Virginia Pignot.

Crises, diagnóstico e começo de solução

Para J. P. Stédile entrevistado pela Ópera Mundi, “Estamos vivendo um período de três crises:- A crise do modo de exploração capitalista. Com o corte de gastos do Estado reaparece a extrema direita, o risco de autoritarismo. -A crise ambiental, gravíssima. Esse desequilíbrio ambiental está matando milhares de seres vivos, vegetais e animais, incluindo os seres humanos. -A crise do imperialismo dos EUA, que luta para sobreviver através da força militar. Como remobilizar as massas em torno de um projeto de futuro do país e agora do futuro da humanidade?

A seu ver, é preciso uma imprensa que defenda os interesses dos trabalhadores; o governo eleito deve ir às raízes dos problemas, e apresentar propostas resolutivas. O governo Lula está tomando uma série de medidas para resolver os problemas do país. Uma medida que começa a produzir frutos é o estímulo ao setor industrial brasileiro.

Vamos falar destas propostas.

Construção de futuro, novo plano da Indústria.

Apos a catástrofe da COVID e das guerras, a politica industrial voltou a ser preocupação central dos países industrializados. Aqui no Brasil, por exemplo, se os governos Temer e Bolsonaro não tivessem desativado o Ministério da Indústria e do comércio e suas verbas, poderíamos ter reagido melhor à epidemia produzindo ventiladores, oxigênio, etc.

Tem muita coisa a ser dita sobre o novo plano. Hoje vamos nos focar em um exemplo que mostra o laço entre decisões politicas e seus efeitos na vida das pessoas e no desenvolvimento do pais: Governo Lula decidiu tributar a importação de veículos elétricos, e de outros produtos cuja importação trazem prejuízo à indústria nacional. Paralelamente, ele criou incentivos para a produção de veículos elétricos no Brasil. Isso teve como consequência a proposta da BYD chinesa, maior fabricante de veículos elétricos do mundo, de vir se instalar na Bahia. Em contrapartida aos incentivos, o fabricante que vem se instalar vai formar e empregar funcionários brasileiros, e utilizar material de fabricantes brasileiros. Além de criar empregos, pagará impostos sobre produtos e sobre salários, implementando o nosso PIB.

A retomada dos investimentos. Infraestrutura, educação, criação de empregos especializados.

O presidente Lula relançou recentemente as obras da refinaria de Abreu e Lima, fechadas por um processo fraudulento da L. Jato de 2014, a justiça provou em 2021que não houve lesão ao Estado. A obra trará uma renda de cem bilhões de dólares ao ano quando concluída, e criará 30 mil empregos. No campo da energia nuclear a ampliação de Angra dos Reis continua, e há o projeto de desenvolvimento de reatores menores. Outro projeto em curso é a recuperação do estaleiro Atlântico Sul, que se instalará em Pernambuco para a construção de navios.

No campo da Educação, contamos com a abertura programada do ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica) em Fortaleza em 2027, com vestibular este ano para novos cursos de engenharia (de sistema e de energias renováveis), primeiro no ITA de São José dos Campos, migrando depois para Fortaleza; e aquela do Instituto Tecnológico Aeroespacial da Bahia, assim como de novos Institutos Técnicos, mostrando a determinação do governo de investir para a criação de empregos.

O mercado e a mídia desarticulados da realidade

Em discursos no Conselhão, na refinaria de Abreu e Lima, Lula mostra que corte de gastos não rima com desenvolvimento. Ele criticou a Lava Jato cujos membros traíram a lei e estão agora “apodrecendo”. Ironicamente, sua fala faz eco a um editorial do Estadão, outrora ferronho defensor do juiz ladrão: “A Decomposição de Moro”. O mundo real não é o mundo do mercado, que a imprensa inventa repetindo inverdades. O Presidente Bolsonarista do Banco Central tenta inviabilizar o governo com taxa de juro absurda, desconectada do equilíbrio fiscal. O governo “dribla e ataca” criando incentivos e programas para ajudar particulares ou empresas a sair da camisa de força da SELIG.

Conclusão: “Com o Novo Plano da Indústria o governo marcou gol em 2024.”L. Nassif.

 Apesar das dificuldades e da força do mercado que controla a mídia, para o ano novo, com o governo atual temos uma brisa gostosa de esperanças no ar.