Campina Grande e sua Academia

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Josemir Camilo de Melo - Professor, historiador, presidente da ALCG - Crédito(Divulgação).


Em visita à Campina Grande justamente na posse da nova diretoria da Academia de Letras de Campina Grande (ALCG) no dia em que a cidade comemora o centenário de um dos maiores críticos de artes do País na década de 1940/50, o campinense Rubens de Agra Saldanha ou como ele assinava Ruben Navarra, pude entender por que o intelectual que assumia naquele momento o cargo de presidente, Josemir Camilo de Melo, queixava-se dos fortes desafios que teria a enfrentar.

Um deles é que a ALCC fundada em 1981 por uma plêiade de intelectuais, tendo à sua frente Amaury Vasconcelos e Aluizio Afonso Campos já falecidos, embora reconhecida por lei como de utilidade pública isso não lhe tem rendido qualquer apoio financeiro. Por muito tempo funcionou na residência de Amaury de Vasconcelos e mais tarde na casa do segundo diretor-presidente Moacir Germano.

Outro aspecto destacado pelo novo empossado Josemir Camilo de Melo (quarto presidente da instituição criada há 36 anos) diz respeito ao fato de que das 40 cadeiras existentes apenas 25 encontram-se ocupadas e deste total nove membros residem fora da cidade, treze já faleceram e, portanto, passaram a ocupar outro patamar, o da Memória. E dos 16 membros residentes em Campina Grande quatro estão com a saúde debilitada, resultando apenas numa dúzia de membros ativos disponíveis para “os compromissos com a Academia”.
 
Josemir Camilo de Melo faz um apelo para que das 15 cadeiras vacantes – nove delas já tiveram seus candidatos eleitos – assumam de imediato o compromisso para tomar posse este ano, após lapidar seus discursos e elaborar o estudo sobre seus patronos. E cita os nomes de destaque na produção literária da cidade: o advogado José Edmilson Rodrigues, o sociólogo Edmundo Gaudêncio, o engenheiro Daniel Duarte, professor Ailton Elisiário (ex-presidente), e os recém-empossados escritores Mabel Teixeira de Amorim, Bruno Rafael Gaudêncio, Evaldo Dantas da Nóbrega e José Morais Lucas. Um detalhe curioso é que todos os membros da atual diretoria assumiram vestidos de vaqueiro rodeados de balões e fogueira, era dia de São Pedro.

Fazem parte da luta dentre os itens: a busca pela sede própria; apoio financeiro previsto no Regimento Interno; inclusão de um percentual no orçamento da Prefeitura; a criação de uma lei que obrigue as gráficas e editoras do município a fazer depósito legal de um exemplar de sua produção na área das Letras, Artes e Ciências Humanas à Academia de Letras de Campina Grande. E assim caminha a intelectualidade campinense.

Por: Ariadne Quintella - Jornalista.


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