CRÔNICA DE 02 DE JANEIRO DE 1976 – BOA TARDE

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Ariadne Quintella.


Tudo indica que entramos em 76 com o pé direito, pelo menos em matéria de trânsito. O Coronel Walter Benjamim já revelou sua primeira preocupação: manter um bom relacionamento com a Imprensa, pois, sabe muito bem, que somente através dela o povo poderá ter conhecimento de seu esquema de trabalho e não será tomado de surpresa, como acontecia ultimamente.

Assim, é que a partir da próxima segunda-feira dará início a sua primeira campanha de “aviso aos motoristas”. Trata-se da interdição da Ponte Velha a ser feita no dia 10, data já marcada no “calendário” do Detran. Notas oficiais, entrevistas pela televisão, notícias pelo rádio e jornais serão dadas aos “ases” do volante sobre as vias opcionais a serem escolhidas por eles, em substituição ao trecho vizinho à Ponte Velha.

Mas, esperamos que, iluminado pelos bons espíritos (de luz, é claro) e guiado pelo seu “anjo da guarda”, o Coronel Walter Benjamim não se esqueça de fazer uma revisão ou mudança noutras áreas da cidade. Por exemplo, é uma pena que saindo do primeiro trecho da Rua do Hospício o motorista não prosseguir em direção à Praça Maciel Pinheiro, sendo forçado a “quebrar” pela Avenida Conde da Boa Vista sem necessidade. Outra loucura, por sinal bastante “badalada”, diz respeito às Avenidas Rosa e Silva e Visconde de Suassuna, transformadas em mão única para automóveis e “dupla” para os fantasmas ou monstrengos conhecidos por ônibus elétricos. 

Estacionamento no centro da cidade é outro problema que necessita, urgentemente, ser resolvida, uma vez que quase todos eles foram fechados e “selados” com faixas amarelas contornando as calçadas. Estamos ainda muito longe de alcançar a era dos “cintos voadores” e o jeito é apelar para a lucidez do “Coronel do Trânsito” a fim de que ele determine a abertura de novas áreas, novos espaços, novos parques, para estacionamentos dos veículos dentro da cidade. Que 76 seja, portanto, um ano de libertação para os motoristas: livre das dores de cabeça e da exploração dos “privativos”.

Por: Ariadne Quintella - Jornalista e Escritora.


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