Base teme que, se impeachment passe da Câmara, Senado não salve Dilma

0 Comments
Convenção em que o PMDB desembarca do governo Dilma. Foto: Divulgação PMDB
A reunião histórica do PMDB é daqueles momentos que, apesar da sua brevidade, tem capacidade de selar o rumo do País. A sigla era o maior alicerce de governabilidade da presidente Dilma Rousseff (PT), iniciou a marcha oficial do partido pelo impeachment e pode ainda deflagrar o “efeito manada” na base. Vide a reunião desta quarta (30) do PP.

O receio do governo é que a votação da Câmara Federal sele o destino de Dilma. Para os governistas, o Senado não é salvação. Se o impedimento chegar lá, Dilma não escapa. Isso ajudaria a explicar a frase enigmática do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), dizendo que espera que o processo de impeachment não chegue na Casa.

A Câmara decidirá se abre o processo de impeachment. A oposição precisa de 342 votos. O que não soa mais tão distante.

Cada deputado votará em voz alta, no microfone, para o Brasil todo ouvir. Se o impeachment passar da Câmara, no Senado terá duas votações. A primeira só vai confirmar ou não a decisão da Câmara, por maioria simples – ou seja, de 81 senadores, a maioria de quem estiver votando na hora.

Até pouco tempo, acreditava-se que o Senado tinha maioria pró-Dilma. Mas já não é assim.

Se o Senado confirmar a decisão da Câmara, Dilma será afastada por 180 dias e Temer assume, inclusive montando ministério. Já seria game over. Porém, ao fim dos 180 dias, o Senado votaria a conclusão de fato do impeachment.

Vai chegar a tanto? “O Senado não é suicida”, afirma um governista em reserva. “A luta mesmo é na Câmara”, diz. É o que pensa o deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB), ele mesmo ex-senador. “Passando na Câmara, o impeachemnt chega ao Senado como uma avalanche”, diz Jarbas. Será?



REECONTRO DE JARBAS COM O PMDB

Por muitos anos considerado dissidente no PMDB, por sua postura anti-PT, Jarbas Vasconcelos (à direita da foto acima) pela primeira vez foi chamado para compor a mesa em evento do partido, ontem. Jarbas se reencontra com a legenda em um momento importante do PMDB, às vésperas do que pode ser um governo Temer, com quem tem mantido diálogo.



TEMER E O PSB

Temer, além de prestigiar Jarbas e outros membros do PMDB, tem se articulado com outros partidos. Já esteve com Aécio Neves e José Serra, do PSDB. Segunda foi a vez do presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira.



PEGO DE SURPRESA

Siqueira enviou ao governador Paulo Câmara (PSB) mensagem de elogio por liberar nomes da equipe para retomarem o mandato e votarem o impeachment. “O que precisamos é ter posição clara perante a Nação”.



PSB AINDA NÃO DEFINIU VOTO


O PSB ainda não se reuniu, mas votará unido, diz Siqueira. O PSB da Câmara é pró-impeachment. E o partido no Senado é pró-Dilma.
Por: Jornal do Commercio.


You may also like

Nenhum comentário: