Cardiologista CARLOS FRANÇA alerta para a saúde coronária

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José Carlos de França Lima - Médico Cardiologista.


O médico cardiologista José Carlos de França Lima, formou-se em 1979 pela Faculdade de Ciências Médicas do Recife. Até o momento já são 37 anos de atuação profissional. Ele atende todos os dias, só na parte da manhã, no seu consultório, em Surubim. Carlos França também já trabalhou nos hospitais de Limoeiro, Orobó e João Alfredo. Atualmente prefere dedicar-se ao consultório. Nesta entrevista ele alerta para os cuidados com a saúde coronária.

BLOG MALUMA MARQUES - O senhor sempre participa de congressos?

CARLOS FRANÇA – Sim. Eu faço parte da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Todos os anos, vou ao congresso em São Paulo. Antigamente era feito em Campos do Jordão, mas agora eles estão preferindo fazer em São Paulo. Quando vou ao congresso faço a reciclagem dada pela Sociedade de Cardiologia e um curso intensivo de oito dias que geralmente acontece no Centro de Convenções Rebouças. É bom porque você faz uma verdadeira reciclagem.

BMM - Quais as doenças mais comuns relacionadas ao coração?

CF - As doenças mais comuns que são na faixa de uns 70% são a hipertensão sistêmica e outras doenças como colopatias e insuficiência cardíaca, também muito frequente. Mas a mais frequente é a hipertensão arterial sistêmica.

BMM - Quais são os fatores de riscos das doenças do coração?

CF - Vamos falar em fatores de risco do coração. Dentre os principais fatores de risco, o primeiro é o fumo. O segundo é a dislipidemia que é o colesterol e triglicerídeo alto; o terceiro seria a obesidade; o quarto seria o estresse; o quinto a vida sedentária e a pressão arterial sistêmica. Esses são os principais fatores de risco das doenças do coração. Quando uma pessoa vem a desenvolver uma doença cardiovascular, e se ela, ainda por cima, for diabética, aí a coisa complica mais.

BMM - Aqui na nossa região a realidade é a mesma nacional ou está diferente com relação às doenças cardiovasculares?

CF - Não, não existem diferenças nas doenças. Aqui no Nordeste, no Norte ou no Sul, a doença é em todo o lugar. Agora existe a pequena diferença de que há lugares que têm mais ocorrências por causa da sua densidade de pessoas.

BMM - Vemos vários médicos dando alerta sobre sedentarismo. Falta às pessoas terem mais cuidado com a saúde?

CF - É salutar que a pessoa faça exercício físico, e o cuidado com a saúde começa quando você nasce. Antigamente as pessoas só se cuidavam quando tinham uns 40 anos; você sabe que não é assim. Quanto mais cedo você cuida do colesterol, do triglicerídeo, do sedentarismo, aí você vai ter mais chance de não ter problemas cardiovasculares. E você tem que fazer exercício físico pelo menos três vezes por semana. Tem que caminhar pelo menos uma caminhada de 1h. Não precisa correr ou andar de bicicleta ou frequentar uma academia. Agora é importante que, se você for fazer a academia que faça um exame cardiológico para ver se não tem nenhuma doença que você tenha nascido com ela, ou se você tem pressão alta ou outro problema que não possa fazer um exercício mais acentuado.

BMM - A maioria das doenças cardiovasculares atinge pessoas com mais de 40 anos. É verdade?

CF - Existem pressões arteriais que são primárias, ou seja, a que você desenvolve algum problema renal; ou com alguma infecção no rim, que fez você nascer com a pressão alta e a hipertensão secundária. Isso pode ocorrer em qualquer tempo. E como a gente usa qualquer coisa, quanto mais idoso mais fica frágil. Um paciente idoso, por exemplo, tem mais possibilidade de ter pressão alta por causa do tempo. Lembrando que não é uma regra matemática, você está idoso e vai ter a doença. Também pode ocorrer em  jovem, mas isso não tem relação com idade.

BMM - Algumas pessoas sabem que têm pressão alta, mas não fazem o tratamento com medicamento? E quais os riscos para esses pacientes?

CF - Esse é o maior problema que nós temos no Brasil, que é a negação. Do total dos 100% dos brasileiros que têm hipertensão, só 70% sabem que têm a doença porque eles nunca mandaram aferir a pressão. E o fulano estava bom e de repente morreu. A pessoa tinha a pressão alta e nem sabia. Essas são chamadas de doenças assistemáticas. Por isso que a pressão alta é chamada de assassina silenciosa, e apenas a metade das pessoas que sabem que têm pressão alta se tratam, e desses 15% que sobram, ainda tem pessoas que não se cuidam do jeito certo e só tomam remédio quando querem, não vão à farmácia aferir a pressão. Quando se sente melhor não toma mais. Quem toma remédio de pressão tem que ir ao médico pelo menos de seis em seis meses para fazer uma avaliação.

BMM - Em quais casos a cirurgia cardiovascular é inevitável?

CF - Isso depende de cada caso. Cada caso é um caso. Se você tiver a doença coronariana, que é quando os vasos ficam com muita gordura e tem que abrir a artéria e colocar um cano para passar o sangue, você tem que fazer a angioplastia. Não dando certo a angioplastia, então você tem que fazer uma cirurgia de vascularização que é de grande porte, mas vem trazendo resultado, por exemplo, trocar uma válvula. Você teve uma febre reumática, por exemplo, não tem como fazer de outro jeito que não seja abrir e fazer uma cirurgia.

BMM - Quais são suas recomendações para as pessoas se prevenirem das doenças cardiovasculares?

CF – Bom, as minhas recomendações são não fumar, controlar o peso, controlar a pressão, controlar as taxas de gordura no sangue, principalmente o colesterol e os triglicerídeos, e diminuir o estresse. O outro seria evitar o sedentarismo.

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