Leptospirose tem alta de 27,2% em Pernambuco

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Aumento dos casos, em comparação com 2017, é um alerta para prefeituras. Região Metropolitana do Recife já acumula três mortes pela doença



Rato é vetor da leptospirose
Foto: Adjorisc

Os altos índices de chuva a partir da segunda quinzena de abril alavancaram o número de casos de leptospirose em Pernambuco. Entre o dia 15 e 21 do último mês (16ª semana epidemiológica), foram 159 notificações, um aumento de aproximadamente 115% nos registros de suspeita da doença em comparação com o período de 8 a 14 de abril, quando foram registrados 74 casos.

Também há incremento de 27,2% quando se compara os números aos do mesmo período de 2017. Trinta e oito pacientes já tiveram o diagnóstico confirmado e 70 ainda estão em investigação. Três mortes já foram atestadas no Recife, Moreno e Jaboatão.
 
A maior parte dos adoecimentos vem sendo reportada na 1ª Regional de Saúde, que compreende o Recife e a Região Metropolitana. Entre essas cidades, o aumento chegou a 141,6% no confronto semanal. Como o período de chuva mal começou no Estado, as prefeituras terão trabalho extra para frear um possível novo ano explosivo da enfermidade e alegam desafios no controle de roedores.

“Fazemos há algum tempo levantamento de roedores, mas ainda falta um indicador sobre infestação para dizer com certeza se há muitos ou poucos ratos”, disse o gerente de Vigilância Ambiental do Recife, Jurandir Almeida. Segundo ele, diferente do levantamento de Aedes aegypti, por exemplo, não existem metas que indiquem a redução ou aumento de risco no território. Sem informar uma estimativa da população de ratos (animal responsável pela infecção humana), o gerente explicou que a Capital tem como estratégia de prevenção o cruzamento de dados de saúde e limpeza urbana.

“Cruzamos informações dos últimos três anos. Os agentes fazem uma análise de risco das áreas identificando onde há concentração de lixo e onde há acumulo de água quando chove”, explicou. O Recife, apesar de acumular a maioria dos casos, teve ligeira redução na comparação semanas (de 33 para 32). A cidade contabiliza 11 casos confirmados e um óbito.

Camaragibe e Olinda, por outro lado, tiveram aumento expressivo no último boletim. A primeira saiu de três notificações para dez, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES). O enfermeiro da Vigilância Epidemiológica do Município, Ricardo Albuquerque, atualizou que já são 11 os casos, sendo cinco confirmados, três em investigação e três descartados. Na rota dos atestados estão pacientes dos bairros de Timbi, Centro, Vila da Fábrica e Céu Azul. “No momento que identificamos uma notificação de caso fazemos investigação epidemiológica e ambiental, com bloqueio dos casos confirmados através de desratização para de fato eliminar a praga”, comentou.

Em Olinda, onde as notificações saltaram de 14 para 18 (+28,5%), a prefeitura afirma fazer desratização periódica, principalmente, em áreas de alagados e trabalhar em conjunto com as secretarias de obras para a prevenção de inundações. Outro fator destacado pela a diretora de Vigilância em Saúde de Olinda, Mariurcha Dantas, é o apoio populacional no controle dos ratos evitando o despejo do lixo em via pública, o que atrai a praga.


Por: Folha PE.


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