PT quer fazer a maior oposição que um presidente da República já viu

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Petistas garantem que não vão dar trégua ao governo Michel Temer

PT retorna à oposição após mais de uma década sendo governo em nível federal
Ricardo Stuckert/Divulgação
A maioria do Congresso favorável ao afastamento de Dilma Rousseff (PT) da presidência da República irá auxiliar Michel Temer (PMDB) a partir de hoje, mas nem por isso a vida do peemedebista será das mais fáceis. Isso porque o PT, PCdoB e PSOL e grande parte dos movimentos sociais e das centrais sindicais prometem fazer da gestão que se inicia esta semana uma corrida com obstáculos.

“Contraditoriamente, a atual conjuntura apresenta algo de positivo para o PT. Sua base social que se apresentava um tanto fragmentada e dispersa nos últimos anos indica sinais de recuperação e de reintegração. Caso essa coesão avance e se consolide novamente, o partido reunirá condições de exercer o papel de oposição de maneira relevante”, enfatiza o doutor em Ciência Política e professor da Universdade Católica de Pernambuco (Unicap), Juliano Domingues.

A avaliação do cientista político Rogério Baptistini, do Mackenzie, é semelhante a de Juliano Domingues. “Temer enfrentará uma oposição bastante aguerrida. O afastamento de Dilma é uma tábua de salvação para o PT. Se o partido se articular bem com os movimentos sociais pode iniciar uma oposição organizada ao governo do peemedebista”, destaca.

Para o sociólogo Rodrigo Prando, do Mackenzie, Temer enfrentará uma oposição de discurso frágil e terá elementos para combater os ex-aliados e adversários a partir de agora. “O PT se destacou na oposição sem ter sido governo. Como o partido vai poder classificar o plano econômico de Temer de recessivo, por exemplo, se deixou o País com o atual número de desempregados e com crescimento negativo?”, questiona.

Mas a maior medida da oposição que Temer sofrerá no Congresso Nacional e fora dele vem do próprio PT. “Faremos uma oposição muito firme, que vai permanentemente denunciar o golpe que está sendo perpetrado contra a democracia no País. Seremos o maior partido de oposição do Brasil, e não ao Brasil, como foram o PSDB e o DEM”, diz líder do governo Dilma no Senado, Humberto Costa.

Segundo o senador, o governo Temer não é legítimo. “Não vejo o PT se dispor a sentar com esse conspirador-geral da República. Não faz nenhum sentido imaginar que vamos colaborar com um governo que é fruto de um golpe contra o PT”, enfatiza.
Por: Jornal do Commercio.


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