'NADA, DE NOVO'

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Luiz Antonio Medeiros.


Terminada a participação do futebol brasileiro na Copa do Mundo, enterramos a alegria, destronamos as nossas pretensões e voltamos à realidade de um cotidiano marcado pela desilusão.
Os “donos da bola” nĆ£o foram Ć  Copa Mundial do Futebol. Eles estĆ£o o tempo todo na vitrine como personagens de uma corrupção desenfreada num paĆ­s que gasta uma fortuna com os poderes constituĆ­dos do Estado.
E, o pior, é que essa gente desafia, na maior malandragem, um povo carente de um poder público honesto, trabalhador e cÓnscio de suas responsabilidades.
O povĆ£o trabalha muito para sustentar esses “donos da bola” que fazem e desfazem, ganhando salĆ”rios vultosos que sustentam a vaidade de integrantes de um poder pĆŗblico que desafia o bom humor, a sensatez e a paciĆŖncia de brasileiros simples e trabalhadores que apinhados em transporte pĆŗblico de pĆ©ssima qualidade e sobressaltados com a inseguranƧa, sem hora para acontecer, vivem um cotidiano de luta para sobreviver com a famĆ­lia.
E, uma parte do que ganha, trabalhando, é tirada do seu bolso para sustentar gastos desmedidos de uma classe política, em sua grande maioria, que arrota poder e grandeza em detrimento da honradez de um povo que, quando consciente, enxerga e sente os desatinos de uma minoria mergulhada na corrupção que assola o país.
Depois da Copa, eleiƧƵes. E, haja saco para aguentar o palavrório inconsistente dos “donos da bola”. O jogo Ć© jogado por eles em meio a muitas lambanƧas nesse emaranhado de leis e de interpretaƧƵes maldosamente duvidosas.
- “Dura lex, sed lex”. Aqui, pra gente, ou aqui, pra nós?
AtĆ© parece que estamos na Ć©poca das “Capitanias HereditĆ”rias”... de pai para filho. Pois Ć©. Estamos sim.
HĆ” uma teia muito bem tecida pelos “donos da bola” que se perpetualizam no poder determinando quem Ć© quem na sucessĆ£o do “mando”.
Ɖ de pai para filho. De filho para neto e por aĆ­ vai. Deem uma espiada na engrenagem do poder pĆŗblico e perceberĆ£o que nos diversos setores da atividade pĆŗblica estĆ£o famĆ­lias inteiras se locupletando, hĆ” dĆ©cadas, das benesses dos cargos pĆŗblicos que ocupam e, daĆ­, enveredam pela polĆ­tica eleitoreira praticando a “familiocracia”.
Neste momento, paro de escrever esse artigo. Ouço tiroteio no centro da cidade (10/07/2018, meia noite e dez). Estão explodindo bancos. O pânico é geral! A cidade acorda brutalizada pela violência.
Apagamos as luzes da casa, nos recolhemos a um lugar seguro e esperamos por mais de uma hora que cesse o tiroteio e que os bandidos deixem a cidade que eles dominam sem piedade.
Instantes de terror e apreensão. Quatro agências bancÔrias foram saqueadas pelos bandidos.
Aos poucos, voltamos a normalidade domƩstica e procuramos um jeito para relaxar e dormir.
Ao acordar, nos deparamos com a troca das Ôguas do Sirigi pelas Ôguas da barragem de Jucazinho. Pior para o povo que é obrigado a consumir uma Ôgua que não é de boa qualidade, principalmente se comparada a Ôgua de Sirigi que estava servindo aos surubinenses.
Estamos em ano eleitoral. O político que sabe valorizar o voto, não toma decisão como essa que certamente não irÔ agradar ao povo.
Deixa a Ć”gua de Jucazinho guardada. Quando for preciso, o povo terĆ” que usar. Se diz por aĆ­ que “que panela que muitos mexem” ...
No mais, a gente que Ć© povo, tenha consciĆŖncia de que os “donos da bola” estarĆ£o em campo nessas eleiƧƵes trazendo “nada de novo”. Se vocĆŖ achar que seja “outra vez”, que vocĆŖ nĆ£o se repita.
E, quando os P-A-R-T-I-D-O-S, por conchavos, apresentarem os polĆ­ticos que concorrerĆ£o Ć s eleiƧƵes deste ano, que gastemos um pouco do nosso precioso tempo para checar a ficha do candidato a alguma coisa.  
NĆ£o valerĆ” a pena o nada, de novo, outra vez.


Por: Luiz Antonio Medeiros - Professor e Escritor.



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