NÃO SUBESTIMEM A CHUVA!

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José Vieira Passos Filho.


As chuvas intensas são recorrentes a cada 2, 5, 10, 100 anos. Os rios, os pequenos córregos, as grotas das cidades trasbordam para ocupar seus espaços que foram invadidos pela urbanização inadequada.

Os governos permitem habitações em áreas impróprias. Nas margens dos rios, nas grotas, nas encostas com grandes inclinações; locais difíceis de controlar as águas da chuva, principalmente nas grandes precipitações. Então, o que se vê nos noticiários são habitações sendo destruídas, inundações nas cidades, pontes ruindo e vidas ceifadas.

Sei que evitar a ocupação de espaços urbanos inadequados para construção de habitações é um processo quase incontrolável pelo poder público. Reconheço também que o Governo Federal, cada ano, destina menos recursos para prevenção de tragédias. Depois da catástrofe é que chega o dinheiro para reconstrução – geralmente no mesmo local. Mas as vidas que se foram não se pode reparar. 

É mais fácil prevenir, que remediar. Para conter as grandes tormentas o correto é a implantação de reservatórios antes das cidades (montante), que também regularizam as vazões dos rios e podem servir para abastecimento d’água e realização de projetos de hortifrutigranjeiros (por que os governos não fazem isso?). Nos grandes projetos habitacionais, que impermeabilizam grandes áreas, o correto é evitar o escoamento das águas por galerias de grandes dimensões, diretamente para os córregos, com a implantação das chamadas lagoas de detenção – que permanecem secas a maior parte do tempo, para receber água apenas nos dias de chuva. A água vai para o córrego controlada, evitando cheias. 

Maceió já foi palco de grandes tormentas – espero que não aconteça por mais tempo. Mas um projeto de prevenção eficiente poderá minimizar seus efeitos, quando estas vierem. Temos muitas casas construídas em área de risco, que não suportam uma chuva com intensidade moderada – esses imóveis precisam ser identificado e seus moradores removidos para áreas seguras. A limpeza dos córregos para dar maior capacidade de escoamento da água, evita seus transbordamentos. São muitas, as galerias em vários bairros que estão inoperantes – um levantamento criterioso poderá identificá-las; substituindo-as, irá fazê-las trabalhar com mais eficiência. 

Não subestimemos a chuva! É um apelo de quem trabalhou (e ainda trabalha) projetando sistemas de drenagem, principalmente para empreendimentos habitacionais, para Maceió. Os recentes noticiários alarmantes nas grandes cidades brasileiras, são exemplos de que precisamos ter mais cuidados com a chuva.

Por: José Vieira Passos Filho - Pres. da Academia Alagoana de Cultura, Sócio Efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, Sócio Efetivo da Academia 
Maceioense de Letras, Sócio Honorário do SOBRAMES (AL), 
Sócio Efetivo da Comissão Alagoana de Folclore.


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