Ronnaldo de Andrade.

Temos falado neste espaço sobre o poema SPINA, que é uma nova forma de se fazer poesia. Neste mês de janeiro de 2024 publicamos uma antologia só de SPINAS. O presente livro é o segundo volume do projeto que criamos lá em dois mil e vinte e um, a Nova Poesia Brasileira SPINA (haverá uma pequena, mas significativa mudança, no título deste novo livro, e será explicado no decorrer deste texto), quando a Covid-19 estava asfixiando, aterrorizando e aprisionando tanta gente no mundo inteiro. Nessa época, devido ao isolamento social e profissional, houve um crescimento significativo na interação do pessoal com o SPINA, iniciada em dois mil e vinte quando no início de janeiro criei, no facebook, o primeiro grupo para compartilhar e ensinar essa brasileira e recente forma poética que trouxe um novo jeito de se fazer poesia, com suas regras pré-definidas, hoje fixas e consolidadas como SPINA.

No primeiro livro deste projeto falei que almejava publicar anualmente um volume dessa série; no entanto, em dois mil e vinte e dois não foi possível dar continuidade. Optamos por realizar a antologia aberta, em comemoração aos três anos de criação desse poema, como fazemos deste o primeiro aniversário, dessa forma todos que desejassem participar dela com SPINAS que estivesses dentro das regras poderiam se fazer presente, e foi um sucesso. 

Em 2023 se deu ao contrário: não houve a antologia aberta, para todos, e sim esta, para comemorar os quatro anos de nascimento do SPINA, que diferente do já citado primeiro volume (composto por cinco mulheres e cimo homens) é composta com SPINAS escritos por dezoito mãos femininas. Cada uma dessas mulheres traz suas características e estilo próprio, protagonizando com poeticidade, elegância e estética no atual cenário poético brasileiro. Todas têm familiaridade com a poesia e a prosa há algum tempo, e se permitiram e se dedicam, e se apresentam com humildade para você que está lendo estas linhas e lerá os seus textos se tiver a oportunidade de adquirir um exemplar dessa obra. São mulheres persistentes e múltiplas nos afazeres, residentes nos estados de Minas Gerais, Pará, Paraná e São Paulo.

Para mim, este é mais um grande livro de SPINAS, e, como falou Tzvetan Todorov, 

“Poderia ser dito que todo grande livro estabelece a exigência de dois gêneros, a realidade de duas normas: a do gênero que ele transgride, que predomina na literatura anterior; e a do gênero que ele cria” (p.75, 2019).

Outros grandiosos livros virão, tanto antologia, coletânea, como livro solo. Isto não é expectativa de minha parte; todavia, uma constatação feliz, porque todos/as poetas que vêm se dedicando à composição do SPINA têm obtido uma evolução muito significativa na arte do verso.