem - DF. Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias-MA e Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM). Participou do 5º Festival Literário Psiu Poético Beagá 2023. 

1- Como transita entre jornalismo, geografia e literatura? Seriam essas três áreas do conhecimento também formas de expressão artística? 

R: A vida é um grande palco, onde temos de interpretar a fantasias e a realidade numa performance própria, com criatividade e empenho em busca de uma boa apresentação. O jornalismo te proporciona uma visão geral Do conhecimento. A geografia nos remete a um mundo concreto e suas diversidades. A Terra e suas manifestações naturais, o espaço sideral, os mistérios e incógnitas ainda desconhecidos, abrem um leque de possibilidades, que só podemos vislumbrar mais profundamente por meio de uma visão abstrata, a partir do pensamento literário. Daí, poderemos mesclar a realidade e a fantasia tentando aproximar o nosso imaginário ao real. A arte, a literatura, a ciência, a tecnologia caminham no mesmo destinatário para desvendar subjetivamente a vida e o divino.

2- Quando e o que te levou a ingressar no universo literário? 

R: Eu nasci e vivi por muito tempo, em um ambiente propício para fluir as aspirações literárias. Caxias (MA) é terra de grandes vultos da história do Brasil. Gonçalves Dias, Coelho Neto, Vespasiano Ramos. César Marques... e muitos outros vates de nossa literatura são meus conterrâneos. Há quem diga que em Caxias tem um poeta em cada esquina. O meu tio, conhecido como Osires do Nordeste era maestro, compositor, professor de música e estudioso da Música Clássica. Deu uma imensa contribuição ao acervo musical brasileiro. Ganhou um festival de música clássica em Varsóvia com a música Painel Maranhense. Isso me estimulou a buscar entendimento sobre literatura. Na busca pelo conhecimento consegui produzir uma pluralidade de textos de uma forma significativa, com produção consistente no estilo e temas, despertando assim o gosto pela leitura e escrita. Deste modo, procurei apreciar os inúmeros valores culturais, geográficos e históricos que pudessem proliferar nos textos. Ao escrever contos, crônicas e poemas, me vi impelido a escrever e escrever, cumprindo a designação de transformar fatos do dia-a-dia, do cotidiano, e fatos reais ou imaginários em textos elaborados de forma que possam dignificar o leitor com empatia e altruísmo, deixando confiança para o leitor numa leitura prazerosa. Eu sou um sonhador, que através da busca pelo conhecimento procuro alcançar os meus objetivos de vida. Ao escrever livros materializo as minhas emoções, em testemunhos adquiridos no decorrer de minha existência. É bem verdade, que é necessário deixar o legado para a posteridade. Ensinar por meio das obras literárias é dar o exemplo de perspicácia, esperança, fé. Eu tive filhos. A continuidade da vida pode ser expressada mediante, por exemplo, ao plantio de árvores, pois assim temos a certeza da concretização do amor e da manutenção do futuro e publicação de obras literárias. “O tempo não pode ser segurado; é uma tarefa a ser feita e levamos para casa ... Não pare de fazer alguma coisa que te dá prazer por falta de tempo, não pare de ter alguém ao seu lado ou de ter prazer na solidão...”, Mário Quintana.

3- Sendo das áreas do jornalismo e literatura, como vê a produção escrita na atualidade até mesmo levando em consideração o resultado Enem? 

