O COMBATE AO VÍRUS É SIM DA NOSSA CONTA

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José Nivaldo Junior.


O artigo que escrevi recentemente em O PODER BRASIL, com o título “MÉDICOS RESSENTIDOS COM A CPI”, repercutiu no Brasil inteiro. Na primeira hora de publicação no portal de O PODER (www.jornalopoder.com.br) teve mais de 2.000 visualizações de não assinantes e cerca de 80 comentários. Apenas na primeira hora.

Médicos de todas as regiões confirmavam a sensação de desamparo, principalmente com os colegas deputados e a revolta com entidades que deveriam defender os direitos dos médicos mas tornam-se verdadeiras perseguidoras, defendendo interesses que passam longe da ética médica e perto das robustas contar bancárias dos mega laboratórios mundiais. Recebi dezenas de depoimentos, vindos de todas as regiões.

E EU COM ISSO? 

Já repeti inúmeras vezes que não tenho qualquer presunção de entender de medicamentos. Mas de controle ideológico, das tentativas, métodos no sentido de formar um pensamento único, desculpem, disso eu entendo. 

Combinando mais de 50 anos de atividades na área de comunicação com minha formação como historiador, ensinando História das Ideias na UFPE, em mais muitas décadas convivendo com o poder na teoria e na prática, aprendi a farejar uma mutreta, quando lido com uma. 

CIÊNCIA É MOVIMENTO

A medicina não é uma ciência exata, muito menos pronta e acabada. Pelo menos desde Hipócrates está em permanente elaboração. Até um dia desses, era protocolo sangrar os doentes. O que é científico ou não, em todas as áreas, também é relativo. Há menos de 500 anos, para escapar da fogueira, Galilei Galilei teve que se retratar. Diante de um solene tribunal, reunindo as sumidades astronômicas da época, teve que dizer que a terra não se move. “Eppur se muove” teria dito baixinho aos inquisidores. Traduzindo: apesar disso ela se move.

Ciência, definitivamente, não combina com dogmas. Esta pandemia prova isso a cada dia. Acabei de ouvir que o prazo de armazenamento da vacina Pfizer em geladeiras comuns passou de alguns dias para um mês. Nesse ambiente de incertezas, quais os parâmetros para acusar e julgar aspectos médicos do tratamento da pandemia? 

INTOLERÂNCIA

Desde o início da pandemia defendo algumas posições, sem ter motivo para mudar de opinião. Apesar de todos os avanços, disse aqui neste TERRA DA GENTE na edição passada, o vírus continua ganhando a guerra. Apesar da vacina ser uma necessidade imperiosa, e o único real avanço nessa guerra planetária que todos travamos, não resolve tudo. As novas cepas do vírus parecem ter descoberto o caminho para alcançar os mais jovens e se disseminar de modo mais veloz entre os mais pobres. Tomara que esteja errado. Isso não tem nada de científico, é uma mera percepção sobre o que vejo e ouço, das pessoas reais, do mundo real.

DIREITO DOS MÉDICOS 

Filho da Dra Neíse e do Dr Zé Nivaldo, que fizeram história em Surubim, mas que o tempo já começa a apagar da lembrança das novas gerações, cresci ouvindo meu pai repetir que “a clínica é soberana”. Talvez por isso, defendo ardorosamente a aplicação da Declaração de Helsinqui, documento que pauta a ética médica no mundo inteiro.Lá diz que a prescrição de medicamentos é de livre decisão médico/paciente. 

Por isso, jamais entendi a fúria inquisitorial que se criou com relação a medicamentos usados para tentar amenizar o efeito da Covid. A Cloroquina tornou-se símbolo dessa intolerância.

Aliás, jamais entendi é força de expressão. Entendi muito bem. Reconheço que muitos médicos combatem o uso da Cloroquina, da Ivermectina, da Azitromicina para reforçar o organismo no enfrentamento do vírus por pura convicção. Talvez estejam certos. Porém muitos, médicos e não médicos, que apontam o dedo para colegas, o fazem a partir de fios invisíveis que movimentam interesses bilionários em jogo. 

A INQUISIÇÃO VENCE. POR ENQUANTO

A luta contra os dogmatismos são, muitas vezes, seculares. Paciência. É assim que caminha a humanidade. Por isso, milhares de médicos que no primeiro momento se dispuseram voluntariamente a contribuir na luta pela humanidade, usando o que acreditam ter resultado, não para curar, que vírus não tem cura, mas para ajudar o organismo a enfrentá-lo, simplesmente abandonaram a luta. Cansaram de serem tratados como charlatães, como disse a deputada médica Jandira Fregalli. De responderem a processos que se anunciam como longos, custosos e aborrecidos. 

Esse movimento de muitos médicos de outras especialidades que tinham se engajado na luta, de não mais atenderem casos de Covid, de silenciosamente se retirarem do teatro de operações, tem consequências. Por coincidência, o número de casos fatais, disparou no país. 

O que magoa profundamente milhares de médicos é a atitude dos seus colegas parlamentares, inclusive na CPI. Que além de não defenderem o Documento de Helsinqui, omitem-se solenemente ante as iniciativas para criminalizar os colegas. 

CIDADANIA OMISSA

A vacina avança, a doença não recua.

Repito: além de tudo o que os governos fazem ou deixam de fazer, cada um de nós é parte dessa luta.

Incrível como ainda é necessário combater aglomerações. Como se deixa de tomar medidas simples e objetivas, como usar máscara, higienizar, manter distanciamento.

Nos últimos dias assisti a cenas impensáveis de pessoas apertando mãos, se beijando, se abraçando em espaços públicos e privados. Disseminando o vírus, sem nenhum constrangimento. 

Repito o alerta: amigos, se cada qual não fizer a sua parte, fica difícil vencer essa guerra.


Por: José Nivaldo Junior - Publicitário. Historiador. 

Da Academia Pernambucana de Letras.  

Autor do best-seller internacional “Maquiavel, o Poder”. 





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