DRA. MARIA ISABEL BARBOSA BEZERRA: DEDICAÇÃO E INOVAÇÃO NA ENDOCRINOLOGIA

0 Comments


A Dra. Maria Isabel Barbosa Bezerra, nascida em 10 de novembro de 1994, em Campina Grande, Paraíba, é uma endocrinologista de destaque, com um currículo robusto e uma carreira marcada pela dedicação à medicina e ao bem-estar de seus pacientes. Formada em Medicina pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) em 2019.2, ela tem se destacado em diversas áreas da saúde ao longo dos anos, mostrando um compromisso inabalável com o aprendizado contínuo e a excelência no atendimento clínico.

Desde o início de sua trajetória acadêmica, Dra. Maria Isabel demonstrou um forte comprometimento com o aprendizado e o aprimoramento contínuo. Durante seu período na UFPE, ela atuou como monitora voluntária no módulo “Saúde na Gestação e no Período Neonatal”, onde auxiliou discentes em ambientes como anatomia, farmacologia e fisiologia.

Além disso, Dra. Maria Isabel foi monitora bolsista na disciplina “Processo de Cuidar”. Sua formação complementar é vasta e inclui cursos que ampliaram seu conhecimento e habilidades práticas. Em 2015, ela concluiu o curso de Anatomia Topográfica Aplicada a Procedimentos de Emergência, Urgência e Ambulatório pela Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande, aprimorando suas habilidades em situações de emergência. No ano seguinte, ela completou o curso FAST- Focused Abdominal Sonography Trauma pela UFPE, destacando-se em técnicas de ultrassonografia abdominal focada em traumas. Em 2020, Dra. Maria Isabel concluiu o Advanced Cardiac Life Support (ACLS), certificando-se em suporte avançado de vida cardíaca, uma habilidade essencial para qualquer profissional de saúde.

Em termos de produção acadêmica, Dra. Maria Isabel participou de importantes pesquisas que contribuíram significativamente para a literatura médica durante a graduação e residência de endocrinologia.

Sua carreira profissional inclui a residência em Clínica Médica no Hospital Mestre Vitalino (2020-2022), onde adquiriu vasta experiência prática e teórica em diversas áreas da medicina interna. Posteriormente, realizou a residência em Endocrinologia pelo Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP) (2022-2024), aprofundando seus conhecimentos em distúrbios hormonais e metabólicos. Recentemente foi uma das autoras do livro “Pro endócrino” Programa de atualização de endocrinologia e metabologia, no capítulo “Kisspeptina e reprodução feminina” tendo apoio da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Além disso, foi aprovada na prova de título de especialista de endocrinologia e metabologia, corroborando com o compromisso integral com a especialidade. 

A trajetória da Dra. Maria Isabel Barbosa Bezerra é um exemplo de dedicação e excelência na medicina, refletindo seu compromisso com a saúde e o bem-estar dos pacientes. Sua contribuição para a endocrinologia e a medicina em geral é imensurável. Além de suas realizações acadêmicas e profissionais, Dra. Maria Isabel é conhecida por seu atendimento humanizado e sua habilidade em estabelecer uma relação de confiança com seus pacientes, fatores que são fundamentais para o sucesso no tratamento médico.

Ao longo de sua carreira, ela tem se destacado por sua capacidade de combinar conhecimento técnico com empatia e compreensão, abordando cada paciente de forma única e personalizada. Isso não só melhora os resultados clínicos, mas também proporciona uma experiência de cuidado mais satisfatória para os pacientes.

A trajetória da Dra. Maria Isabel Barbosa Bezerra é um exemplo de dedicação e excelência na medicina, refletindo seu compromisso com a saúde e o bem-estar dos pacientes. Sua contribuição para a endocrinologia e a medicina em geral é imensurável, e estamos ansiosos para acompanhar seus futuros avanços e realizações.

A seguir, apresentamos uma entrevista exclusiva com a Dra. Maria Isabel Barbosa Bezerra, onde ela compartilha insights sobre sua trajetória, desafios da profissão e avanços na área da endocrinologia.

ENTREVISTA




BLOG MALUMA MARQUES - Quais são os problemas mais comuns relacionados a tireoide que você vê na prática clínica? Pode explicar a diferença entre hipotireoidismo e hipertireoidismo e como cada um afeta o corpo? Quais são as principais causas de distúrbios da tireoide? Há fatores de risco que as pessoas devem evitar?

DRA. MARIA ISABEL BARBOSA BEZERRA - O problema mais comum é o hipotireoidismo. Uma condição endócrina prevalente caracterizada pela produção insuficiente de hormônios tireoidianos pela tireoide (uma glândula presente no pescoço), resultando na desaceleração dos processos metabólicos, ou seja, deixa o corpo mis lento. Esta condição é mais comum em mulheres e sua prevalência aumenta com a idade. Em países com suplementação adequada de iodo, a principal causa de hipotireoidismo é a tireoidite de Hashimoto, uma doença autoimune marcada por altos níveis de anticorpos antitireoperoxidase (anti-TP0). Fatores de risco incluem baixa ingestão de iodo, condições genéticas como síndrome de Down e síndrome de Turner, histórico familiar de doenças tireoidianas, radioterapia na cabeça e pescoço, sexo feminino e idade acima de 60 anos.

