INTERVENÇÃO MILITAR NÃO É DITADURA

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Luiz Francisco Soares


Ninguém de bom senso deseja uma ditadura para o Brasil. Nunca fui adepto do militarismo, mas tenho respeito pelos militares e pelas funções que estes exercem. Como muitos amigos, reiteradas vezes votei em candidatos do PT, a exemplo de Lula e Dilma Rousseff. Na minha cabeça, militarismo não rima com ditadura. A ditadura é um ufanismo, uma visão tresloucada do mundo que pode ascender de qualquer cabeça doentia, psicopata, que entenda que pode ter o mundo aos seus pés. A ditadura não necessariamente brota de um regime militar. O aparato militar está intrínseco à soberania, segurança e integridade do Estado e do território brasileiro. Nenhum Estado que se preze e preze pela vida de seus cidadãos prescinde de suas Forças Armadas. Portanto eu não entendo como pessoas esclarecidas tem tanta ojeriza ao militar. Quem conhece a história brasileira, sabe que a ascensão de Castelo Branco ao poder nasceu dos anseios da sociedade brasileira que vivia dias tão ruins ou piores que os atuais. Castelo Branco não tinha a intenção de se perpetuar ou perpetuar os militares no poder. O que mudou a nossa história foi o “contra golpe” com Costa e Silva, Médici, etc... a chamada linha dura das forças armadas brasileiras. Acho que todo brasileiro sério, que pense e ame o Brasil, sonha com alguém que tenha condições de tomar o poder dos bandidos uniformizados de plantão - diga-se de passagem golpistas do mesmo jeito - , que possa organizar a casa, marcar novas eleições gerais e que estes eleitos tenham o compromisso de convocar uma nova constituinte. A nossa constituição de cidadã tem quase pouca coisa. Fomentou um Estado descomunal, inchado, burocrático, sem que isso signifique prestação de serviços ao cidadão. A estrutura astronômica do Estado Brasileiro só favorece ao cabide de empregos. Concentrou basicamente todas as receitas na União enquanto distribuiu os encargos para os outros entes federados. Os Estados e Municípios vivem à míngua. A quantidade de cargos comissionados, autarquias e direitos garantidos a eventuais ocupantes dos três poderes da República representam uma carga tributária incomensurável, acima da capacidade da economia e do cidadão brasileiro, que já não suporta mais tantos tributos. O cidadão brasileiro hoje vive enjaulado em sua residência e ainda assim não tem garantia de estar seguro: a constituição armou o bandido, desarmou o cidadão. Os três poderes da República estão carcomidos pela corrupção, já não representam mais o povo brasileiro. Essa é a nossa realidade. E a solução? Esperar que os corruptos de plantão vão trazê-la parece uma insanidade. Esperar que o povo esclarecido mudará o Brasil com as eleições de 2018 parece uma quimera. Falar em militar assumir o poder para botar ordem na casa, vira pesadelo. Enfim, como dar jeito no Brasil? Acho até que muita gente acha que está bom assim. Todo mundo fingindo de todo jeito. Uma coisa é certa: sem uma mudança radical em nosso congresso, sem uma renovação geral em nosso executivo, sem uma nova constituição modernizando, equacionando o Estado brasileiro ao tamanho de sua economia e ao bolso do cidadão, não vamos a lugar nenhum.

Por: Luiz Francisco Soares - Ex-funcionário Público, 
Aposentado, Contador, Administrador e Advogado.


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