BEM VINDO, OUTONO, A VELHICE COMO RENOVAÇÃO

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Arlinda Lamêgo.


Caem as folhas e a temperatura, o outono é mais sentido e vivido no Hemisfério Norte da Terra em 22 e 23 de setembro pela redução gradativa das temperaturas que no hemisfério Sul, em 20 e 21 de março. O tempo é mais ameno e o frio vem na sequência, com ventos e   diminuição da umidade do ar.  

É a estação entre o verão e o inverno. No Brasil central e no semiárido nordestino, é conhecido como o período de colheitas, um momento de queda de folhas e frutos. O Outono é época de seca. Chuvas encerram-se. 

A chuva da primavera é a chuva nova, o despertar espiritual, um reavivamento. A chuva do outono é a colheita, os frutos da vida O Equinócio tem dias e as noites na mesma duração. Uma renovação. Há um céu com menos nuvens e claro, um ‘céu de brigadeiro’.

Na vida também é assim. É a época de regressar, continuar velhos hábitos, de se fazer balanços, com novas metas. A folha seca traz em si o chorar o que não fez. Muita gente se vê na saudade, na tristeza, outono é a visão de seu dono.

Não há mais tempo para castelos. É uma pomba que adormece, no abandono do céu poente. Nada é tudo sempre igual. Algo está para acontecer. O farfalhar das folhas relembra canções. É um aconchego lúcido em outros rumos.

No início, um turbilhão. Sem aprendizados, a rotina não tem mais feridas. É equilíbrio de vida. Há de ver novas cores, na elegância de muitos cinzas. São aragens frias, agasalhadas no momento certo. Outono é crepúsculo em grave harmonia.

É hora de se fazer estações, não mais amor de primeiro dia, não há vida inteira, contemplação. Não há hora que possa perder.

Por: Arlinda Lamêgo - Recifense, Médica, Escritora e Poeta.


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