MISSIVAS

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Malude Maciel.


Cada manhã, tenho por obrigação olhar no celular, as mensagens recebidas no whattZapp, pois é através desse dispositivo que fico sabendo das notícias na minha rede de comunicação.

Também procuro no Instagram acompanhar os acontecimentos divulgados nos “Grupos” e nos “Blogs” a fim de ficar inteirada dos ocorridos locais, regionais e mundiais.

Há pouco tempo era diferente, os jornais circulavam diariamente e todos queriam ler o “jornal” do dia, ou seja: o Diário, logo cedinho, entregues nas portas pelos gazeteiros.

O serviço de correspondências pertencia unicamente aos Correios e Telégrafos e a função de carteiro era muito solicitada pra distribuir as missivas nos endereços dos destinatários.

Ah! Como era prazeroso receber cartas! Podiam ser manuscritas ou dactilografadas e tinham nos seus envelopes os dados de quem enviava, no verso, e a quem eram enviadas, na frente do mesmo.

Por muitos anos mantive correspondência assídua com minhas tias, amigas e parentes, inclusive foi um vai e vem de cartas com o saudoso historiador caruaruense, Nelson Barbalho, até seu falecimento, quando ele me incentivava a publicar um livro. Ainda guardo algumas dessas relíquias.

É muito gostoso encontrar aquela “cartinha” no baú, reconhecer a caligrafia, relê-la e recordar tantos acontecimentos passados.

Minha mãe cantarolava uma canção interpretada pela cantora do rádio: Isaurinha Garcia, cujo título é: “Mensagem” traduzindo muito bem o que uma carta poderia trazer em seu conteúdo.

As cartas não são coisas vãs, elas têm valor e poder documental e servem até nos tribunais, podendo esclarecer fatos e provar casos judiciais. Elas se assemelham às fotografias que mostram, através dos tempos, situações passadas e retratadas e registradas com fidelidades.

Os cartões, da mesma forma eram enviados ou recebidos na maior expectativa. Cartões de cortesia, pêsames, aniversários e principalmente na época de Natal, quando a árvore natalina ficava repleta dos mais diversos feitios, cada qual mais caprichado na beleza constituindo-se verdadeiras obras de arte.

Porém, o tempo passa e os costumes vão com ele, muitas vezes modificando-se  com certa rapidez. Atualmente todos acessam os e-mails e, dificilmente alguém mais conservador, utiliza mensagens expressa via Correios. É natural que se sinta falta daquele método arcaico mas, que marcou época e deixou saudades, pois era mais singular observar-se até a caligrafia tão peculiar ali assistente. Uns envelopes trazia desenhos e cheiro de flores. Uma maneira mais humanizada e única; no entanto, havia uma demora na comunicação, o que atualmente foi incrivelmente superada.

Assim, apoiamos que tantas evoluções boas na maneira de vivenciar cotidiano seja aplicada no modernismo, embora toda mudança seja passível de controversas e haja perigos iminentes de fraude. Mas, aproveitemos bem os grandes inventos! São necessários.

Por: Malude Maciel - Jornalista, Escritora e Membro da ACACCIL 

Cadeira 15 – Profa. Sinhazinha.



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