O hipertireoidismo é o oposto do hipotireoidismo. Ele ocorre quando a tireoide produz hormônios em excesso, o que acelera o corpo e o metabolismo. A principal causa é a doença de Graves, uma condição autoimune que faz a tireoide trabalhar demais. Essa doença é mais comum em mulheres, especialmente entre os 30 e 60 anos, mas pode afetar qualquer idade. 0 hipertireoidismo envolve uma combinação de fatores genéticos e ambientais, como exposição à radiação, certos medicamentos (como lítio e amiodarona), tabagismo e algumas infecções virais.

BMM - Quais são os sintomas mais indicativos de um distúrbio da tireoide que os pacientes devem estar atentos?

DRA. MARIA ISABEL BARBOSA BEZERRA - No hipotireoidismo, os sintomas comuns incluem cansaço, sonolência, intolerância ao frio, pele seca, inchaço nos olhos, anemia, problemas menstruais, ganho de peso, aumento do tamanho da tireoide, prisão de ventre, dificuldade de concentração, dores musculares, cãibras e batimentos cardíacos mais lentos. No entanto, muitos pacientes têm poucos ou nenhum sintoma no momento do diagnóstico. 0 ganho de peso pode acontecer em até 50oó dos pacientes, mas geralmente é pequeno e causado principalmente pela retenção de líquidos.

Já no hipertireoidismo, os sintomas incluem batimentos cardíacos acelerados, ansiedade, perda de peso, suor excessivo, intolerância ao calor, problemas oculares, inchaço nas pernas e aumento da frequência de evacuações. Em alguns casos, pode haver ganho de peso devido ao aumento do apetite. Também podem ocorrer arritmias cardíacas, como a fibrilação atrial.

BMM - Como é feito o diagnóstico de problemas da tireoide? quais exames são mais comumente utilizados?

DRA. MARIA ISABEL BARBOSA BEZERRA - O diagnóstico de problemas da tireoide é feito por meio de uma combinação de exames laboratoriais e, às vezes, exames de imagem. Os exames mais comuns que utilizamos é o TSH (Hormônio Estimulante da Tireoide), que é o exame inicial, onde níveis altos geralmente indicam hipotireoidismo e níveis baixos podem indicar hipertireoidismo; o T4 Livre (Tiroxina Livre), que mede a quantidade de T4 disponível no sangue e é usado para confirmar o diagnóstico de hipo ou hipertireoidismo; e o T3 Livre (Triiodotironina Livre), embora menos comum que o T4, pode ser medido em casos de hipertireoidismo.

Além desses, os anticorpos antitireoideanos, como anticorpos antitireoperoxidase (anti-TPO) e anticorpo anti-receptor de TSH (TRAb), são usados para diagnosticar doenças autoimunes da tireoide, como a tireoidite de Hashimoto e a doença de Graves, respectivamente. A ultrassonografia da tireoide é utilizada para avaliar a estrutura da glândula, detectar nódulos e outras anormalidades, principalmente quando detectadas ao exame físico.

BMM - Quais são os tratamentos disponíveis para hipotireoidismo e hipertireoidismo?

DRA. MARIA ISABEL BARBOSA BEZERRA - O tratamento para hipotireoidismo envolve a reposição hormonal com levotiroxina, que substitui o hormônio tireoidiano que a glândula não está produzindo o suficiente. A dose é ajustada conforme os níveis de TSH no sangue. Para o hipertireoidismo, as opções incluem medicamentos antitireoidianos de síntese, ou seja, eles que reduzem a produção de hormônios pela glândula; iodo radioativo, que destrói a tireoide; cirurgia para remover toda a tireoide; e betabloqueadores para controlar sintomas como batimentos cardíacos acelerados.

BMM - Quais são os possíveis efeitos colaterais dos medicamentos para tireoide e como os pacientes podem gerenciá-los?

