MENINAS VIRGENS X GUERRA NA UCRÂNIA

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José Nivaldo Júnior.


A pandemia proibiu, mais uma vez, o segundo pós Carnaval mais famoso do Brasil. O desfile das Meninas Virgens, em Surubim, criado pelo saudoso Mário Júnior, se consolidou como o segundo evento mais concorrido do País. Só perde em divulgação para o desfile das escolas de samba campeãs, no Rio de Janeiro. Mesmo assim, vende caro a derrota. 

Perde em fama, porque a Globo, que cobre e divulga o desfile carioca, ainda é a Globo.  Mas empata em animação. E ganha em mobilização da cidade e da região. No Rio, temos um desfile coreografado e uma plateia de arquibancada. Em Surubim, temos um desfile organizado mas cheio de espontaneidade. E com uma plateia que faz parte do espetáculo. Esperamos todos que, no próximo ano, aconteça.

ACABOU O ARTIGO

Pronto. Era tudo o que eu tinha para dizer. Se enviar este artigo, deste tamanho, Maluma vai reclamar que está suru. É um desafio para quem escreve para jornais: tem que preencher o espaço. Então, vamos lá esticar o assunto. Na verdade, começar outro artigo dentro do mesmo. A proibição do Carnaval este ano, evitou na verdade uma guerra de imagens na imprensa internacional. Os dramáticos registros da devastação, do heroísmo, da dor causados pela guerra na Europa contrastando com a alegria libertina da folia de Momo. Dos considerados principais países do mundo, imagens circunspectas de protestos contra a guerra. Do Brasil, viriam registros de farra e folia. O que certamente seria interpretado pela mídia internacional e pelos moralistas de plantão como imagens de alienação e insensibilidade. Um contraste que poderia parecer chocante. 

MAS NA VERDADE

A verdadeira interpretação deveria ser outra. O que mais se contrapõe à guerra que uma manifestação alegre, irreverente, descontraída?

A pandemia nos roubou esse protesto, corajoso e irreverente. Ao não desfilarem, as Meninas Virgens perdem a oportunidade de mandar uma mensagem para a humanidade.

Nos tempos da Guerra do Vietna, popularizou-se a frase: Faça amor, não faça a guerra.

Poderíamos proclamar para o planeta inteiro: Faça Carnaval, não faça guerra. 

Maldita pandemia que não evita a maldita guerra. Mas impede o bendito Carnaval brasileiro.

Por: José Nivaldo Júnior - Publicitário. Historiador. Da Academia Pernambucana de Letras.  
Autor do best-seller internacional “Maquiavel, o Poder”. 


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