Malude Maciel - Membro da ACACCIL – Cadeira 15 – Profa. Sinhazinha.

Entre todas as profissões, uma das mais nobres é a de professor, se é que devemos chamar de “profissão”, senão “missão divina”. A tarefa dos professores tem uma dimensão infinita, sabe-se onde começa, mas não termina nunca. Tantos os professores, chamados de mestres, de nível superior, universitário e acadêmico, como, bem especialmente, aqueles das primeiras letras, do ABC, da alfabetização, hoje ensino básico ou fundamental, são anjos de luz para seus pupilos, pois quem não sabe ler é como um cego vagando na escuridão, até chegar uma “fada madrinha” e/ou um “gênio da lâmpada” e abrir caminho dissipando as trevas e iluminando a trajetória daquele ente querido que, muitas vezes não consegue entender, nem agradecer tamanha dádiva que recebeu.

Pensando nas altas personalidades e autoridades constituídas, quem não foi criança e passou pelas mãos santas do educador, do professor primário? Para chegar ao cume e galgar seus altos cargos todos tivemos que ser doutrinados, alfabetizados, disciplinados, orientados a princípio, pela magnífica figura do “Professor”. E, não é fácil ensinar; principalmente tratando-se de iniciantes, totalmente obscuros na sua visão, porém aquela arte, aquele sacerdócio é tão significante que, na maturidade, reconhecemos seus méritos imensuráveis: dedicação, capacidade, correção, conhecimentos, carinho, compreensão, incentivo e, sobretudo amor, pois baseados nele é que conseguem driblar as adversidades da nobre incumbência.

Não nos reportamos apenas aos educandários particulares e aos colégios bem estruturados onde se tem recursos e condições de aparelhamento com materiais modernos além de todo um planejamento qualificado, mas vamos bem mais profundamente e chegamos às Escolas mais acanhadas dos confins do mundo. Porque, onde quer que exista um professor exercendo sua missão há uma boa alma repleta de bons propósitos, procurando elevar as condições humanas de um povo. O ministério dos professores além de vasto é também muitíssimo importante em todos os aspectos. O verdadeiro professor não apenas ensina, mas educa. E, educar é abrir os horizontes da sabedoria e da valorização das pessoas, é formar o cidadão; é mostrar-lhe a grandeza do mundo e das coisas, é conscientizá-lo de seus direitos e deveres, é dar sentido à existência de seres humanos inteligentes e capazes de fazer acontecer. É dá-lhes confiança em si mesmos e abrir uma porta para a eternidade, o infinito, o divino, numa comparação da criatura ao Criador, porque como o homem é a imagem e semelhança de Deus, ele necessita de desabrochar essa sua natureza ilimitada de filho e herdeiro, e, somente pela educação se alcança esse objetivo.

O Professor é antes de tudo um HERÓI, é aquele Amigo, que passa o tempo todo sintonizado nos problemas do seu alunado; que o tem como finalidade de seu melhor desempenho. Se alguém cresce, ele cresce junto, compartilhando da sua vitória, mas se há desistência ou derrota de algum dos seus encaminhados, ele sofre e se acha um perdedor. A sua expectativa é conseguir o melhor de cada um. Individualmente ele conhece e procura sanar as falhas dos alunos como se fosse dele próprio. Há sempre esperanças e alegrias pelas conquistas do alunado. O professor se realiza com o sucesso de sua turma. E, diga-se de passagem, quase sempre não é valorizado nem considerado como mola mestra do desenvolvimento cultural das comunidades, dos países, e porque não dizer: do mundo.

Em tempos idos os professores pertenciam a uma categoria privilegiada. Eles eram autoridade máxima em sala de aula e fora dela. Atualmente não é bem assim. O respeito e a consideração ficam muito a desejar. Outro ponto que não pode ser desprezado é a remuneração dessa classe tão benemérita. Urge que sejam bem pagos pelos especiais serviços prestados. Com certeza os educadores merecem melhores salários, remunerações e cortesias do que a classe política desse país a qual tem envergonhado toda a população. Comparemos os vencimentos de ambas! Não há como não protestar. Os brasileiros estão cansados de saber que só pela EDUCAÇÃO se poderá evoluir e conquistar maiores espaços e melhores condições de vida, no entanto, os educadores continuam se esforçando em vão para conseguir uma dignidade. Infelizmente apenas os donos do poder têm o privilégio de advogar em causa própria e puxar a brasa para sua sardinha...Sardinha ou caviar?

Toda homenagem será pouco aos “Professores” no seu dia. Cada um de nós tem guardada, no fundo do coração, a mais bela imagem de seu primeiro (a) mestre. Lá no âmago do nosso ser, lembramos da figura bondosa, atenciosa, humilde e familiar daqueles baluartes que lapidaram nossa formação e alargaram nosso conhecimento. Foram eles que nos mostraram os bons caminhos, que encheram de sabedoria nossa alma, que conjugaram o verbo DAR em todas as suas formas, desinteressadamente. O bom pastor dar a vida por suas ovelhas, assim os educadores são mais que isso por lidarem com o que há de mais caro e especial na pessoa: sua personalidade.

Honra ao mérito dos dignos apóstolos dos mais variados ensinamentos. Os mestres merecem toda a nossa gratidão hoje e sempre. Palmas e Parabéns àqueles que se fizeram pequenos para engrandecer os pequeninos, pois sabem que deles é o reino dos Céus.

Lembramos de um poema por nós recitado ainda no Curso Primário para nossa queridíssima Professora: Maria Eunice Férrer. Senão, vejamos:

Minha Mestra

Minha mestra mora aqui, dentro do meu coração,

Foi o anjo bom que um dia,

Vendo que eu nada sabia,

Que tudo olhava e não via,

E me conduziu pela mão.

Minha mestra, minha amiga,

A ti, minha gratidão.

Pelo bem que me tens feito,

Terá meu culto e respeito,

Do tempo do amor perfeito,

Que guardo no coração.

(autor desconhecido)