ESCRITA EVOLUCIONAL COMO AXIÔMA DA ALB “DA ORDEM DE PLATÃO”

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Dr. Mário Carabajal.


Um Caminho de Transformação e Compromisso com o Futuro Humano

A escrita é uma das invenções mais poderosas da história humana. Sua evolução, que se estende desde as primeiras inscrições em argila e pedra até os modernos textos digitais, não apenas testemunha a capacidade do ser humano de se comunicar, mas também reflete seu desejo de transformar o mundo. A escrita não é apenas um meio de registrar ideias; ela é, fundamentalmente, uma ferramenta decisiva para a evolução da humanidade, capaz de gerar mudanças profundas quando usada com propósito e responsabilidade.

Das Primeiras Inscrições à Primeira Grande Revolução: A Escrita Cuneiforme

A história da escrita começa com a necessidade prática de registrar informações essenciais para a organização social, comercial e religiosa. Na antiga Mesopotâmia, por volta de 3.000 a.C., surgiu a escrita cuneiforme, um sistema de marcas feitas em argilas, utilizadas principalmente para registrar transações comerciais e leis. A escrita, neste momento, se fazia necessária para que as sociedades pudessem administrar a complexidade crescente da vida urbana.

A evolução de tal sistema permitiu que as civilizações antigas preservassem seu conhecimento, sua cultura e suas histórias. Mas a escrita cuneiforme não era apenas um símbolo de administração; ela tornou-se um meio para que ideias sobre religião, filosofia e ciência fossem registradas, transcendendo o tempo e chegando até nós. O famoso Código de Hamurabi, por exemplo, é um marco histórico não apenas pela inovação jurídica, mas pela capacidade de codificar regras que permanecem como base para discussões contemporâneas sobre justiça.

A Escrita Clássica: Platão e a Filosofia de um Mundo Através das Palavras

Durante a Antiguidade Clássica, com o nascimento da filosofia grega, a escrita se transformou em um meio de refletir sobre a condição humana e seus valores. Filósofos como Platão, Aristóteles e Sócrates usaram a palavra escrita para explorar as questões mais profundas sobre ética, política, e o sentido da vida. A escrita, então, já não era apenas uma ferramenta administrativa ou religiosa, mas uma poderosa arma para o pensamento e a crítica.

Platão, ao escrever seus diálogos, por exemplo, não apenas transmitiu saberes, mas também provocou transformações na maneira como pensamos sobre o mundo e sobre nós mesmos. A partir de então, a escrita assume o papel de um veículo para ideias libertadoras, capazes de desafiar as estruturas estabelecidas e propor novos paradigmas para a sociedade.

A Imprensa e a Revolução do Conhecimento: 
A Era Moderna

O maior salto na história da escrita veio com a invenção da imprensa por Johannes Gutenberg, no século XV. A impressão de livros em massa foi um marco revolucionário, permitindo que as ideias de pensadores, cientistas e artistas se espalhassem rapidamente por toda a Europa. O Renascimento, a Reforma Protestante e a Revolução Científica devem muito à escrita e à impressão, uma vez que esse novo meio de disseminação de ideias propiciou uma explosão de conhecimento e debates.

A imprensa não só fez com que a palavra escrita se tornasse acessível a mais pessoas, mas também fortaleceu o poder da escrita como uma força transformadora da sociedade. A partir de então, escritores e pensadores passaram a ser protagonistas na construção do futuro da humanidade, promovendo uma educação mais ampla e acessível, criando espaços para novas ideologias e combatendo sistemas de opressão.

A Escrita Contemporânea: Liberdade, Empreendedorismo e o Impacto Digital

Hoje, em pleno século XXI, a escrita segue sendo uma força vital para a evolução humana. No entanto, com o advento da internet e das redes sociais, a escrita se multiplicou de maneiras que nem mesmo os mais visionários pensadores poderiam prever. Em poucos segundos, um texto pode alcançar milhares ou milhões de pessoas, sendo capaz de gerar tanto movimentos sociais quanto debates construtivos ou destrutivos.

A escrita contemporânea é, antes de tudo, uma expressão da liberdade. Autores independentes, blogueiros, jornalistas e empreendedores digitais têm a capacidade de gerar conteúdos que ressoam com um público global. A liberdade de expressão tornou-se um direito fundamental em muitas sociedades, e a escrita se consolidou como a principal forma de garantir que as vozes de todos, especialmente as daqueles que antes estavam silenciados, possam ser ouvidas.

Neste cenário, a escrita resolutiva, aquela que busca resolver problemas reais da sociedade, tornou-se essencial. Um escritor que compreende o poder de suas palavras pode, com um texto bem elaborado, transformar o pensamento coletivo, questionar sistemas opressores e oferecer soluções para grandes problemas globais. A escrita comprometida com a justiça social, com a igualdade e com a verdade se tornou um farol para aqueles que lutam por um futuro mais equitativo.

A Escrita como Compromisso: 
O Papel dos Escritores Empreendedores

Escritores livres e independentes, ao se afastarem das pressões de grandes corporações editoriais e políticas, têm uma capacidade única de oferecer uma visão autêntica e crítica da sociedade. Essa liberdade de pensamento e expressão proporciona aos escritores a oportunidade de empreender não apenas em negócios, mas também em mudanças culturais e sociais.

A escrita empreendedora vai além da busca por lucro; ela está ligada à capacidade de impactar a sociedade por meio da criação de novas formas de pensamento, de inovação e de colaboração. Em tempos em que a informação é consumida a uma velocidade vertiginosa, o escritor empreendedor, atento às necessidades do público e comprometido com sua missão, tem o poder de gerar conteúdo que inspire ações concretas para a transformação do mundo.

Máximas da ALB – Academia da Letras do Brasil ‘Da Ordem de Platão’ e o Futuro da Escrita como Força de Transformação

Ao longo da história, a escrita tem sido a principal força que possibilitou a transmissão de conhecimentos e ideias, e ao mesmo tempo, a principal ferramenta para a crítica, o avanço e a transformação das sociedades. Ela não apenas registra a história, mas também a faz. Os escritores livres, independentes e empreendedores têm a capacidade única de moldar o futuro, ao usar a escrita para propor soluções, promover a justiça e inspirar o comprometimento com um mundo melhor.

A escrita resolutiva, que busca enfrentar e solucionar os grandes desafios humanos, continuará sendo uma das maiores ferramentas de mudança. Em um mundo cada vez mais globalizado e digital, o papel dos escritores será cada vez mais importante na criação de um legado de liberdade, sabedoria e responsabilidade para as gerações futuras.

Por: Mário Carabajal - Especialista em Pesquisa Científica, Mestre em Relações Internacionais, Doutor em Ciências Educacionais, Pós-Doutor em Filosofia. Vinte e quatro livros publicados. Presidente fundador da ALB – Academia de Letras do Brasil.


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