O QUE NOS INTERESSA O QUE SE PASSA EM BRASÍLIA?

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José Nivaldo Junior.


As pessoas que batalham pela vida, no difícil ganha-pão do dia-a-dia, têm mais o que fazer do que se ocupar com a política nacional.  “Isso é coisa para político, não me interessa”, dizem muitas pessoas. Principalmente aquelas preocupadas com o que vão comer no dia seguinte. 

Porém, é exatamente aí que a purca torce o rabo. Enquanto batalhamos para sobreviver, os políticos que elegemos para nos defender em Brasília, ao invés de cumprir os seus papéis, em grande parte, tramam contra os interesses do povo. E dessas tramas é que vêm grandes mutretas que mantém os serviços públicos ruins, os salários degradados, a infraestrutura deficiente e as diferenças sociais crescentes.

Por isso, é importante acompanhar. E cobrar.

A ENERGIA DO BRASIL 

Esses políticos que assaltam o povo ao invés de defendê-lo agem frequentemente em conluio ou a serviço de mega-empresários, que enriqueceram às custas do Estado continuam saqueando as riquezas nacionais.

Exemplo: Os mesmos mega-empresários pilantras que patrocinaram a super-fraude contábil das lojas americanas - Jorge Paulo Lemann e seus, digamos, comparsas, no sentido etimológico do termo, estão por trás da magna fraude da privatização da ELETROBRAS. Agravante: A empresa de auditoria internacional PWC, que acobertou os balanços fraudados das Americanas, foi a principal responsável pelas avaliações que determinaram o preço final subavaliado da desestatização da holding que controla toda a matriz energética do Brasil.

A conexão entre os dois casos tornou-se inevitável.

CPI DA ELETROBRÁS

A CPI das Americanas, criada junto com outras de pequena relevância para dividir atenções com a CPMI do badernaço do 8 de janeiro, pode crescer em relevância e tornar-se uma das mais importantes de todos os tempos. 

A FRAUDE

A privatização da ELETROBRAS foi uma das fraudes mais bem construídas da história. Levou mais de 20 anos de preparação minuciosa. Engabelou do TCU (7 votos a favor X 01 contra, do ministro Vital do Rêgo) ao Congresso Nacional. Os deputados e senadores, assimilando falsos argumentos de escorregadios lobistas, incluíram na Lei No 14.182/2021(Lei de Desestatização da Eletrobras) a determinação de que, por mais ações que detenha, a União só tem direito a 10% dos votos. Desse modo, empresas controladas por Lemann, mesmo sem possuírem sequer 10% do capital, votando articuladas, conseguem maioria e decidem os rumos de todo o potencial energético do País. O governo, ainda detentor de mais de 40% do capital da empresa, perdeu o poder de decidir a política energética, coisa que não existe em nenhum país do mundo. 

CONTESTAÇÃO

A AGU (Advocacia Geral da União) entrou junto ao STF com pedido de liminar suspendendo tais dispositivos da Lei 14.182/2021, por serem injustificáveis do ponto de vista jurídico constitucionais. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também subscreve a ação.

E AGORA

O presidente da Câmara já disse que não vai haver retrocesso. Significa que a Eletrobras vai continuar sob o comando dos empresários pilantras. Enquanto a maioria do povo brasileiro fica de boca aberta, sobre isso, nosso sol, nossos rios, nosso vento, nossas marés, além de toda a estrutura existente de produção e distribuição de energia ficam sob controle desse, digamos, Grupo organizado.

Ou seja, se ninguém se interessar, fica por isso mesmo.

PRESTE ATENÇÃO

É toda a produção e mais o potencial energético brasileiro controlado por Lemann e sua turma.

Adeus soberania nacional.

Nem o petróleo, nem o sol, nem as marés, nem os rios. Sequer o vento é mais nosso.

Por: José Nivaldo Junior - Publicitário. Historiador. Da Academia Pernambucana de Letras.  
Autor do best-seller internacional “Maquiavel, o Poder”. 


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