A DOR DE UMA MÃE NÃO TEM LIMITES

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A partir de um edifício de luxo, a dor de uma mãe extravasou e ganhou o mundo. Adquiriu, sobretudo, proporções gigantescas ao comover muitas mães mundo a fora.

(Foto: Reprodução/Internet)


A notícia da morte de Miguel Otávio, 5 anos, ao cair do Condomínio Pier Maurício de Nassau (“Torres Gêmeas”), no Cais da Alfândega, Recife, está estampada nos jornais, revistas, nas telas da TV, nos portais de notícias de quase todos os países do Ocidente. 

Foi triste como tudo aconteceu. Deixar uma criança de 5 anos entregue à própria sorte  no elevador de serviço, é fingir desconhecer a pouquíssima capacidade dela em acertar ir de encontro da mãe que estava na rua cuidando do cachorro da patroa. Essa mesma patroa não teve a sensibilidade de entreter a criança enquanto a empregada paparicava seu cachorro.

Quanta revolta! Uma criança pobre, preta, filha de empregados. Será que a patroa contou com a sorte para que o menino conseguisse êxito em encontrar a mãe?

A mãe de Miguel, a empregada doméstica Mirtes Renata Souza, está, naturalmente, desesperada e divulgou o nome da patroa como “assassina”, Sarí Corte Real, primeira-dama de Tamandaré.

Há erros aí. Primeiro: a mãe da criança não deveria estar trabalhando durante a pandemia, porque sua atividade não está incluída entre os serviços essenciais. Mas os patrões, Sérgio Hacker Corte Real e Sari, exigiram a sua presença.

Segundo: a patroa, presa em flagrante e solta logo em seguida após pagar uma fiança de R$20 mil, responderá processo em liberdade.

Algumas organizações sociais de Pernambuco convocaram uma manifestação de “Justiça para João Miguel” para esta sexta-feira (5), em frente às “Torres Gêmeas”, sob a palavra de ordem “rosas para Miguel e fogo nos racistas”. O ato acontece a partir das 13h, horário em que a criança morreu.

O mundo, aliás, vive protestos pela morte de George Floyd, negro morto por uma policial branco nos Estados Unidos. O racismo está em alta e a revolta dos que lutam contra esse mal, só cresce.
No Brasil, artistas e outras personalidades pedem justiça por Miguel. Que assim seja, pois a dor de uma mãe não tem limites e deixa feridas inigualáveis.



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