DRA. MARIA ISABEL BARBOSA BEZERRA - Para aqueles que fazem o uso da levotiroxina para tratar o hipotireoidismo, os sintomas decorrentes do seu uso estão relacionados ao descontrole da doença. Se tomado em excesso pode ocasionar sintomas de hipertireoidismo, e incluem alterações no ritmo cardíaco, perda de peso, insônia e dentre outras. Para gerenciar esses efeitos, é importante ajustar a dose conforme orientação médica e monitorar os níveis de TSH regularmente. No tratamento do hipertireoidismo, os antitireoidianos de síntese, como metimazol e propiltiouracil, podem causar efeitos colaterais leves em 1 a 5% dos pacientes, como erupções cutâneas e dor nas articulações. Caso não ocorra o desaparecimento espontâneo, pode ser feita a substituição de um antitireoidiano de síntese por outro, embora haja interação cruzada em 50% dos casos. Antihistaminicos podem ser usados para controlar as manifestações de pele. Os Efeitos colaterais mais graves ocorre em menos de 1oó dos casos, e incluem agranulocitose e mais raramente anemia aplásica e hepatite. É crucial fazer exames de sangue regulares e relatar sintomas incomuns ao médico. Dentre eles a agranulocitose é a mais comum e ocorre em 0,5% dos casos, desse modo, se o paciente apresentar febre e dor de garganta deve procurar um médico imediatamente.

BMM - Como os distúrbios da tireoide podem impactar outras áreas da saúde? como o coração, metabolismo e saúde mental?

DRA. MARIA ISABEL BARBOSA BEZERRA  - Distúrbios da tireoide podem afetar diversas áreas da saúde. No coração, o hipotireoidismo pode Ievar a batimentos cardíacos lentos e derrame pericárdico (um acúmulo de líquido no espaço entre o coração e o saco que o envolve, chamado pericárdio), enquanto o hipertireoidismo pode causar batimentos acelerados, arritmias, e insuficiência cardíaca. Além disso, a saúde mental também é impactada: o hipotireoidismo pode causar depressão e dificuldade de concentração, enquanto o hipertireoidismo pode resultar em ansiedade e irritabilidade. E por último, o hipertireoidismo pode afetar a saúde óssea e Ievar a osteoporose, uma condição em que os ossos se tornam mais fracos e frágeis devido à perda de massa óssea. Portanto, é importante tratar adequadamente os problemas da tireoide para manter a saúde geral em equilíbrio.

BMM - Como a gravidez pode afetar a função da tireoide e quais são as considerações especiais para mulheres grávidas?

DRA. MARIA ISABEL BARBOSA BEZERRA  - Durante a gravidez, um hormônio chamado gonadotrofina coriônica humana (hCG) aumenta no início e pode estimular a tireoide da mãe, causando hipertireoidismo no primeiro trimestre. Geralmente, essa condição é temporária e não precisa de tratamento.

Para mulheres grávidas que já têm hipotireoidismo, é comum aumentar a dose de levotiroxina em cerca de 30% para manter o nível de TSH abaixo de 2,5 mUI/L.

Se uma mulher grávida, sem diagnóstico prévio de problemas na tireoide, apresentar um TSH acima de 2,5 mUI/L e anticorpos anti-TPO elevados, começamos o tratamento para hipotireoidismo subclínico. Se os anticorpos forem negativos, iniciamos o tratamento se o TSH estiver acima de 4 mUI/L.

A gravidez exige mais da tireoide, por isso é essencial monitorar e tratar qualquer disfunção para a saúde da mãe e do bebê. É importante procurar essas alterações antes ou no início da gravidez. Identificar e tratar problemas na tireoide cedo é crucial para prevenir complicações e garantir um desenvolvimento saudável do feto.

BMM - Qual é a sua abordagem para pacientes que têm sintomas persistentes apesar de um tratamento adequado?

DRA. MARIA ISABEL BARBOSA BEZERRA  - Geralmente, os pacientes que recebem o tratamento adequado para problemas na tireoide melhoram dos sintomas quando os exames voltam ao normal. No entanto, uma minoria dos pacientes ainda tem sintomas, mesmo com TSH e T4 livres normais. Isso pode acontecer porque os níveis de T3, que é o hormônio tireoidiano ativo, não aumentam o suficiente com o tratamento de levotiroxina (T4).

Nesses casos, pode-se considerar o uso de uma combinação de T3 e T4. No entanto, essa abordagem ainda é controversa. Não há estudos de longo prazo e há preocupações com os possíveis efeitos colaterais. Além disso, no Brasil, a ANVISA não aprovou uma formulação de T3 para venda.

Se os sintomas persistirem e os exames estiverem normais, é importante investigar outras possíveis causas para os sintomas.

BMM - Pode nos falar a importância de seguimento e monitoramento contínuo em pacientes com problemas de tireoide?

DRA. MARIA ISABEL BARBOSA BEZERRA  - O seguimento e o monitoramento contínuo em pacientes com problemas de tireoide são fundamentais para garantir o controle adequado da condição, prevenir complicações e ajustar o tratamento conforme necessário. 0 monitoramento regular ajuda a garantir que os pacientes estejam recebendo a dose correta para manter os níveis hormonais dentro da faixa desejada. Além disso, monitoramos e detectemos precocemente algum efeito colateral que possa estar associado a medicação e com isso ajustar a dose. Além disso, o acompanhamento contínuo permite o ajuste do tratamento para minimizar sintomas como fadiga, depressão, ansiedade, entre outros, melhorando a qualidade de vida do paciente.
 



You may also like

Nenhum comentário: