Tia Lola, uma inspiração em minha vida

0 Comments


Entre as inúmeras notícias de pessoas queridas que se vão, o anúncio da partida de Tia Lola para a eternidade, se junta ao fardo que temos carregado nos últimos dias. Mas é com enorme saudade, mesclada com carinho, que falo da jornalista e escritora Loyde Alves Marques da Silva, a Tia Lola, que tem grande importância em minha vida profissional.

Loyde estava com 100 anos de idade, ou um século de simpatia e generosidade. Na noite de ontem (24/06), ela partiu e deixou três filhos e netos. Ela teve falência múltipla dos órgãos em casa, no Recife.

Durante 26 anos esteve à frente de uma coluna no suplemento infantil Jornalzinho Junior, do jornal Diário de Pernambuco, entre 1967 e 1993. Por isso é tão conhecida por várias gerações de pernambucanos. Ela fazia questão de responder as cartas de leitores mirins. Mas tarde, os bilhetes foram reunidos no livro “Cantinho da Tia Lola”.

Tia Lola recebia cartas das crianças de todo o estado de Pernambuco. Organizava concursos e conseguia livros e jibis, além de outros presentes, para dar à criançada. Sempre se reunia com as crianças e fazia festas com direito a bolo e outras guloseimas.

Nunca fui, pois morava em Surubim e meu pai não deixava. Ficava vendo sempre no sábado o resultado quando o Diário de Pernambuco chegava e eu pegava logo o “Junior”.

Eu mesma escrevi muitas cartinhas e até cheguei a ser sorteada. Não pude ir pegar o prêmio por restrições paternas. Posteriormente, publiquei textos no espaço dela no Diário e depois tornei-me, como muitas daquelas crianças, jornalista.

Fui correspondente de sua coluna em Surubim durante 10 anos. Ela me chamava de Lurdinha Marques. Eu sempre a visitava no Recife e aprendi muito com ela. Tia Lola tinha certa veneração por sua máquina de datilografia a qual chamava de “Fadinha” e fazia tudo nela.

A casa onde morava com seu marido (dentista) e os filhos: Maria Amélia (Melinha), Marcos Antônio (Marquinhos) e Maria Adelaide (Lêsinha) tinha um pomar maravilhoso, pé de manga, numa área enorme. Ela fazia questão de me presentear com mangas.

Certa feita visitou Surubim com toda a família e foi um momento muito especial.  Eu sempre fiz questão de ser identificada como uma de suas “crianças”. Segui a orientação de Tia Lola e, mais tarde, fundei o Jornal Surubim Terra da Gente e Região.

São lembranças doces da Tia Lola! Que o céu a receba para a eternidade.


You may also like

Nenhum comentário: