OS ETERNOS FLAGELOS DE RECIFE

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Paulino Fernandes de Lima.


Recife é uma das cidades mais conhecidas do Brasil. Entretanto, e  inversamente proporcional aos seus ricos anos de existência, há problemas de arquitetura e de engenharia, que dificultam fruir da necessária qualidade de vida. 

Em geral, os pontos negativos vão desde os crônicos males de infra-estrutura a dificuldades de mobilização e de circulação de pessoas.

Um dos maiores desafios nesse emaranhado todo, diz respeito aos seus logradouros, que não são devidamente pavimentados.

Além do fato de Recife ainda possuir um preocupante número de moradias em situações de risco (sem se falar nas irregulares), ainda é muito comum se encontrarem ruas sem asfalto, ou em condições vergonhosamente precárias, com um sem número de buracos nos já tão ultrapassados paralelepípedos que ainda são usados para calçar a Capital de Pernambuco. 

Soma-se a isso, outro contratempo (e que já poderia ter sido resolvido há décadas), que diz respeito às dificuldades de circulação pela Cidade. 

As ruas são de-vi-da-men-te mal sinalizadas, fazendo com que a tarefa de se encontrarem placas com a numeração/localização dos prédios, residências e das próprias ruas, torne-se quase impossível. 

Muitas construções e prédios se encontram em situação de risco ou de abandono; lixo jogado nas calçadas e ruas; caneletas, esgotos e córregos a céu aberto, que só contribuem para a propagação de doenças. 

Não precisaria muito para tornar a cidade bem cuidada e transitável, mas parece que essa não é mesmo uma prioridade, o que deixa Recife cada vez mais distante doutras capitais nordestinas, nas quais alguns desses problemas não existem em demasia, fazendo com que se gere mais atração de turistas e bem-estar à própria população. 

Essa deficiência, por exemplo, de grande parte das ruas ainda não possuir asfalto, é inaceitável nos dias atuais. 

Se já não é fácil circular pela Cidade, devido aos outros problemas que enumeramos acima e que só dificultam mais a vida, manter ruas cheias de buracos e ainda sem asfalto, indigna o recifense. 

A pavimentação, sem dúvida, melhoraria a qualidade de vida das pessoas. Ninguém consegue viver bem, nas condições em que se encontram as ruas de Recife. Nem bairros considerados de “área nobre” escapam dessa triste situação. 

Daqui a pouco, como ocorre em todos os anos, começará o período de chuvas, e o que poderia ser motivo de alegria e de alívio do calor, passa a ser um pesadelo, já que o cenário é dos mais caóticos. 

Nem precisa chover muito para que a Cidade seja inundada, provocando não só acidentes e mortes, mas transtornos desumanos e indignos para a população. 

Basta uma mera mudança nos céus, para que compromissos sejam cancelados; estabelecimentos sejam fechados e atividades em geral fiquem suspensas.

Se providências fossem tomadas (antes disso), com sérios investimentos, assim como se faz para o período carnavalesco, certamente se evitariam os indesejáveis (mas reprisados) infortúnios acima mencionados.

Por: Paulino Fernandes de Lima - Defensor Público; 

Professor; Presidente da Academia de Letras do Brasil (Alb/PE).




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