‘RESPEITA JANUÁRIO’: LUIZ GONZAGA RESISTE

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Foto: Deputado Federal Gonzaga Patriota.


Este ano de 2020 é o primeiro São João sem forró, arrastapé dos bons. Já se vão 31 festas juninas sem Luiz Gonzaga, sanfoneiro, cantor e compositor, “Rei do Baião”. Foi o maior intérprete do Sertão. Valorizou os ritmos nordestinos. Levou o baião, o xote e o xaxado para todo o país.

Dentre tantas músicas conhecidas, a exemplo de “Asa Branca”, feita em parceria com Humberto Teixeira, considerada um hino do Nordeste brasileiro, Luiz Gonzaga tem uma composição que relata parte de sua vida: “Respeita Januário”.

Fala de sua juventude, em Exu, Sertão de Pernambuco. Januário José dos Santos, o mestre Januário, seu pai, era “sanfoneiro de 8 baixos”. Com Ana Batista de Jesus (Santana, mãe de Luiz) e mais sete irmãos, Januário era rígido, mas tudo para o bem da família.

Gonzaga, ainda pequeno, ficava olhando o pai tocar sua sanfona. Logo aprendeu a tocar e animar as festinhas da região. Aos 13 anos comprou sua primeira sanfona. O primeiro dinheiro que ganhou foi tocando em um casamento. Ali sentiu que a música era seu destino.

O “Rei do Baião” relata em “Respeita Januário” que fugiu de casa porque queria casar. Como o pai da moça não aceitava e foi afrontado por ele (Gonzaga), acabou reclamando a Januário e Santana que deram um pisa no filho. Daí ele fugiu e só voltou anos depois, já famoso.

A tiracolo Luiz Gonzaga trazia uma sanfona moderníssima, mas antes mesmo de  chegar à casa dos pais, em toda a redondeza lhe informaram que o maior tocador da região era Januário “véi”, que não tinha quem lhe “botasse a perna” no fole de 8 baixos. Por isso Gonzaga descreve sua volta para o Sertão como um regresso majestoso, porém de reverência a Januário, mais “tinhoso” na sanfona.

Na foto acima é possível conferir um momento histórico em que Luiz Gonzaga dança forró com a esposa, Helena, enquanto seu pai, Januário, e sua mãe, Santana, tocam sanfona e zabumba.




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