R: O brasileiro lê pouco. Apesar da grande maioria da população não ter a cultura ou hábito de lê, poder-se-ia promover políticas públicas permanentes de incentivo à leitura, principalmente no âmbito da educação. A falta de estímulo e incentivo à leitura, bem como a inércia social na promoçãode eventos e atores para fomentar práticas que estimulem o saber e a cultura causam o desencorajamento do ler, do conhecer. Isso reflete justamente na produção de textos por parte dos estudantes. A produção editorial tem crescido, entretanto, as consequências da desvalorização da educação impedem determinantemente a criatividade dos indivíduos barrando o consumo de livros. Em se comparando com outros países o brasileiro costuma ler somente cerca de quatro livros por ano, enquanto o canadense lê 12, isso implica em um índice de leitura bem abaixo da média. Sabe-se que o hábito que estimula a mente e a criatividade, a leitura é muito importante para a formação do pensamento crítico. O advento da expansão da rede de computadores, a Internet, tem oferecido a dinâmica da leitura. Muitos preferem buscar nos textos sintéticos, resumidos, virtuais a interação para adquirir conhecimento através da leitura, numa concorrência, de certa forma desleal, pois a escolha de ler um livro pode bater de frente com a de consumir outros tipos de mídia e gerar um déficit na leitura. De acordo com pesquisas os brasileiros usam seu tempo livre para assistir televisão, usar a internet, enviar mensagens no Whatsapp, escutar música e assistir a filmes. De acordo com Luiz Rohden, decano da Escola de Humanidades da Unisinos “a leitura demanda um esforço, uma concentração, uma dedicação, que muitas vezes nós não temos. Então esse espírito de rapidez, de agilidade, que as mídias nos colocam, ela nos impede de ter um tempo de maturação, onde possamos ruminar nesse sentido”. Tal colocação vai ao encontro dos resultados da pesquisa, que mostra que a preferência da população é por mídias nas quais menos esforço é necessário. Para Luiz, formatos como os livros digitais e os audiolivros podem ser uma alternativa para vencer alguns obstáculos. Com a possibilidade de ler um livro em seu celular, é possível fazer uso dessa atividade durante momentos como o transporte de casa ao trabalho. Além disso, é muito mais fácil encontrar livros gratuitos ou a preços acessíveis, aumentando as possibilidades para o leitor que não tem tanto dinheiro para aplicar nessa atividade. Fazer da leitura um hábito seria possível com o próprio exercício e estimulo à leitura.

4 - Quais são as funções das Academias de Letras e de Artes plásticas? Como vê o futuro dessas instituições? 

R: As Academias de Letras em sua maioria têm primado mais pela visão de status dos seus membros. As Academias de Letras poderiam e podem fazer a grande diferença na formação cultural da população. Essas instituições têm o aval de levar à sociedade uma visão de mundo mais objetiva, colocando em prática, efetivamente suas propostas culturais/literárias. Isso, por meio da promoção de projetos junto ao público, em parceria com as entidades educacionais e movimentos sociais populares. Assim poderiam vislumbrar-se uma mudança considerável na prática e na disseminação do conhecer. Entre as finalidades das Academias de Letras estão ao de se dedicarem à literatura, às ciências e às artes. Seus membros deverão ser pessoas interessadas no culto da língua pátria, no aperfeiçoamento do uso do vernáculo corretamente, no incentivo à leitura, na publicação de obras literárias, nas rodas filosóficas onde o debate sadio, o respeito à norma culta, à educação como um todo deverão nortear as discussões, não devendo ficar somente entre os acadêmicos (as). Deverão chegar até as Escolas, as Universidades, aos estabelecimentos de ensino e culturais, sem restrição alguma.

5 - Mensagem para os jovens que pretendem ingressar no Jornalismo, Geografia ou nas Letras: 

R: A aptidão é o melhor caminho a ser seguido. Tanto o Jornalismo quanto a Geografia buscam o conhecimento humano. Ao enveredar-se por essas vertentes precisamos ter a certeza que é de fato o nosso querer: contribuir para um mundo melhor através das interferências em favor do bem. Lutar pela conscientização e pela defesa dos direitos da pessoa e pela manutenção da vida. Isso se faz por meio do conhecimento, da luta e da fé.

Por: Renata Barcellos (BarcellArtes) - Professora, Poetisa, Escritora e Membro Correspondente do Instituto Geográfico de Maranhão, Apresentadora do programa Pauta Nossa da Mundial News RJ.


You may also like

Nenhum comentário: